sexta-feira, 28 de março de 2008

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA-I

I-A IMPORTÂNCIA DO NOSSO CORPO

A base do nosso ser é o corpo. A nossa condição corporal liga-nos umbilicalmente à Terra, da qual obtemos constantemente os elementos essenciais para a vida.

Por outras palavras, é do meio ambiente que obtemos oxigénio, proteínas, vitaminas e toda uma variedade de elementos necessários à subsistência e à vida.

Além disso, o nosso corpo é mediação de encontro e comunhão com os outros. De facto, uma pessoa, para comunicar com as outras, precisa da mediação corporal.

Este corpo é como que o alicerce a partir do qual emerge o nosso ser interior. Por outras palavras, habitamos um corpo que é um ser vivo cheio de necessidades: fome, sede, necessidade de conforto, de repouso, de movimento, de sono, de vigília, de higiene e muitas outras.

Muitos dos nossos comportamentos estão condicionados pelas necessidades corporais, tais como comer, vestir, higiene, sexualidade e outras.

As pessoas respondem de modo diferente às suas necessidades corporais, assumindo comportamentos diferentes devido às suas necessidades corporais.

Na verdade, podemos observar uma variedade de comportamentos, os quais dependem do modo como a pessoa decide gerir as necessidades do seu corpo:

Atitudes impulsivas, mecanismos de compensação, como busca exagerada de prazeres e satisfações, intolerância, agressividade e exigências desproporcionadas.

A vida corporal ou biológica e a vida psíquica estão absolutamente interligadas. Estes dois níveis formam o nosso ser exterior ou individual em cujo interior está a emergir o nosso ser pessoal-espiritual.

Por outras palavras, o ser interior da pessoa emerge dentro do ser exterior como o pintainho emerge dentro do ovo.

O nosso corpo e o nosso psiquismo formam o dado básico, isto é, os talentos, os quais divergem de pessoa para pessoa.

De facto, começamos por ser o que os outros fizeram de nós. Mas o mais importante é o modo como nos realizamos a partir do que recebemos dos outros.

A nossa fidelidade aos dons corporais, psíquicos e espirituais constituem o essencial da nossa humanização.

A nossa estrutura natural, isto é, os dados que recebemos dos outros, constitui a nossa hominização.

O modo como nos realizamos com o que recebemos dos outros constitui a nossa humanização, cuja lei é:
“Emergência espiritual mediante relações de amor, e convergência para a Comunhão Humana Universal”

À luz da Fé Cristã, a Comunhão Humana Universal, graças à Encarnação de Cristo, é já comunhão Humano-Divina.

A realização pessoal-espiritual de cada ser humano, depende do corpo, como a emergência do pintainho depende do ovo em cujo interior está em gestação.

Quanto mais nos realizarmos como pessoas, mais capazes somos de comungar com as demais pessoas humanas, as divinas, e todas as demais que façam parte da Comunhão Universal do Reino de Deus.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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