quarta-feira, 12 de março de 2008

FINAL DA HISTÓRIA E SALVAÇÃO EM CRISTO-IV

IV-A ASSUNÇÃO COMO DIVINIZAÇÃO

Os seres humanos estão, pois, a caminhar para o encontro da comunhão universal cujo coração é a comunhão da Santíssima Trindade.

Como vemos, a Humanidade não é uma realidade abstracta, pois está a emergir no concreto de cada pessoa e a convergir para o face a face universal do Reino de Deus.

A nossa plena incorporação na Família divina acontece no momento da morte e ressurreição pela acção do Espírito Santo (Rm 8, 14).

Com o acontecimento da morte e ressurreição de Cristo, a Humanidade entrou nos últimos tempos, isto é, na fase dos acabamentos.

Na verdade, à medida em que nos humanizamos vamos sendo divinizados devido ao facto de formarmos um todo orgânico com Cristo (Jo 15, 1-7; 6, 54-57; 1 Cor 10, 17; 12, 27; 12, 13).
Com a ressurreição de Jesus Cristo iniciou-se a divinização do Homem.

É isto que São Paulo quer dizer ao falar da plenitude dos tempos que, afinal significa a fase dos acabamentos.

Como vemos, a consumação final da História tem um sentido de salvação. Através do processo da humanização, a criação está a espiritualizar-se, pois a emergência pessoal é sobretudo um processo de crescimento espiritual.

Pelo acontecimento da morte, o nosso ser interior e espiritual liberta-se do nosso ser exterior que é biológico e psíquico.

Podemos dizer que no interior do universo físico há um universo espiritual a emergir no concreto das pessoas e a convergir para a comunhão de Deus que é a interioridade máxima da realidade.

Ainda antes de existir o Universo, já existia uma comunhão familiar de três pessoas, a qual é uma realidade puramente espiritual e interior ao Cosmos.

É mediante o amor que entramos nesta interioridade divina, como diz a Primeira Carta de São João:

“Se nos amarmos uns aos outros Deus permanece em nós” (1 Jo 4, 12). A comunhão do Reino de Deus é, portanto, humano-divina e cristocêntrica.

De facto, Jesus Cristo é a cabeça da Nova Humanidade e, portanto, o único medianeiro entre Deus e os homens (1 Tm 2, 5).

Por outras palavras, ninguém é assumido na Família Divina a não ser por Jesus Cristo.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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