II-A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANAA dignidade da pessoa começa no facto de não nascer determinada. Com efeito, os seres humanos nascem com um leque de talentos que lhe possibilita uma diversidade de opções, escolhas, e compromissos de vida.
Na verdade, a pessoa está chamada a ser autora de si própria, mas sempre em relações com os outros.
Na verdade, a pessoa humana é um ser criado à imagem de Deus que é uma comunhão amorosa de três pessoas.
Pela sua condição pessoal, o ser humano abre-se à transcendência Divina. Pelo mistério da Encarnação, as pessoas divinas e as humanas passaram a formar uma comunhão orgânica humano-divina.
Com efeito, a Encarnação é o enxerto do divino no humano, a fim deste ser assumido e incorporado na comunhão divina.
Se a Divindade é comunhão amorosa de três pessoas, então temos de dizer que a vida pessoal é a primeira realidade a existir.
Desde toda a eternidade e antes de qualquer realidade criada existe uma comunhão amorosa de três pessoas.
A Primeira Carta de São João, ao dizer que Deus é amor quer dizer precisamente que é pessoas em comunhão (1 Jo 4, 7).
Podemos dizer que a criação leva em si as impressões digitais do amor, pois o Criador do Universo é amor.
Não há vida pessoal que não tenha densidade espiritual. Por outras palavras, o Espírito e o Amor estão primeiro.
Na verdade, o impulso primordial de génese cósmica foi provocado pelo amor. Isto quer dizer que ainda antes de existir o Universo já existia a comunhão familiar e o Amor.
A vida pessoal, portanto, está primeiro. Além disso, nunca vai terminar, pois tem densidade espiritual.
A comunhão amorosa de três pessoas é, pois, o começo e o fim, o Alfa e o Ómega, isto é, o começo e a plenitude da Criação.

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