sábado, 4 de outubro de 2008

A SABEDORIA QUE EMANA DA CRUZ DE CRISTO-III

III-OS APÓSTOLOS E A MORTE DE JESUS NA CRUZ

Perante a dificuldade de justificar o facto de Jesus ter morrido como um criminoso ou um malfeitor, os Apóstolos recorrem ao texto do Justo Sofredor do profeta Isaías (cf. Is 52,13-53-12).

Este texto e o Salmo 21 são duas reflexões profundas sobre um tema chocante para a mentalidade bíblica:

Como é possível haver justos que sofrem? Os dois textos tentam encontrar um sentido e responder a este facto chocante para a razão.

A resposta encontrada é a de que o sofrimento do justo tem valor redentor para os pecadores.
Os dois textos afirmam que Deus toma partido pelos justos que sofrem.

Deus vem em socorro do justo que sofre, conduzindo-o ao sucesso derradeiro que é a vitória sobre a morte.

Ao tomar partido pelo justo sofredor, Deus liberta-o a ele e ao povo com o qual ele forma uma união orgânica, interactiva e dinâmica.

O povo que sofria no exílio da Babilónia foi liberto, pois aí havia justo a sofrer. Podemos encontrar muitos ecos destes textos ao longo do Novo Testamento.

Os discípulos de Jesus, ao anunciarem aos judeus que ele é Messias dizem que a morte de Jesus tinha de ser aquela, pois já estava anunciada pelos textos do Servo Sofredor.

Graças ao sofrimento deste justo os pecadores foram redimidos. A Primeira Carta de São Pedro diz que Jesus foi o justo Sofredor que carregou com os nossos pecados, citando o profeta Isaías:

“Carregou sobre si os nossos pecados sobre o madeiro da Cruz, a fim de que nós, estando mortos para o pecado, possamos viver na justiça. Fomos curados nas suas feridas” (1 Pd 2, 24).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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