segunda-feira, 27 de outubro de 2008

CRISTO COMO CORAÇÃO DAS ESCRITURAS-VI

VI-JESUS REALIZA AS ANTIGAS PROFECIAS

O Novo Testamento reconhece que Jesus Cristo é o Messias anunciado pelos profetas. São Lucas diz que Jesus, após a sua ressurreição, abriu os olhos dos discípulos, a fim de eles compreenderem que as antigas profecias se realizaram nele.

Eis as palavras de Jesus: “Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar no que os profetas anunciaram!

Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória? Começando por Moisés e seguindo por todos os profetas explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que se referia a ele” (Lc 24, 25-27).

São Mateus, ao longo do seu evangelho demonstra a preocupação de demonstrar que as antigas profecias messiânicas estão de acordo com a história de Jesus Cristo.

Logo no início do seu evangelho, ele declara que Jesus é o filho anunciado a David: “Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão” (Mt 1, 1).

Do mesmo modo, São Lucas sublinha que a primeira profecia messiânica se realizou em Jesus de Nazaré:

“Ele será grande e chamar-se-á filho do altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David.

Reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 1, 32-33). O profeta Miqueias profetizou que o nascimento do Messias se daria em Belém (Miq 5, 2).

Nos seus evangelhos da infância, São Mateus e São Lucas, dizem que o nascimento de Jesus se deu em Belém (Lc 2, 1-3; Mt 2, 1).

O profeta Malaquias diz que antes do dia do Senhor, Deus vai enviar o profeta Elias (Mal 4,5).
São Mateus diz que João Baptista é o profeta Elias que devia vir antes do dia do Senhor (Mt 11, 13-14).

Num dia de Sábado, diz o evangelho de São Lucas, Jesus foi à sinagoga de Nazaré e leu o texto do profeta Isaías que fala da consagração do Messias (cf. Is 61, 1-3).

Depois, Jesus, acrescenta São Lucas, dá testemunho de que essa profecia se referia à sua pessoa e que acabava de se realizar nesse momento (Lc 4, 16-21).

Do mesmo modo, o profeta Zacarias fala da entrada triunfal do Messias em Jerusalém, montando um jumento (Zac 9, 9).

O evangelho de São Mateus diz que Jesus realiza esta profecia entrando em Jerusalém montado sobre um jumento (Mt 21, 7-10).

No livro do Deuteronómio, Moisés fala de um profeta que virá e que será um líder em tudo semelhante a Moisés.

O povo deve seguir esse profeta, diz o livro do Deuteronómio (Dt 18, 15). As multidões, ao verem as maravilhas realizadas por Jesus, chamam-lhe o profeta da Galileia” (Mt 21, 7-10).

O profeta Isaías lamentava-se dizendo que a mensagem de Deus não era ouvida nem aceite pelo povo (Is 53, 1).

O evangelho de João diz que apesar de Jesus ter realizado tantos sinais indicadores de que Deus estava nele os chefes dos judeus não acreditaram nele (Jo 12, 37).

Do mesmo modo, a paixão e morte de Jesus é interpretada à luz dos sofrimentos do justo sofredor do profeta Isaías e do Salmo vinte e um que fala dos sofrimentos do Servo de Deus.
O Servo de Deus, apesar de inocente, é humilhado, maltratado e é morto de modo violento.

No entanto, a sua morte terá um efeito libertador para os pecadores (Is 52, 13- 53, 12).
O salmo 21 diz que o Justo sofredor será esmagado. Os seus pés e as suas mãos serão trespassados (Sal 22, 16).

Os evangelistas vêem na crucifixão de Jesus a realização desta profecia (Lc 24, 39; cf. Mt 26, 67).
Perante o abandono e o sofrimento, o justo sofredor sente-se abandonado por Deus e clama:

“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Sal 21, 1) São Mateus põe estas palavras do salmo na boca de Jesus no momento de morrer:

“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mt 27, 46). De tal modo os evangelistas têm a preocupação de fazer coincidir a história de Jesus com as Escrituras que, por vezes, chegam a forçar os seus relatos ou, então, a forçar os factos históricos.

Este modo de proceder tem como pano de fundo a preocupação dos evangelistas em demonstrar que Jesus é o Messias anunciado pelos profetas.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

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