
O Novo Testamento vê em Jesus Cristo a imagem perfeita da misericórdia de Deus. São Lucas diz que Maria, logo após a anunciação do anjo, proclama com júbilo e gratidão a Boa Notícia da misericórdia de Deus:
“A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem” (Lc 1, 50).
A base da misericórdia de Deus radica no próprio facto de Deus nos amar de modo incondicional.
Jesus anunciou de modo explícito a misericórdia de Deus através de diversas parábolas sobre o perdão e a misericórdia de Deus.
Como Pai bondoso, Deus acolhe de braços abertos os pobres e os marginais. Jesus anunciou o amor incondicional de Deus através de atitudes como, por exemplo no seu encontro com a Samaritana.
Jesus acolheu-a, apesar da sua condição de pecadora, e fez dela uma apóstola que anuncia Jesus como o Messias esperado (Jo 4, 1-42).
Nesta mesma linha está o encontro de Jesus com Zaqueu, ousando ir comer e pernoitar em casa de um marginal (Lc 19, 1-8).
Jesus aproveita para dizer que a sua missão é levar o salvar os pecadores, pois essa é a vontade de Deus:
“Jesus disse aos discípulos: “Hoje veio a salvação a esta casa, pois este é também um filho de Abraão.
Na verdade, o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido” (Lc 19, 9-10). Jesus não distinguia muito bem pecado do pecador.
Ele entendia muito bem que a sua missão não era destruir o pecador, mas sim o pecado, a fim de libertar o pecador daquilo que o oprime.
Esta opção de Jesus aparece de modo muito claro no relato da mulher adúltera (Jo 8, 1-11).
Jesus toma a defesa da adúltera, impedindo que a matassem.
Por outras palavras, apesar de ser contra o pecado do adultério, Jesus toma a defesa de uma adúltera:
“Mulher ninguém te condenou? A mulher respondeu: ninguém Senhor”. Disse-lhe Jesus: “Também eu não te condeno. Vai e de agora em diante não voltes a pecar” (Jo 8, 11).

Calmeiro Matias
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