domingo, 19 de outubro de 2008

O SÉTIMO DIA COMO PLENIUTUDE DO AMOR-IV

IV-O REPOUSO E A ÁGUA VIVA

Esta Água viva faz emergir uma nascente de Vida Eterna no coração dos fiéis. O evangelho de São João diz isto aconteceu quando o soldado perfurou o coração de Jesus com uma lança.

Do coração trespassado de Jesus sai Sangue e Água (Jo 19, 34). Com este pormenor, São João quer exprimir a comunicação do Espírito Santo.

Esta é a Água da qual Jesus tinha falado. Esta é a Água que faz emergir no nosso íntimo uma nascente de Vida Eterna (Jo 7, 37-39).

As pessoas que beberem desta Água, disse Jesus à Samaritana, nunca mais terão sede (Jo 4, 14).
Por seu lado o sangue é o Sangue da Nova e Eterna Aliança, isto é, o Espírito Santo enquanto princípio que nos comunica a Vida de Jesus ressuscitado.

É esta dinâmica da Nova Criação a acontecer como génese histórica do Sétimo Dia, ao qual São Paulo deu o nome de plenitude dos tempos (Gal 4,4).

O sexto dia, isto é, a criação do Homem, atinge o sétimo, isto é a plenitude da vida humana divinizada e incorporada, na própria Família de Deus:

“Veio para o que era seu, e os seus (judeus), não o receberam. Mas a todos os que o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

Estes não nasceram dos laços do sangue, nem dos impulsos da carne, nem da vontade do Homem, mas sim de Deus.

E o Verbo encarnou e habitou entre nós” (Jo 1, 11-14). O descanso de Deus não significa que Deus deixou de ser criador. Deus é amor e o amor é sempre criador.

Deus é criador por ser amor e ser livre. A liberdade é a capacidade de a pessoa se relacionar amorosamente com os outros e de interagir de modo criador em relação às coisas e aos acontecimentos.

As pessoas divinas amam infinitamente e, por isso são infinitamente criadoras, tanto em relação às coisas como aos acontecimentos.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

Sem comentários: