quinta-feira, 3 de julho de 2008

RETRATO DO DEUS DA ALIANÇA-VII

VII-NOVA ALIANÇA E FIDELIDADE DE DEUS

O Novo Testamento reconhece que, em Jesus Cristo, se realizou a Nova Aliança. Jesus tinha uma consciência muito clara de ser ele o medianeiro da Nova Aliança:

“Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados”(Mt 26, 28).

São Lucas diz que Zacarias, o pai de João Baptista, reconhece que, em Jesus, Deus realizou a sua misericórdia, tal como tinha prometido aos patriarcas e aos profetas:

“Deus realizou a misericórdia que prometera aos nossos pais, recordando a sua santa aliança” (Lc 1, 72).

A Nova Aliança leva consigo o grande dom do perdão total do pecado, diz a Carta aos Romanos:
“Essa será a aliança com eles quando eu perdoar os seus pecados” (Rm 11, 27).

Ao Apóstolos, diz a Segunda Carta aos Coríntios, foram constituídos ministros de uma Nova Aliança:

“Foi Deus quem nos tornou capazes de sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito, pois a letra mata e o Espírito é que dá vida” (2 Cor 3, 6).

A Carta aos Hebreu diz que Jesus se tornou o medianeiro de uma Nova aliança, pois a antiga tinha limitações e, por isso, não era perfeita:

“Jesus tornou-se a garantia de uma aliança melhor” (Heb 7, 22). “Recebeu um sacerdócio superior, pois é mediador de uma aliança melhor.

Se a primeira aliança não fosse deficiente não havia lugar para uma Nova Aliança” (Heb 8, 6-7).
“Jesus é o mediador de uma Aliança Nova.

Ao morrer livrou-nos das faltas cometidas durante a primeira, a fim de os eleitos receberem a herança definitiva que lhes foi prometida” (Heb 9, 15).

A Nova Aliança é fecunda, pois assenta na dinâmica do Espírito Santo, o qual é a fonte divina da fecundidade.

A antiga aliança, diz o livro do Levítico, não permitia aos eunucos, mesmo sendo filhos de Aarão, oferecer sacrifícios no altar (Lv 21, 20-21).

O profeta Isaías, prevendo a dinâmica da Nova Aliança declara que a fecundidade da Nova Aliança emerge do Espírito Santo e, portanto, é superior à fecundidade biológica:

“Que o eunuco não diga: não passo de uma árvore seca” (Is 56, 3). Para dizer que a Nova Aliança está inaugurada, os Actos dos Apóstolos dizem que o primeiro pagão a ser baptizado, foi um etíope que era eunuco (cf. Act 8, 36).

Foi ele o primeiro pagão que, perante o diácono Filipe, confessa a fé em Cristo de é baptizado (cf. Act 8, 37).

A Nova Aliança é a génese da Nova Humanidade reconciliada com Deus: “Se alguém está em Cristo é uma Nova Criação. Passou o que era velho. Eis que tudo se fez novo.

Tudo isto vem de Deus que nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação” (2 Cor 5, 17-18).

Os que fazem parte da Nova Aliança são movidos pelo Espírito Santo. Por isso são membros da Família de Deus:

Filhos e herdeiros em relação e Deus Pai; irmãos e co-herdeiros em relação a Deus Filho (Rm 8, 14- 16).

A Nova Aliança é a fase da plenitude dos tempos. O projecto de Deus entrou na fase dos acabamentos.

A vida de Deus já circula no coração das pessoas humanas, tornando-as membros da Família Divina.

Na sua profundidade pessoal e espiritual os seres humanos já estão divinizados, pois o divino já se enxertou no humano, graças ao mistério da Encarnação.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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