
Face às repetidas infidelidades do povo, Deus começa a inspirar os profetas no sentido destes anunciarem uma nova aliança.
O Espírito de Deus é a garantia de solidez da desta Nova Aliança. Mesmo as vidas que permaneciam estéreis se tornarão fecundas, graças à acção do Espírito Santo:
“Isto diz o Senhor aos eunucos que observam os meus sábados, que escolhem o que me agrada e permanecem firmes na minha aliança:
“Dar-lhes-ei um monumento e um nome mais valioso do que os filhos e filhas” (Is 56, 4-5). A Nova Aliança será vivida em perfeita harmonia com Deus.
A Palavra do Senhor brotará abundante da boca das pessoas: “Esta é a minha aliança com eles, diz o Senhor:
O meu espírito está sobre ti, e as palavras que coloquei em ti, jamais se afastarão da tua boca e da boca dos teus filhos, desde agora e para sempre” (Is 60, 19-22).
Graças à Nova Aliança, Jerusalém será totalmente renovada. Já não será iluminada pelo sol durante o dia nem pela lua durante a noite, pois Deus será a sua luz eterna” (Is 60, 19-22).
A Nova Aliança já não será estabelecida sobre as tábuas da Lei, as quais desapareceram quando os caldeus invadiram Jerusalém.
O profeta Jeremias, contemporâneo deste facto, diz claramente que a nova aliança não assenta num coração de pedra mas num coração de carne. Não na letra, mas no dom do Espírito.
A Arca da Aliança guardava o coração de pedra, alusão às pedras da Lei. A nova aliança, pelo contrário, assentará num coração de carne.
A Arca da Aliança não faz parte da dinâmica da Nova Aliança, diz o profeta Jeremias: “Quando crescerdes e vos multiplicardes no país, oráculo do Senhor, já ninguém mais falará na Arca da Aliança do Senhor.
“Dias virão em que farei uma Nova Aliança com Israel e Judá. Não será como a aliança que fiz com seus pais quando os tomei pela mão e os tirei da terra do Egipto.
A Nova Aliança é assinada no coração das pessoas e não numa pedra, continua Jeremias: “A aliança que vou fazer com Israel, oráculo do Senhor, será assim:
colocarei as minhas leis no seu peito, gravá-las-ei no seu coração e eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus” (Jer 31, 31-33).
Depois acrescenta: “Farei com eles uma aliança eterna. Nunca deixarei de lhes fazer bem.
Colocarei no seu coração o meu temor, a fim de que não se afastem de mim” (Jer 32, 40).
Na ceia pascal, Jesus demonstrou ter consciência de ser o medianeiro da Nova Aliança: “Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26, 28).
A Nova Aliança leva consigo o dom do perdão total do pecado, diz São Paulo: “Essa será a aliança com eles quando eu perdoar os seus pecados” (Rm 11, 27).
A Nova aliança é geradora de Vida: “Foi Deus que nos tornou capazes de sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito, pois a letra mata e o Espírito é que dá vida” (2 Cor 3, 6).
Eis o que diz a Carta aos Hebreus: “Jesus tornou-se a garantia de uma aliança melhor” (Heb 7, 22).
De facto, o Senhor Ressuscitado, “Recebeu um sacerdócio superior, pois é mediador de uma aliança melhor. Se a primeira aliança não fosse deficiente não havia lugar para uma Nova Aliança” (Heb 8, 6-7).
A dinâmica da Nova Aliança É o Espírito Santo, fonte de fecundidade. A antiga aliança não permitia aos eunucos, mesmo sendo filhos de Aarão, oferecer os sacrifícios do altar (Lv 21, 20-21).
O profeta Isaías, prevendo a dinâmica da Nova Aliança declara que a fecundidade da Nova Aliança é fruto do Espírito Santo, a qual é mais rica que a mera fecundidade biológica:
“Que o eunuco não diga: não passo de uma árvore seca” (Is 56, 3). Os Actos dos Apóstolos declaram que o primeiro pagão a ser baptizado, foi um eunuco etíope, servo da rainha de Candace (cf. Act 8, 36).
A Nova Aliança gera um Nova Humanidade reconciliada com Deus, diz São Paulo: “Se alguém está em Cristo é uma Nova Criação.
Passou o que era velho. Eis que tudo se fez novo. Tudo isto vem de Deus que nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação” (2 Cor 5, 17-18).
Podemos dizer com toda a verdade que a História que Deus faz com o Homem é, de facto, a História da ternura de Deus.
Calmeiro Matias
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