sábado, 12 de julho de 2008

BREVE HISTÓRIA DA TERNURA DE DEUS-V

V-O DEUS FIEL E VERDADEIRO

E o homem começa a caminhar de novo em direcção ao fracasso. De novo Deus vai escolher um homem fiel e bom, a fim de fazer com ele uma aliança de amizade e, deste modo, salvar a Humanidade.

E o Senhor fez aliança com Abraão, garantindo-lhe queria fazer com ele uma aliança, a fim de beneficiar todas as famílias da Terra (Gn 12,3).

Como vemos, o amor de Deus é difusivo. Quando escolhe alguém para uma missão, pensa logo na maneira de fazer que essa missão seja benéfica para toda a Humanidade.

No coração do Deus da aliança cabem todos os seres humanos. Deus prometeu a Abraão uma terra, a fim de formar um povo que seja, no meio dos outros povos, uma mediação da Sua Palavra (Gn 15, 8).

Eis o que Deus propõe a Abraão: “Vou fazer uma aliança entre mim e ti. Multiplicarei a tua descendência sem medida” (Gn 17, 2).

Depois acrescenta: “Serás pai de muitas nações (…). Vou estabelecer contigo uma aliança eterna.
Eu serei o teu Deus e o Deus dos teus descendentes” (Gn 17, 7).

E, ao longo dos tempos, Deus foi dando provas da sua fidelidade à aliança que fizera com Abraão: “Eu ouvi os gemidos dos filhos de Israel que os egípcios escravizaram e lembrei-me da minha aliança” (Ex 6, 5).

Após a saída do Egipto, Deus de novo renova a sua aliança como o povo de Abraão, agora liberto do terrível jugo dos egípcios:

“Se observardes a minha aliança sereis minha propriedade especial entre todos os povos” (Ex 19, 5).

Deus renovou a sua aliança com o povo de Israel através de Moisés, entregando-lhe os dez mandamentos escritos em duas tábuas de pedra.

Ao construir o santuário, as tábuas dos mandamentos ficaram guardadas dentro de uma arca chamada a Arca da Aliança: “Dentro da arca coloca o documento da aliança que te dei” (Ex 25, 16).

Deus entregou por escrito o documento da aliança, a fim de permanecer o testemunho: “Deus disse ainda a Moisés: escreve estes mandamentos, pois é de acordo com eles que eu faço a aliança contigo e com Israel” (Ex 34, 27).

O livro do Deuteronómio insiste na necessidade de ser fiéis a aliança de Deus, cumprindo os Mandamentos:

“Deus comunicou-vos a sua aliança, a fim de que cumprísseis as dez palavras que Ele escreveu em duas tábuas de pedra” (Dt 4, 13).

O Deus da aliança é fiel e verdadeiro: “Reconhece que o Senhor teu Deus, é o único Deus. Ele mantém a aliança e o seu amor por mil gerações em favor dos que o amam e observam os seus mandamentos” (Dt 7, 2).

Os mandamentos, a terra prometida e a descendência constituem os elementos básicos da aliança de Deus com o Povo Bíblico:

“Inclina-te, Senhor, do Céu, a tua morada santa, e abençoa Israel, teu povo e a terra que nos deste, tal como juraste aos nossos antepassados, uma terra onde corre leite e mel” (Dt 26, 15).
Com a instituição da monarquia, surge a aliança com a casa de David.

A promessa messiânica fica ligada à aliança de Deus com David. Eis as palavras de David no Segundo Livro de Samuel:

“A minha casa está firme junto de Deus, pois a sua aliança para comigo é para sempre. Eu sei que esta aliança está assente em alicerces sólidos” (2 Sam 23, 5).

Segundo a profecia dirigida ao rei pelo profeta Natã, Deus decidiu suscitar um filho a David graças ao qual a monarquia davídica duraria para sempre:

“Quando chegares ao fim de teus dias e te fores juntar aos teus antepassados, eu suscitarei, depois de ti, um filho teu.

Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho (…). A tua casa e o teu reino serão firmes para sempre” (2 Sam 7, 12-16).

Devido à profecia de Natã, os filhos de David, no dia da sua entronização passam a chamar-se filhos de Deus:

“Vou anunciar o decreto do Senhor. Ele disse-me: Tu és meu filho, hoje mesmo te gerei” (Sal 2, 7).

Esta profecia está associada à construção de um templo para Deus: “David disse ao profeta Natã: “Como podes observar, eu estou a morar num bom palácio, ao passo que a Arca da Aliança de Deus está debaixo de uma tenda” (1 Cron 17, 1).

O Filho prometido a David vai construir o templo que Deus deseja e por isso a casa real de David permanecerá para sempre:

“Fiz uma aliança com o meu eleito, jurei a David, meu servo: estabelecerei a tua descendência para sempre e o teu trono há-de manter-se eternamente” (Sal 89, 4-5).

E ainda: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, és o meu Deus e o rochedo da minha salvação. Eu farei dele o primogénito, o maior entre os reis da terra.

Hei-de assegurar-lhe para sempre o meu favor e a minha aliança com ele há-de manter-se firme.

Estabelecerei para sempre a sua descendência e o seu trono terá a duração dos céus” (Sal 89, 27-30).

“Jurei uma vez pela minha santidade. De modo algum enganarei David! A sua descendência permanecerá para sempre e o seu trono será como o sol, na minha presença, estará firme para sempre como a lua, testemunho fiel no firmamento” (Sal 89, 36-38).

Apesar das repetidas infidelidades do povo, Deus será sempre fiel ao seu amor, diz o profeta Isaías:

“Mesmo que os montes se retirem e as colinas vacilem, o meu amor nunca se afastará de ti. A minha aliança de paz não vacilará, diz o Senhor que se compadece de ti” (Is 54, 10).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

Sem comentários: