quinta-feira, 10 de julho de 2008

FIM DO MUNDO E JUÍZO FINAL EM SÃO PAULO-III

III-SÃO PAULO E O JUÍZO FINAL

Os discípulos de Jesus estavam convencidos de que ele era o Filho de David prometido, isto é, o rei messiânico que em breve iria subir ao trono.

Isto nada tem de extraordinário, pois era esta a compreensão judaica da sua época. Como podemos verificar no evangelho de São Lucas foi nestes termos que o anjo anunciou a Maria o nascimento do seu Filho (cf. Lc 1, 32-33).

Convencidos de que Jesus em breve se sentaria no trono real, os Apóstolos Tiago e João pedem a Jesus para lhes conceder o privilégio de ocuparem os primeiros lugares ao lado do rei.

Os outros dez Apóstolos, ao ouvirem as pretensões de Tiago e João, protestam, pois também eles tinham pretensões no sentido de ocuparem esses lugares.

Pouco a pouco, Jesus tenta mudar esta mentalidade dos discípulos (Mc 10, 35s). Apesar dos seus esforços para mudar a visão dos discípulos, mas conseguiu muito pouco (Mt 16, 23).

Esta tarefa ficaria para o Espírito Santo realizar após a Páscoa (Act 3, 19-21; 2, 32-36). Após a experiência pascal, a compreensão dos discípulos acerca da realeza de Jesus começa a transformar-se.

Uma vez que ele morreu sem subir ao trono, os apóstolos começam a recorrer à profecia do Filho do Homem de Daniel e dizem que Jesus foi entronizado no Céu, após a sua ressurreição (Rm 1, 3-5).

Na verdade, argumentam eles, Deus já tinha anunciado através do profeta Daniel que as coisas aconteceriam assim (Dan 7, 13-14).

Uma vez entronizado no Céu, Jesus vai voltar com todo o poder, a fim de estabelecer com o resto o Reino de Deus e executar a purificação do dia da ira (Act 3, 19-21).

Os discípulos vão, pois, anunciar a segunda vinda de Cristo dentro do cenário que os profetas tinham elaborado para o dia da ira.

São Paulo anuncia aos cristãos que eles formam o resto fiel que escapará ao dia ira nos dias da vinda de Jesus Cristo:

“Jesus ressuscitou dos mortos e livrou-nos da ira futura” (1 Tes 1, 10). Quando o Senhor vier, os que permaneceram fieis vão ao encontro do Senhor nos ares, ficando para sempre com Ele (1 Tes 4, 14-17).

Procuremos estar preparados, pois o dia do Senhor virá como um ladrão, surpreendendo os desprevenidos (1 Tes 5, 2).

Os fiéis devem alegrar-se com a proximidade do dia do Senhor, pois isto quer dizer que está perto a sua libertação.

Devemos estar conscientes, diz São Paulo, que Deus não os reservou para a ira, mas para a salvação em Jesus Cristo (1 Tes 5, 9).

O Senhor vai vir entre chamas de fogo, a fim de fazer justiça e punir todos os que se opõem ao Evangelho (2 Tes 2, 6-8).

Os eleitos que constituem o resto fiel aparecerão junto do Senhor revestidos de glória (Flp3, 1-4). Os judeus, ao rejeitarem o Evangelho, estão a aumentar os motivos do seu castigo no dia da ira (Rm 2, 5-6).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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