sábado, 5 de julho de 2008

DO DEUS DA IRA AO PAI BONDOSO-IV

IV-INFLUÊNCIAS APOCALÍPTICAS NA PREGAÇÃO DOS APÓSTOLOS

Após a experiência do Senhor ressuscitado, os discípulos começaram a pregar a realeza de Cristo, dizendo que é o Messias anunciado.

Os judeus mataram-no, mas Deus ressuscitou-o e entronizou-o, fazendo-o sentar à sua direita no Céu (Rm 1, 3-5).

Isto quer dizer que o Senhor ressuscitado, agora constituído rei messiânico, vai regressar para restaurar o Reino de Deus.

Esta restauração vai acontecer através de uma segunda vinda, a qual implicará, então, a eliminação total do pecado através de destruição dos pecadores.

Para os Apóstolos era normal que isto fosse assim, pois foi isto que os profetas anunciaram (Act 3, 19-21).

E é assim que os Apóstolos começam a pregar a segunda vinda de Cristo como o dia da ira.
Sentado no Céu à direita de Deus Pai, Jesus subiu ao trono à maneira do Filho do Homem, tal como o profeta Daniel anunciou (cf. Dan 7, 13-14).

A partir de agora, o dia da ira torna-se sinónimo da segunda vinda de Cristo: “Irmãos, quanto aos tempos e aos momentos, não precisais que vos escreva.

Vós sabeis perfeitamente que o dia do Senhor chega de noite, como um ladrão. Quando disserem, paz e segurança, então se abaterá repentinamente sobre eles a ruína como as dores de parto sobre a mulher grávida. Nenhum deles escapará.

Mas vós, irmãos, não estais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão (…).

Considerando-se privilegiado por fazer do pequeno resto dos justos, São Paulo diz que Deus não nos destinou para a ira, mas para a posse da salvação, por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5, 1-9).

Jesus vai vir como juiz severo e castigador. O dia da sua vinda será um dia de desgraça.
Eis as palavras dos Actos dos Apóstolos:

“O Sol transformar-se-á em trevas e a Lua em sangue antes de vir o dia do Senhor, grande e glorioso.

Todo o que invocar o nome do Senhor (o resto fiel) será salvo” (Act 2, 20-21). Jesus Cristo virá sentado no seu trono, investido do poder de julgar, condenar e destruir os pecadores (Lc 21, 20-30).

A prova de que esse dia está prestes a chegar, é que Deus derramou o seu Espírito (Pentecostes) como tinha prometido pelo profeta Joel:

“Mas tudo isto é a realização do que disse o profeta Joel: “Nos últimos dias, diz o Senhor, derramarei o meu Espírito sobre toda a criatura” (Act 2, 16-17).

Só os que fazem parte do resto fiel escaparão ao dia da ira, diz a Primeira Carta aos Tessalonicenses:

“Deus não nos reservou para o dia da ira, mas para alcançarmos a salvação por Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tes 5, 9).Esta pregação dos Apóstolos está fundamentada nos textos apocalípticos dos antigos profetas e não são fruto directo da pregação de Jesus.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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