sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

ESPÍRITO SANTO E NASCIMENTO ESPIRITUAL-II

II-DEUS COMO INTERIORIDADE MÁXIMA

Em relação aos seres humanos, o Espírito Santo está sempre por dentro. Isto quer dizer que a interioridade espiritual das pessoas humanas e Deus se tocam, embora sem se confundirem nem se confundirem.

Santo Agostinho dizia que Deus é mais interior a nós que nós mesmos. Por outras palavras, Deus vem à nossa interioridade a partir de dentro, pois entra em comunhão connosco no mais íntimo do nosso coração.

Podemos dizer que no ponto onde termina a nossa interioridade espiritual limitada, começa a interioridade espiritual ilimitada de Deus.

Isto quer dizer que não existe distância entre a nossa interioridade espiritual e a interioridade espiritual divina.

O nosso coração é, realmente, o ponto de encontro da pessoa humana com as pessoas divinas.
A possibilidade de acontecer esta união intrínseca é Jesus ressuscitado.

Por ser homem connosco, forma um todo orgânico com a Humanidade. Como faz um todo orgânico com o Filho Eterno de Deus mediante o Espírito Santo, dá-nos a possibilidade de interagirmos de modo intrínseco com o Espírito Santo.

É isto que devemos entender quando afirmamos que o Espírito Santo é o grande dom de Cristo ressuscitado.

O Espírito Santo ama com um jeito maternal. Ele é a ternura maternal de Deus que nos conduz ao Pai, o qual nos acolhe como filhos e ao Filho que nos acolhe como irmãos.

É este o dinamismo da salvação a acontecer no mais íntimo do nosso coração. A salvação consiste, pois, em sermos assumidos e incorporados na Família divina pelo Espírito Santo. Eis o que diz São Paulo:

“Os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos de Deus. Na verdade, vós não recebestes um espírito de escravos para andardes com medo. Pelo contrário, recebestes um Espírito de adopção.
É por este Espírito que nós clamamos Abba, ó Pai! É este Espírito que dá testemunho no mais íntimo do nosso íntimo de que realmente somos filhos de Deus.
Ora, se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” (Rm 8, 14-17).

Apesar de estar tão próximo, o Espírito Santo nunca nos invade. Com efeito, o amor propõe-se mas nunca se impõe.

Com seu jeito maternal de amar e dinamizar as relações entre as pessoas, o Espírito Santo é realmente o vínculo maternal de comunhão orgânica.


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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