quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

AO MORRER, JESUS CRISTO VENCEU A MORTE-III

III-ESPÍRITO SANTO E RESSURREIÇÃO

A plenitude dos tempos, portanto, significa a fase dos acabamentos ou da divinização do Homem.

Com a sua morte e ressurreição, Jesus entra nas coordenadas da universalidade.

Torna-se presente a todos os seres humanos a partir de dentro.

Esta união orgânica universal é alimentada e dinamizada pelo Espírito Santo, o qual nos é comunicado de modo intrínseco.

Isto quer dizer que o Espírito Santo é a seiva que vem de Jesus que, como ele disse, é a cepa da videira, para nós que somos os ramos (Jo 15, 1-8).

O Espírito Santo é, pois o sangue de Jesus ressuscitado que alimenta em nós a vida divina.

Fazendo alusão à Eucaristia, o evangelho de São João diz que a carne e o sangue com que Jesus ressuscitado nos alimenta é o Espírito Santo (Jo 6, 62-63).

É ele a Água viva que faz jorrar no nosso íntimo, um rio de vida eterna (Jo 4, 14; 7, 37-39).

O evangelho de São João refere-se muitas vezes a este momento em que a Humanidade dá um salto de qualidade, entrando na Família de Deus (Jo 1,12-14).

Normalmente São João diz que este momento é a Hora de Jesus.

Esta hora é simultaneamente o momento da glorificação de Jesus e da divinização do Homem, isto é, o momento da sua glorificação (Jo 7, 34; 8, 21-22; 14, 2-4).

Nesse momento, continua o evangelho de São João, Jesus é glorificado junto do seu Pai (Jo 6, 62).

Como vemos, a pessoa humana ressuscita porque tem uma dimensão espiritual e, portanto, imortal.

Não devemos confundir imortalidade com o acontecimento da ressurreição.

No entanto, só o que no Homem há de imortal é glorificado e assumido na comunhão da Santíssima Trindade.

Apesar de implicar uma transformação tão radical, a ressurreição não dilui a identidade histórica da pessoa humana.

A nossa identidade histórica é o jeito de amar que fomos adquirindo ao longo da vida.

É com esta identidade que participamos para sempre na comunhão universal da Família Divina.

Eis a plenitude dos tempos, como lhe chama São Paulo:
“Mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, a fim de recebermos a adopção de filhos” (Ga 4, 4-6).

Graças à ressurreição de Cristo, Deus enviou o Espírito Santo aos nossos corações, o qual nos enche de júbilo e nos leva a clamar: “ABBA”, isto é, Papá! (Ga 4, 7).


Em Comunhão Convosco

Calmeiro Matias

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