terça-feira, 20 de maio de 2008

PAIS E FILHOS FACE A FACE-V

V-A ANSIEDADE DOS PAIS

A paternidade é um dom e um serviço. Os pais, tal como os filhos, são pessoas em construção.
Ninguém sabe ser pai antes de o ser.

Face a esta dificuldade, os pais tendem a exercer a sua paternidade em confronto com a experiência que tiveram da acção dos pais: imitando ou tentando fazer o contrário do que fizeram consigo.

Qualquer destes dois procedimentos, à partida, não é o melhor, pois as pessoas e as circunstâncias são outras.

A melhor maneira de exercer a paternidade ou a maternidade é pôr-se a caminhar com os filhos, escutando-os e iluminando as suas interrogações e dificuldades com a experiência própria de adulto.

Pelo facto de não haver receitas acabadas para a realizar a missão da paternidade, os pais, por vezes, sentem-se inseguros.

Têm medo de falhar. Têm sobretudo medo de que os filhos enveredem por caminhos errados.
Daqui a ansiedade que, por vezes acompanha o exercício da paternidade.

Podemos imaginar as preocupações e receios dos pais mais ou menos assim: Eu sinto que, por vezes, te dou coisas para ver se te portas bem.

Pouco a pouco fui entendendo que é muito mais importante dar-me a ti do que dar-te coisas.
Hoje vejo com clareza que o mais importante é confiar em ti e pôr-me a caminhar contigo.

Eu pensava que dar-te ordens e proibir coisas era o melhor caminho para te tornares uma pessoa competente e realizada.

Muitas vezes proibia-te de fazer as coisas. Hoje penso que seria preferível dialogar contigo e explicar-te as razões dessas proibições.

No fundo, as razões desses gritos era as minhas dúvidas sobre o que seria melhor. Na verdade, muitos dos meus gritos eram a expressão dos meus sentimentos de insegurança.

Entro em pânico quando penso que te pode acontecer o pior. É verdade que muitas vezes não te dei o tempo de que necessitavas para falar comigo.

É verdade que muitas vezes não o fiz por mal, pois não me dava conta da necessidade que tinhas da minha disponibilidade.

Por vezes pareço demasiado autoritário. Isto, no fundo, é uma tentativa de disfarçar o medo de me enganar.

É também um esforço, a fim de impedir que a minha missão falhe. Mas começo a aperceber-me de que o sucesso da missão paternal não é uma questão de força ou intolerância, mas de amor e diálogo.

Não imaginas como me sinto feliz quando te sinto identificado com os grandes valores. Nesses momentos sinto-me a pessoa, mais orgulhosa do mundo.

E tu tornas-te, para mim, um ídolo. Nesses momentos só me apetece falar de ti a toda a gente.
Como vês és um suporte fundamental para o sucesso da minha felicidade paternal.

Podíamos dizer que preciso da tua fortaleza para me sentir forte.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

PAIS E FILHOS FACE A FACE-VI

VI-REVISÃO E REENCONTRO

Quando sinto que és leal e fiel agradeço muito a Deus e desaparecem muitos dos meus receios.
Tenho a certeza de que o meu primeiro desejo e aspiração é de que sejas uma pessoa feliz e realizada.

Só que, por vezes, confundo as coisas e penso que a medida da tua felicidade sou eu e os meus critérios.

Esta limitação pode ser corrigida através do diálogo e se nos dispusermos a caminhar juntos.
Antes eu pensava que o modo de te fazer uma pessoa a sério é dar-te ordens.

Hoje começo a compreender que o principal da missão paternal é o amor e este propõe-se, não se impõe.

Por outras palavras, é muito mais importante pedir-te favores que impor-te coisas ou dar-te ordens.

Começo a tomar consciência de não ter cumprido muitas vezes o que tinha dito ou prometido.
Deste modo tornei-me um exemplo negativo. De facto, acho que é importante ser fiel à palavra.

Peço-te para compreenderes que também eu sou uma pessoa falível. Também já compreendo que procedi mal quando me pus a comparar-te com os outros.

É verdade que eu procedi com boa intenção, pois apenas queria estimular as tuas capacidades e dar-te razões novas para avançar.

Mas em vez de te ajudar acabei por te prejudicar, colaborando para uma série de complexos que ainda persistem.

As minhas hesitações levaram-me muitas vezes a mudar de opinião, deixando-te confuso ou dando-te a impressão de que os valores são coisas arbitrárias.

Isto deveu-se em grande parte às minhas hesitações, pois em certas etapas do teu crescimento eu não sabia bem qual o melhor modo de agir.

Muitas vezes tive dificuldade em me aperceber do teu crescimento. Tenho tendência de ver em ti a criança indefesa que eu ajudava, a fim de compensar a sua fragilidade.

Eis a razão pela qual ainda hoje tenho a tendência de te substituir. Hoje compreendo que não tinha razão para o azedume com que me relacionei contigo quando surgiu a tua adolescência.

Quando chegou a tua adolescência eu senti que começaste a fazer tentativas para voar para fora do ninho.

Ao dar-me conta de que começavas a agir por ti, eu assustei-me e pensei que já não gostavas de mim.

Tomei isso como uma verdadeira falta de amor. Hoje compreendo que esse passo era fundamental para o teu amadurecimento. Foi nesse período que começaste a escolher o teu grupo de amigos.

Hoje aceito perfeitamente que a melhor maneira de aceitares o que fiz por ti é começares agora a fazer por ti mesmo.

Dou-me conta de que este passo é bastante difícil para a maioria dos pais. No entanto já compreendo que é fundamental para o amadurecimento dos adolescentes, pois sem autonomia não há maturidade humana.

Sempre tive muito medo dos teus fracassos e quedas. Na verdade, se tu falhas como filho, a sociedade passa a olhar-me como um pai fracassado.

Compreendo que fiz mal em acentuar muito os erros que cometeste, exigindo muitas justificações.

Não é fácil compreender que a melhor maneira de corrigir é compreender e perdoar. Agora já compreendo que é injusto obrigar os outros a fazer aquilo que nós não fazemos.

Muitas vezes procedi assim pensando apenas que isso te faria uma pessoa mais apta para viver em sociedade.

Hoje compreendo que a autoridade é mais uma realidade moral do que jurídica. Tem mais autoridade quem age mais de acordo com o que diz, pois a pessoa é igual ao que faz, não ao que diz.

Agora entendo muito bem o refrão que diz: “As palavras movem, mas os exemplos arrastam”. Muitas vezes me esqueci desta verdade.

Só agora começo a compreender a importância de ser teu confidente. Tenho pena de não te dado o tempo de que precisavas para falar das tuas coisas.

Também não estava consciente da importância de te dizer que gosto de ti. Agora entendo-o muito bem, até porque começo a sentir que também preciso que me digas isso mesmo a mim.

Peço-te o favor de não seres muito duro quando me julgas e condenas. Gostava de pedir-te para procederes de modo a que também eu me aperceba de que gostas de mim.

Queria que tivesses a certeza de que estava disposto a dar a minha vida por ti.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

domingo, 18 de maio de 2008

A MENINA QUE DESCOBRIU O ROSTO DE DEUS-I

I-A DESCOBERTA DA ANA PATRÍCIA

A Ana Patrícia tinha sete anos quando fez uma descoberta muito bonita na catequese. Naquele dia, a Ana Patrícia estava desejosa de chegar a casa para contar à mãe a descoberta que tinha feito.

A mãe apercebeu-se de que ela tinha algo de importante para lhe comunicar e por isso, antecipando-se, perguntou-lhe:

“Sinto que tens algo de importante e muito bonito para me dizer. Queres contar-me agora?”.
Satisfeita por ver a mãe disponível para a escutar, a Ana Patrícia começou, então, a descrever a sua descoberta:

Eu já sabia que todas as crianças têm um pai e uma mãe. Eu também sabia que os pais da Rita são uns e os pais do Miguel são outros.

Também sabia que as pessoas que têm os mesmos pais são irmãos. Também já sabia, acrescentou a Ana Patrícia, que os nossos pais e os nossos avós tiveram os seus pais.

Eu já tinha aprendido que Adão e Eva foram os primeiros pais humanos. Mas hoje descobri uma coisa nova muito importante: há um Pai que é pai de todos os pais, de todos os avós e bisavós e que foi o pai de Adão e Eva.

Hoje descobri que Deus é uma família de três pessoas e que nós pertencemos todos à mesma Família de Deus.

Isto quer dizer que a mãe e o pai também são filhos de Deus e que, no céu, nós seremos todos irmãos.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A MENINA QUE DESCOBRIU O ROSTO DE DEUS-II

II-O DIÁLOGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

A mãe da Ana Patrícia aproveitou a oportunidade para lhe explicar este mistério de sermos todos membros da Família de Deus e disse-lhe:

“Acabaste de fazer uma descoberta muito importante. De facto, Deus é uma família de três pessoas cujos nomes são: Pai, Filho e Espírito Santo.

Uma vez, continuou a mãe da Ana Patrícia, as pessoas divinas combinaram um plano muito bonito para todos nós.

Foi assim: Deus Pai, falando com o seu Filho e o Espírito Santo disse-lhes: “Vamos criar os seres humanos à nossa imagem e semelhança e vamos fazer deles membros da nossa família. Eu vou ser um Pai para todos eles.”

Depois, o Filho de Deus acrescentou: “Uma vez que tu és meu Pai, então eles vão ser meus irmãos”.

Depois, Deus Pai confirmou e disse: “fazes-te um deles pela Encarnação e assim tornas-te o primogénito, isto é, o primeiro de muitos irmãos (cf. Rm 8, 29).

Depois Deus Pai acrescentou: “Eu acho que o Espírito Santo também tem algo de importante para dizer.

O Espírito Santo é a ternura maternal de Deus. Na verdade, o seu jeito de amar é como o de uma mãe infinitamente boa.

Como sabemos os meninos e as meninas entram nas famílias humanas, através das mães.
Por outras palavras, é pela ternura maternal que os filhos entram nas famílias humanas, diz o Espírito Santo.

Como eu sou a ternura maternal de Deus, deve ser por mim, diz o Espírito Santo, que os seres humanos devem ser introduzidos na Família de Deus.

Na verdade, São Paulo diz que os seres humanos que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos de Deus Pai e irmãos do Filho de Deu (Rm 8, 14.17).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A MENINA QUE DESCOBRIU O ROSTO DE DEUS-III

III-A MISSÃO DAS PESSOAS DIVINAS

Em seguida, Deus Pai disse ao Espírito Santo: Tu passas a ser o amor de Deus derramado no coração dos seres humanos (cf. Rm 5,5).

E o Filho de Deus acrescentou: “Se eu entro na família humana pela encarnação, então a encarnação vai acontecer pelo Espírito Santo, pois ele é a ternura maternal de Deus”.

“Depois de encarnar, já posso comunicar aos seres humanos a força do Espírito Santo, dando-lhes assim o poder de se tornarem filhos de Deus.

O poder de nos tornarmos filhos de Deus, diz o evangelho de São João, é-nos dado por Cristo ao encarnar.

Este poder não nos é dado pela vontade do Homem, nem por decisão da carne, mas sim pela vontade do Pai do Céu que nos envia o seu Filho e o Espírito Santo” (cf. Jo 1, 12-14).

Depois o Espírito Santo aproveitou para dar algumas sugestões. O Espírito Santo tem um jeito especial para dar sugestões bonitas e boas para a Humanidade.

Tomando a Palavra, disse: “O Filho de Deus, ao encarnar, abre as portas da família de Deus a os seres humanos.

Para completarmos esta obra de amor e salvação, tu que passas a ser o Pai de todos, podias derramar o teu amor de pai bondoso no coração dos pais humanos, a fim de estes amarem muito os seus filhos”.

Deus Pai gostou muito das palavras do Espírito Santo e disse: “Muito bem: Eu vou meter no coração dos pais o meu jeito de amar, a fim de os seus filhos, que também já são meus filhos, sejam pessoas muito felizes”.

Depois o Espírito Santo acrescentou: “E como eu amo com ternura maternal, vou introduzir o meu jeito maternal de amar na coração das mães, a fim de os filhos dos seres humanos serem pessoas bem-amadas.

Vou começar por fazer isto no coração de Maria, a mãe do Filho de Deus, a fim de ela amar o seu Filho com o próprio jeito de amar do Espírito Santo”.

Em Comunhão Com Deus
Calmeiro Matias

A MENINA QUE DESCOBRIU O ROSTO DE DEUS-IV

IV- OS PAIS HUMANOS SÃO UM DOM DE DEUS

Maria, a mãe de Jesus, amou o seu Filho com a ternura especial do Espírito Santo. Foi por esta razão que Maria ficou cheia do Espírito Santo no momento em que o anjo lhe anunciou que ela ia ser a mãe do Filho de Deus.

Eis as palavras que o anjo disse a Maria nesse momento em que lhe anunciou o grande dom que Deus lhe ia conceder:

“O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré. O anjo tinha a missão de comunicar uma mensagem a uma jovem desposada com um homem da casa de David cujo nome era José.

Ao entrar na casa de Maria, o anjo disse-lhe: “Avé Maria, cheia de graça. O Senhor Deus está contigo”

Ao ouvir aquela voz, Maria ficou perturbada, pois não entendia o sentido daquelas palavras.
Então o anjo disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, pois Deus vai favorecer-te.

Vais conceber um filho no teu seio um filho ao qual porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á filho do Altíssimo (…). Depois o anjo acrescentou: “O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá o seu poder sobre ti.

Por isso é que o Menino que vai nascer de ti, acrescentou o anjo, será chamado Filho de Deus” (Lc 1, 26-35).

Graças à explicação da sua mãe, a Ana Patrícia compreendeu que Deus nos ama a todos como membros da sua Família:

Deus Pai é pai de todos nós. Graças a isso somos todos irmãos uns dos outros e Jesus Cristo, como é o Filho de Deus, é também nosso irmão.

No nosso coração habita a ternura do Espírito Santo que nos conduz ao Pai. Nesse momento, Deus Pai acolhe-nos como filhos e dá-nos um beijo.

Os pais que amam muito os seus filhos são um dom muito especial de Deus pai para os seus filhos.

Nesse dia, a Ana Patrícia aprendeu que é o Espírito Santo que no nosso coração nos ensina a dizer “Abba” isto é, Papá.

Compreendeu também que é Deus Pai que prepara o coração dos nossos pais, a fim de eles nos amarem com o próprio jeito de Deus.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A BÍBLIA COMO FONTE DE ESPIRITUALIDADE-I

I-NOVA ALIANÇA E LIBERTAÇÃO

Podemos dizer que o povo bíblico tem uma espiritualidade rica e centrada nos fundamentos da fé, isto é, nas Sagradas Escrituras.

A espiritualidade de uma comunidade ou de um Povo crente manifesta-se, não apenas no modo como reza ou celebra o culto, mas sobretudo, no modo como o dia-a-dia é dinamizado pela fé das pessoas.

Uma espiritualidade manifesta-se no modo de as pessoas estarem na vida, isto é, no modo de se relacionarem, no modo como a fé está presente nas suas opções, escolhas ou orientações de vida.

O jeito de viver de uma pessoa ou de um povo revela o rosto do Deus em que acredita, seja um Deus vingativo, justiceiro, legalista, faminto de cultos e sacrifícios, ou um Deus que ama aquilo que cria.

Entre os traços divinos que percorrem as Escrituras o mais constante é certamente a unicidade divina, a qual é o fundamento do monoteísmo.

O Senhor é o Deus da Aliança. É leal, fiel e verdadeiro. As Escrituras dizem que o Povo Bíblico foi eleito por livre iniciativa de Deus.

É um povo sinal de um plano de amor e salvação para todos os povos, raças, línguas e nações (Gn 12, 3).

Deus é o Senhor da Aliança, pois é um Deus que não se impõe. Os membros do Povo estão ligados ao Senhor por elos de mútuo acordo.

Por outras palavras, no contexto de aliança em que vivia o Povo Bíblico, Os crentes não são escravos de uma divindade sem coração.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A BÍBLIA COMO FONTE DE ESPIRITUALIDADE-II

II-NOVA ALIANÇA E NOVA HUMANIDADE

Ao escolher e abençoar Abraão, Deus estava a pensar numa bênção para toda a Humanidade (Gn 9, 9-17).

A História de Israel relata muitas infidelidades do povo em relação à Aliança. Por isso Yahvé concebe uma Nova Aliança assente, não em normas e preceitos, mas na força do Espírito Santo (Jer 31, 31-33; Ez 36, 26-27).

O Novo Testamento é uma proclamação da Nova Aliança selada em Cristo, pois nele se encontra o melhor de Deus e o melhor do Homem.

São Paulo diz que, em Cristo, tudo se fez novo. O velho passou. Tudo isto vem de Deus que reconciliou a Humanidade consigo, não levando mais em conta os pecados dos homens (2 Cor 5, 17-19).

Este texto é uma síntese do essencial da Nova Aliança, a implica a vivência da alegria, do perdão e da reconciliação como Dom oferecido por Deus à Humanidade.

São Paulo diz que o Povo de Israel ainda continua a ler as Escrituras com um véu sobre o rosto, o qual não lhes permite ver o alcance da Nova Aliança.

Esse véu só cairá, continua São Paulo, quando se o povo de Israel se converter a Jesus ressuscitado (2 Cor 3, 15-16).

Na verdade, só pela aceitação de Cristo ressuscitado esse véu pode ser removido (2 Cor 3, 14).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A BÍBLIA COMO FONTE DE ESPIRITUALIDADE-III

III-CRISTO E A NOVA ALIANÇA

Em Cristo, diz a Carta aos Hebreus, Deus encontrou o medianeiro capaz de garantir a permanência da Nova Aliança (Heb 7, 22; 2 Cor 3, 6; Lc 22, 20; Mt, 26, 28; Mc, 14, 24).

Nele aconteceu o perdão gratuito dos pecados. Por isso já não são necessários sacrifícios para o perdão do pecado (Heb 10, 5-17).

Citando Isaías, São Paulo insiste em que Cristo é o prometido. Em Jesus Ressuscitado, Deus realiza as promessas que Deus fez aos patriarcas e que, mais tarde, anunciou pelos profetas.

A Carta aos Romanos recorda as promessas feitas pelos antigos profetas quando afirma: “Esta é a Aliança que eu farei com eles quando lhes tiver tirado os seus pecados” (Rm 11, 27).

Ao falarem da Nova Aliança, os profetas insistiam dizendo que a Nova Aliança não assenta em leis, normas ou preceitos, mas numa mudança de coração como foi anunciado pelos profetas (Ez 36, 26-27; Jer 31, 31-33).

Os tempos messiânicos serão tempos marcados por uma grande actividade do Espírito Santo.
Jovens e idosos diz o profeta Joel, serão movidos pela força do Espírito de Deus (Jl 2, 28).

A vivência da Nova Aliança implica uma espiritualidade renovada, assente na fidelidade ao Espírito e não baseada na letra da Lei de Moisés.

São Paulo diz que a letra mata, mas o Espírito vivifica (2 Cor 3, 6). O Povo Bíblico é um povo que louva o Senhor.

As pessoas reconhecem Deus como fonte dos bens que acontecem aos homens. Os salmos são o grande testemunho de que a espiritualidade do povo bíblico é uma spiritualidade de louvor.

Os personagens bíblicos mais marcantes são apresentados como modelos de gratidão e reconhecimento dos dons de Deus (Gn 8, 20-22; Gn 24, 26-27; 1 Sam 2, 1-10; 2 Sam 7, 18-29; Lc 1, 46-56; 1, 67-79; 2, 29-32).

Em Jesus Cristo, este impulso de gratidão é visto como uma exultação de louvor e gratidão que emerge no coração pela acção do Espírito Santo (Lc 10, 21-22).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

quarta-feira, 14 de maio de 2008

ESPÍRITO SANTO E DINÂMICA DA SALVAÇÃO-I

I-AS COORDENADAS DA PLENITUDE

Com Cristo ressuscitado, a Humanidade deu um salto qualitativo através do qual atingiu a plenitude da vida.

Ao ressuscitar, Jesus passou da face exterior para a face interior da realidade. A face interior do real é a dimensão na qual acontece a Comunhão Universal que constitui a Família de Deus!

Podíamos dizer que a face interior da realidade é a esfera da vida pessoal em comunhão universal.

Antes da criação do Universo, só existia a Santíssima Trindade cuja mora é uma comunhão de amor infinitamente perfeito.

O Universo surge como uma génese gigante, exterior ao próprio Deus. De facto, o amor emerge a partir de dentro e Deus, como diz a Bíblia, é amor (1 Jo 4,7).

Eis a razão pela qual Deus é a interioridade máxima de todas as coisas. O Universo inicia a sua génese criadora a partir de Deus que, como presença interior, dinamiza a marcha da Criação, mas sem a manipular.

Algo de semelhante acontece com a nossa interioridade espiritual em relação à saúde e dinamismo do nosso corpo.

Na marcha criadora do Universo tudo acontece através de uma sequência de causas e efeitos. Tudo funciona com a sua própria autonomia. Mas o dinamismo divino, por ser relações de amor, é o mais nobre de todos.

O Universo está marcado com o selo das relações. De facto, a Santíssima Trindade é a matriz transcendente a partir da qual brotou o dinamismo criador.

A interioridade máxima do real é constituída pelas coordenadas da Divindade que são universalidade e equidistância.

E nós, graças a Cristo ressuscitado, já fomos assumidos na Família de Deus. Por isso, pelo acontecimento da sua morte, os seres humanos passam a habitar as coordenadas de Deus com Cristo ressuscitado.
Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

ESPÍRITO SANTO E DINÂMICA DA SALVAÇÃO-II


II-AVITÓRIA SOBRE A MORTE

Ao ressuscitar, Jesus Cristo venceu a morte para si e para nós. Isto foi possível porque nós fazemos um todo orgânico com ele.

Na véspera da sua passagem para a face interior da realidade, Jesus garantiu-nos que nós habitaríamos para sempre com ele na Festa do Reino de Deus.

Por outras palavras, por termos parte na sua ressurreição, Jesus garantiu-nos que temos habitação garantida na Comunhão da Família Divina.

Eis as palavras da sua promessa: "Não vos deixarei órfãos, pois eu voltarei a vós (...). Nesse dia compreendereis que eu estou no meu Pai, vós em mim e eu em vós" (Jo 14, 18-20).

Esta maneira de falar de Jesus quer dizer que seremos assumidos de modo orgânico na comunhão familiar da Santíssima Trindade.

Esta promessa dá-nos a certeza de que os nossos seres queridos que, pelo parto da morte, nasceram para a Vida Eterna, estão perto de nós.

Com efeito, nas coordenadas da universalidade e da equidistância, já não há lonjura, mas sim omnipresença a tudo e a todos.

Esta omnipresença acontece para nós a partir de dentro, pois dizer Reino de Deus é o mesmo que dizer interioridade máxima da realidade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

ESPÍRITO SANTO E DINÂMICA DA SALVAÇÃO-III

III-PRÓXIMO DE TUDO E DE TODOS

Mesmo agora, já não há lonjura nem distância entre a nossa interioridade espiritual e a Comunhão Universal da Família de Deus!

Podemos dizer que no ponto onde termina a nossa interioridade espiritual limitada começa a interioridade espiritual ilimitada da Comunhão Universal Vossa Família de Deus.

O animador desta comunhão orgânica universal da Família de Deus é o Espírito Santo. É por esta razão que ele está sempre à porta do nosso coração.

Sempre que pelo amor nos abrimos à comunhão, encontramo-nos com o Espírito Santo, pois ele não só inspira as nossas atitudes de amor, como também as optimiza.

Por outras palavras, é o Espírito Santo que nos introduz na dinâmica comunitária do Reino de Deus.

É pelo Espírito Santo que passamos a fazer parte da Nova Criação reconciliada com Deus, como diz São Paulo (2 Cor 5, 17-19).

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

ESPÍRITO SANTO E DINÂMICA DA SALVAÇÃO-IV

IV-OS PILARES DA SALVAÇÃO: NATAL E PÁSCOA

Este dom teve início com o mistério da Encarnação e atingiu a plenitude com a ressurreição de Cristo. Através da Encarnação o Divino enxertou-se no Humano, a fim de todos nós sermos divinizados.

No momento em que Jesus ressuscitou, a dinâmica do Natal que até então só habitava o seu coração, passou a habitar o coração de todos os seres humanos.

Com efeito, a salvação acontece pela incorporação das pessoas humanas na Comunhão Familiar das Pessoas Divinas.

Com o seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo incorpora-nos na Família de Deus: Como filhos em relação a Deus Pai e como irmãos em relação ao Filho de Deus.

Os dois pilares da dinâmica que nos salva são, na verdade, o Natal e a Páscoa.

A seiva que vivifica e robustece esta união humano-divina é o Espírito Santo, o Sangue da Nova e Eterna Aliança.

É este o mistério proclamado na Eucaristia, de modo particular no rito da comunhão do Pão e do Vinho consagrados.

O Evangelho de são João diz que a carne e o sangue de Cristo ressuscitado é o Espírito Santo e não uma realidade de tipo biológico (Jo 6, 62-63).

No momento da comunhão eucarística, os crentes reforçam a união orgânica que os liga a Cristo e à Santíssima Trindade, crescendo como Corpo de Cristo.

Eis a palavras de São Paulo: "Comemos do mesmo pão porque fazemos um só Corpo" (1 Cor 10, 17).

E ainda: “Vós sois membros do corpo de Cristo, cada qual na parte que lhe toca” (1 Cor 12, 27); "Todos fomos baptizados no mesmo Espírito, a fim de formarmos um só corpo" (1 Cor 12, 13).

Como Sangue da Nova aliança, o Espírito Santo reforça os elos da nossa comunhão com Cristo e torna-nos participantes da sua ressurreição.

Eis as palavras de Jesus a este respeito: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.

Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue viverá por mim" (Jo 6, 56-57).

Ao comerem o Pão e beberem o Vinho da Eucaristia, os cristãos estão a afirmar que é no interior da pessoa que acontece a união e a interacção que diviniza a pessoa humana, incorporando-a na Família Divina.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

segunda-feira, 12 de maio de 2008

DO BARRO INICIAL AO HOMEM DIVINIZADO-I

I-O BARRO AMASSADO

Ao iniciar a génese da criação, Deus já tinha em mente a emergência da vida pessoal-espiritual, condição básica para esse gesto de amor infinito que é a Encarnação e a ressurreição de Cristo.

Por outras palavras, ao iniciar a marcha criadora do Universo, Deus já tinha em vista a génese da vida espiritual humana e a sua divinização em Jesus Cristo.

A revelação diz-nos que a plenitude dos seres humanos não culmina na comunhão humana, mas sim na assunção e incorporação na Família de Deus.

É verdade que a humanização precisa de um contexto amoroso para acontecer. Mas a nossa plenitude acontece através de Jesus ressuscitado que nos comunica o Espírito Santo e nos introduz na comunhão familiar da Santíssima Trindade.

É esta a razão pela qual temos de nascer de novo pelo Espírito Santo, como diz o evangelho de São João (Jo 3, 6).

Depois acrescenta: “A todos os que o receberam deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram dos laços do sangue, nem dos impulsos da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.

E o Verbo encarnou e veio habitar entre nós” (Jo 1, 12-14). Foi-nos dado o poder de nos tornarmos filhos de Deus. Isto significa que Deus está connosco, mas não está em nosso lugar.

Por outras palavras, nascemos inacabados, a fim de completarmos em nós a obra criadora de Deus, isto é, humanizarmo-nos em relações de amor, a fim de atingirmos a plenitude do Reino de Deus.

Emergir como pessoa significa crescer em densidade espiritual e capacidade de amar e comungar com Deus e os irmãos.

O ser humano nasce hominizado, isto é, com uma estrutura natural própria de homem, mas não nasce humanizado, pois a humanização é uma tarefa que só tem sucesso se for realizada em contexto de relações de amor.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DO BARRO INICIAL AO HOMEM DIVINIZADO-II

II-HUMANIZAÇÃO E COMUNHÃO COM DEUS

É através do processo de humanização que o ser humano emerge como pessoa livre, consciente, responsável e capaz de amar.

A humanização é uma tarefa que dura a vida toda de uma pessoa, a qual acontece como “emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a Comunhão Universal”.

Para nós, cristãos, a Comunhão Universal para a qual convergem os seres humanos na medida em que se humanizam é o Reino de Deus, a comunhão humano-divina da Família de Deus.

O projecto de Deus para a Humanidade implica, pois, duas dimensões: a criação e a salvação.
A criação, como acabámos de ver, acontece como processo histórico de humanização.

A salvação consiste na divinização do Homem mediante a sua assunção e incorporação na comunhão da Santíssima Trindade.

Isto quer dizer que será eternamente mais divino quem mais se humanizar na marcha histórica da sua realização.

O impulso inicial da humanização teve início com esse beijo que Deus deu no barro primordial do qual saiu o Homem.

Ao debruçar-se para dar um beijo no barro apto para emergir como interioridade espiritual, o hálito da vida de Deus, isto é, o Espírito Santo passa para o interior do barro e este torna-se barro com coração.

Mas a obra não fica terminada com a dinâmica da humanização. A plenitude do Homem acontece como divinização do humano que ele foi realizando.

Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus deu outro beijo ao Homem, a fim de iniciar a sua divinização.

O beijo da divinização acontece através do acontecimento da Encarnação, o qual acontece, tal como o primeiro beijo, pela comunicação do Espírito Santo.

Eis o que São Paulo diz na Carta aos Gálatas: “Mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher sujeita à Lei de Moisés, a fim de nos resgatar do poder da Lei e podermos receber a adopção de filhos.

E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho que, no nosso íntimo clama “Abba”, isto é, Papá.

Deste modo já não és escravo, mas filho. E$ se és filho, então também és herdeiro pela graça de Deus” (Gal 4, 4-7).

Esta graça de Deus, acrescenta São Paulo na Carta aos Romanos, é o Espírito Santo, o grande dom de Cristo ressuscitado.

Eis as suas palavras: “Na verdade, todos os que são conduzidos pelo Espírito Santo são filhos de Deus.

Vós não recebestes um espírito de escravidão que volte a encher-vos de medo, mas recebeste um Espírito que faz de vós filhos adoptivos.

É por este Espírito que clamamos “Abba” ó Pai. É também este Espírito que no íntimo do nosso coração nos faz compreender que somos realmente filhos de Deus.

Ora, se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo.

De facto, se sofremos com Cristo, também com ele seremos glorificados” (Rm 8, 14-16).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DO BARRO INICIAL AO HOMEM DIVINIZADO-III

III-O PAPEL DA REVELAÇÃO DE DEUS

Através do primeiro beijo aconteceu a intervenção especial de Deus na Criação do Homem (Gn 2, 7).

Pelo segundo beijo acontece uma nova geração e um novo nascimento para a vida divina: “Em resposta, Jesus disse-lhe: “Em verdade, em verdade te digo: “quem não nascer do Alto não pode ver o Reino de Deus”.

Perguntou-lhe Nicodemos: “Como pode um homem nascer sendo velho? Porventura poderá entrar no ventre de sua mãe e nascer outra vez?” (Jo 3, 3-4).

Os mistérios da fé, para seres compreendidos exigem uma meditação assídua da Palavra de Deus.

Por outras palavras, os mistérios de Deus e da Salvação do Homem não são evidentes e, por esta razão, só por revelação podemos ter acesso ao seu significado profundo.

Jesus quis revelar o mistério da divinização do Homem a Nicodemos e por isso acrescentou:
“Aquilo que nasce da carne é carne. Aquilo que nasce do Espírito é espírito.

Não te admires, pois, por eu te ter dito que tendes de nascer do Alto. O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai.

Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito” (Jo 3, 6-8). Nascer do Espírito é entrar na dinâmica do Homem Novo, o qual é conduzido para a plenitude da novidade de Deus.

Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo vai-nos conduzindo pata a plenitude da família
divina.

Ninguém conhece por si esta plenitude, pois trata-se de uma revelação, como Jesus diz no evangelho de São Lucas:

“Naquele instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: “Bendigo-te ó Pai, Senhor do C+eu e da terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos.

Sim Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o filho houver por bem revelar-lho.

Depois, voltando-se para os discípulos disse-lhes: “Felizes os olhos que vêem os que estais a ver.
Na verdade, muitos profetas e reis quiseram ver o que estais a ver e não o viram, ouvir o que estai a ouvir e não o ouviram” (Lc 10, 21-24).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DO BARRO INICIAL AO HOMEM DIVINIZADO-IV

IV-COM DOIS BEIJOS DEUS CRIA E SALVA O HOMEM

O primeiro beijo foi dado por Deus Pai ao Homem no início da grande epopeia da humanização.
O segundo beijo é dado ao Homem por Deus filho no momento da Encarnação, como vimos, a fim de acontecer a divinização do Homem.

Na verdade, através da dinâmica da Encarnação o divino enxertou-se no humano em Jesus de Nazaré, dando início à humano-divinização.

Através do segundo beijo, os seres humanos passam a interagir de modo orgânico com a própria comunidade da Santíssima Trindade.

Primeiro aconteceu apenas com Jesus. Podemos dizer que durante cerca de trinta anos apenas um homem foi divino.

No momento da ressurreição de Jesus, isto passa a ser verdade para todos os seres humanos, mas pela mediação de Jesus Cristo:

“Jesus respondeu a Tomé: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai a não ser por mim” (Jo 14, 6).

O Espírito Santo fortalece e alimenta a nossa união orgânica com Jesus. Segundo a imagem do evangelho de São João, Jesus é a cepa da videira da qual nós somos os ramos.

Nós apenas podemos ser ramos vivos e fecundo se estivermos unidos à cepa (Jo 15, 4-5). Sem esta união orgânica nós não podíamos ter acesso à comunhão familiar da Santíssima Trindade.

A seiva que circula e fortalece esta união orgânica é o Espírito Santo que Jesus ressuscitado nos comunica.

É como que uma Água Viva, diz o evangelho de São João, que faz emergir uma nascente de Vida Eterna no nosso coração (Jo 7, 37-39).

Por outras palavras, falar da seiva da videira que vem da cepa para os ramos ou da Água Viva que vem de Cristo para o nosso coração é exprimir a dinâmica do Espírito Santo no nosso íntimo.

Ele é o Sangue da Nova Aliança que nos comunica a vida humano-divina de Cristo, introduzindo-nos na Vida Eterna (Jo 6, 62-63).

Ele é o Sangue da Nova Aliança que vai ser derramado por todos para perdão dos pecados (cf. Mt 26, 28).

Ele é o produto da videira que Jesus beberá com os discípulos no Reino de Deus (Mt 26, 29 cf. Mc 14, 25; Lc 22, 17-18).

O beijo primordial no barro comunica-nos o hálito da Vida, isto é, o Espírito Santo, fazendo de nós seres viventes (Gn 2,7).

O beijo da plenitude, isto é, a dinâmica da Encarnação, introduz-nos na plenitude dos tempos e faz de nós membros da Família de Deus (Gal 4, 4-7; Rm 8, 14-17).

Eis as palavras de São Paulo na Carta aos Gálatas: “Mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher (…), a fim de recebermos a adopção de filhos.

E porque somos filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito Santo de seu filho que, no nosso íntimo clama: Abba, ó Pai” (Ga 4, 4-6).

Na verdade, é o Espírito Santo quem nos introduz na Família de Deus (Rm 8, 14). São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Isto quer dizer que é de modo orgânico que o Espírito Santo nos introduz na Família da Santíssima Trindade. O plano da Salvação assenta, pois, sobre dois beijos, os quais devem ser entendidos como uma realidade dinâmica e progressiva.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DO BARRO INICIAL AO HOMEM DIVINIZADO-V

V-ESPÍRITO SANTO E PLENITUDE HUMANA

Graças a esta presença dinâmica do Espírito Santo em nós, Deus torna-se realmente o Emanuel, isto é, o Deus connosco, como diz o evangelho de São Mateus:

“Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho a quem chamarão Emanuel, isto é, Deus connosco” (Mt 1, 23).

Pelo primeiro beijo, o Espírito Santo Deus vai-nos moldando à imagem e semelhança de Deus (Gn 1, 26-27).

Pelo segundo, incorpora-nos na Família Divina (Jo 1, 12-14). Pelo primeiro beijo, o Espírito Santo ajuda-nos a caminhar no processo da nossa humanização.

Pelo segundo realiza em nós a dinâmica da ressurreição, a qual culmina na assunção e incorporação na Família Divina.

Para o evangelho de São João, a Eucaristia é o mistério da comunicação do Espírito como alimento da vida eterna.

O Espírito Santo é o Espírito de Cristo ressuscitado. Assim como ressuscitou Jesus também nos vai ressuscitando com ele:

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, do mesmo modo quem me come viverá por mim” (Jo 6, 56-57).

Graças à acção do Espírito Santo, Jesus de Nazaré, o Filho de Maria, faz um com o Filho Eterno de Deus, tal como o Pai e o Filho, em Deus, fazem um.

Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João: “Eu e o Pai somos Um” (Jo 10, 30). Jesus Cristo é, pois a condição para o dinamismo salvador do Espírito Santo se difundir organicamente pela Humanidade, incorporando-nos na família da Santíssima Trindade.

Deste modo o Filho unigénito de Deus, pelo mistério da Encarnação tornou-se o primogénito de muitos irmãos, como diz a Carta aos Romanos (Rm 8, 29).

São Paulo diz que o nosso coração é templo do Espírito Santo: “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?” (1 Cor 3, 16).

Na Segunda Carta aos Coríntios, São Paulo volta a insistir neste ponto, dizendo: “Nós é que somos o templo do Deus vivo, como disse o próprio Deus: Habitarei e caminharei no meio deles, serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (2 Cor 6, 16).

É, pois, a partir do nosso íntimo que se constitui essa união orgânica que nos insere na Família de Deus:

“Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que está em vós e que recebestes de Deus? “ (1 Cor 6, 19).

A única força que pode destruir em nós o templo de Deus é o egoísmo, a fonte de todo o pecado:
“Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá, pois o templo de Deus é santo e esse templo sois vós” (1 Cor 3, 16-17).

O livro do Apocalipse descreve esta comunhão do Homem com Deus de maneira muito bonita:
“E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: ‘Esta é a morada de Deus entre os homens.

Ele habitará com os homens e eles serão o seu povo. O próprio Deus estará com eles e será o seu Deus, enxugando todas as lágrimas dos seus olhos e não haverá mais morte nem pranto nem dor”. (Apc 21, 3-4).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DO BARRO INICIAL AO HOMEM DIVINIZADO-VI

VI-JESUS CRISTO É A CÚPULA DA CRIAÇÃO

Como vemos, Jesus Cristo é a cúpula do plano de criador de Deus. Isto quer dizer que a Salvação em Cristo é a plenitude da Criação.

O pecado humano não aboliu o plano de Deus, pois em Cristo, Deus reconciliou consigo a Humanidade, diz São Paulo, não levando mais em conta o pecado dos homens.

Eis a razão pela qual Jesus Cristo é a Cabeça da Nova Criação (2 Cor 5, 17-18). O prólogo do evangelho de São João representa o ponto mais alto da fé na obra criadora de Deus realizada Por Cristo.

É por esta razão que São João inicia o prólogo do seu evangelho com as mesmas palavras com que o Génesis inicia o relato da criação: “ No princípio” (Jo 1,1; cf. Gn 1, 1).

Se a consumação de todas as coisas acontece em Cristo ressuscitado, então a nossa meta não é o vazio da morte, mas a nossa divinização mediante a incorporação na plenitude da vida na Família de Deus.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

domingo, 11 de maio de 2008

ROSTO COMUNITÁRIO DE DEUS E SALVAÇÃO-I

I-DEUS TEM UM CORAÇÃO COMUNITÁRIO

O nosso Deus não é uma força misteriosa e fria, privada de sentimentos. O coração de Deus é relações e reciprocidade comunitária.

O Deus da fé cristã é três pessoas que interagem em dinâmica de comunhão familiar. À maneira de um pai bondoso, a primeira pessoa da Santíssima Trindade acolhe-nos na Família de Deus como filhos.

Somos acolhidos como irmãos muito amados pelo Filho Eterno Deus. A terceira pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito santo, é a ternura maternal de Deus.

No interior da comunhão trinitária é o ponto de encontro do Pai com o Filho e o princípio animador de comunhão amorosa.

Mas o Espírito Santo é também a pessoa divina que tem a missão de nos introduzir na Família de Deus.

Com seu jeito maternal de amar conduz-nos ao Pai que nos acolhe como filhos e ao Filho que nos acolhe como irmãos.

O Espírito Santo é o princípio animador de relações de amor e, fazendo que a vida divina circule, não só em Deus mas também de Deus para nós.

O Espírito Santo é, na verdade, o sangue da Nova Aliança, alimentando e fazendo circular a vida divina no nosso íntimo.

Ele é a Água Viva que faz emergir no nosso coração uma nascente de vida eterna, como diz o evangelho de São João (Jo 4, 14; 7, 37-39).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

ROSTO COMUNITÁRIO DE DEUS E SALVAÇÃO-II

II-ASSUMIDOS NA COMUNHÃO TRINITÁRIA

Pelo acontecimento da Encarnação, o Espírito Santo foi-nos comunicado de modo intrínseco, tornando-se a seiva da vida eterna a circular em nós.

Ele é como a seiva da laranjeira que se comunica ao ramo de limoeiro que nela foi enxertado.
Quando decidimos fazer o bem estamos já a responder aos apelos que o Espírito Santo faz no mais íntimo do nosso coração.

São Paulo diz que todos os que são movidos pelo Espírito Santo são filhos e herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros com o Filho Eterno de Deus que escolheu ser nosso irmão (Rm 8, 14-16).

O espírito Santo já actuava na História antes de Jesus Cristo, mas não a nível intrínseco. Foi em Cristo que o Espírito Santo nos foi comunicado à maneira da seiva que vem da cepa para alimentar os ramos (Jo 15, 1-7).

A comunicação intrínseca do Espírito Santo faz de nós uma união orgânica de tipo familiar com Deus.

O Pai e o Filho fazem um no Espírito Santo (Jo 10, 30). Trata-se de uma união onde a pessoa do Pai encontra a sua plenitude paternal no face a face com o Filho e Este encontra a sua plenitude filial no face a face com o Pai.

Ao ressuscitar, Jesus Cristo comunica-nos o princípio vital do Espírito Santo, o qual nos confere o poder de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1, 12-14).

Deste modo, passámos a fazer um todo orgânico com o Pai e o Filho (Jo 17, 21-23). O evangelho de São João diz expressamente que este dom intrínseco do Espírito Santo só nos foi comunicado através de Cristo ressuscitado (Jo 6, 62-63).

É no espírito Santo que o Pai e o Filho nos amam incondicionalmente. Deus não esteve à espera que fossemos bons para nos amar. Aliás nunca nos chegaria amar-nos.

Pelo contrário, é porque Deus nos ama de modo incondicional que nos dá a força e a luz do Espírito Santo, a fim de nos ajudar a ser bons.

Os fariseus pensavam que podiam ser bons sem Deus. Por isso caíram no legalismo, que é uma mera execução de normas, leis e preceitos que não passam de invenções humanas e de um modo de agir que não cria em nós um coração fraterno.

A plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão. Isto quer dizer que santidade é igual a comunhão amorosa.

Deus é a santidade por excelência, pois é uma comunhão trinitária perfeita. A Primeira Carta de São João diz que Deus é Amor (1 Jo 4, 8).

Só vivem em comunhão com Deus as pessoas que vivem em dinâmica de amor.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

ROSTO COMUNITÁRIO DE DEUS E SALVAÇÃO-III

III-ACOLHIDOS COMO FAMÍLIA

Graças ao dom do Espírito Santo que nos vem de Cristo ressuscitado, o ser humano já pode entrar no diálogo da Santíssima Trindade.

Podemos dizer que orar no Espírito santo é entrar no diálogo familiar com Deus: filhos que dialogam com Deus Pai e irmãos que dialogam com o filho eterna de Deus.

Quando acontece no Espírito Santo, a nossa comunicação com Deus passa-se ao nível da comunhão familiar humano-divina.

O Pai revela-se-nos como um Pai bondoso que nos ama incondicionalmente e, portanto, está sempre disposto a perdoar.

É no Espírito Santo que o Filho se comunica connosco e nos revela o Seu coração de irmão solidário, companheiro fiel, disposto a partilhar e a dar uma mão para apoiar e ajudar.

Ao Encarnar, o Filho de Deus deu provas de ser um irmão leal, generoso e sempre disposto a dar o melhor de si.

É um irmão sempre atento, embora de modo discreto, sincero e fiel. O Espírito Santo é o amor maternal de Deus. São Paulo diz que ele é o amor de Deus derramado nos nossos corações.

Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo introduz-nos na comunhão da Família Divina.
Na verdade é sempre através da ternura maternal que as pessoas são introduzidas na comunhão familiar.

São Paulo diz que todos os que são conduzidos pelo Espírito Santo são filhos e herdeiros de Deus Pai e irmãos e co-herdeiros do Filho de Deus (Rm 8, 14-17).

Depois acrescenta de Jesus Cristo é o primogénito dos muitos irmãos (Rm 8, 29). O Espírito Santo é o sangue de Deus a circular no nosso íntimo, alimentando e fortalecendo a vida divina em nós.

Ele é o Consolador que nos fortalece e consagra para anunciarmos o Evangelho aos irmãos.
Perante as perseguições ele liberta-nos do medo e inspira-nos o que devemos dizer para testemunharmos a nossa fé nos momentos de aflição (Mt 10, 20).

É o Espírito Santo que faz cair dos nossos olhos as escamas que nos impedem de ver com nitidez o mistério de Deus e a salvação que ele nos oferece em Cristo.

Depois de estas escamas caírem dos nossos olhos, podemos ser apóstolos de Cristo, tal como aconteceu com São Paulo logo que as escamas caíram dos seus olhos (Act 9, 18).

O rosto do nosso Deus é trinitário. A essência de Deus é as relações comunitárias. As pessoas divinas não são meros elementos de adorno de uma natureza divina abstracta.

Pelo contrário, a natureza divina, tal como a humana, concretiza-se em pessoas.Por outras palavras, a natureza divina realiza-se de modo único, original e irrepetível em cada uma das pessoas divinas.

Do mesmo modo, a natureza humana está a emergir de modo único, original e irrepetível no concreto de cada pessoa humana.

A Criação leva consigo as impressões digitais da Santíssima Trindade, isto é, o selo das relações.
Desde o átomo ao sistema solar, da galáxia à totalidade do Universo, tudo tem a marca das relações.

Mas é nas pessoas humanas que as relações podem tornar-se semelhantes às relações entre as pessoas divinas, isto é, relações de amor e comunhão.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sexta-feira, 9 de maio de 2008

MISTÉRIO DE DEUS E REVELAÇÃO-I

I-A REVELAÇÃO COMO DOM DE DEUS

Só por si, os seres humanos são incapazes de saber quem é Deus. De facto, ninguém pode ir ao Céu para desvendar o mistério de Deus e qual o seu jeito de ser.

Se o Homem tenta conhecer a realidade de Deus utilizando apenas as suas capacidades humanas, apenas consegue criar um deus à sua imagem e semelhança.

Mas Deus não é uma realidade criada à imagem do Homem. Este é que é alguém criado à imagem de Deus.

No entanto, bem sabemos como é importante para a Humanidade conhecer Deus e o seu plano salvador.

Este conhecimento capacita-nos para saborearmos o sentido mais profundo da realidade e da nossa própria vida.

O conhecimento do mistério de Deus e o seu plano salvador em favor do Homem, ajuda os seres humanos a possuírem um sentido mais pleno e profundo da vida e da meta para a qual estamos a caminhar.

Por outras palavras, conhecendo o significado da sua existência, dentro de um plano global de Amor e Salvação, as pessoas humanas têm razões para se comprometer com a construção da vida.

Foi esta a razão pela qual Deus tomou a iniciativa de se revelar na História. Coube ao Espírito Santo a missão histórica de revelar o rosto de Deus à Humanidade.

Além da missão personalizante, o Espírito Santo tem ainda a missão reveladora e a missão divinizante na marcha da História da Humanidade.

Na verdade, é sempre pelo Espírito Santo que Deus se comunica, tanto no interior das relações da Santíssima Trindade, como para o exterior, isto é, em relação à Humanidade a acontecer na História.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

MISTÉRIO DE DEUS E REVELAÇÃO-II

II-POVO DE DEUS E REVELAÇÃO

A revelação de Deus à Humanidade começou a acontecer dentro do Povo Bíblico. Este povo foi não apenas o alfobre onde emergiu e cresceu a Palavra de Deus, como também o regaço onde o Messias foi acolhido.

Mas o Povo Bíblico era uma mediação limitada, pois estava encerrado nas coordenadas limitadas de uma raça, uma língua, uma cultura e uma nação com fronteiras bastante estreitas.

Este povo, alimentava o sonho imperialista de dominar sobre os outros povos, pretendendo possuir um domínio universal sobre os outros povos.

Além disso, tinha a pretensão de ser o único povo amado de Deus. Todos estes aspectos limitavam enormemente as possibilidades de o Povo Bíblico ser realmente o medianeiro universal da revelação de Deus.

Por esta razão que Jesus Cristo, começa a anunciar o Reino de Deus, o qual implica a realização do plano salvador de Deus em favor de todos os homens.

Através de Jesus Cristo, Deus assina com a humanidade uma Nova e Eterna Aliança, tal como muitos profetas já tinham anunciado.

O Povo da Nova Aliança é o Novo Povo de Deus constituído com gentes de todas as raças, línguas, povos constituído com gentes de todas as raças, línguas, culturas, povos e nações.

O Povo da Nova Aliança recebe de Cristo o Evangelho da Salvação Universal e a missão de o Anunciar a todos os povos:

“Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes: “Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois por todo o mundo e fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado.
Eu estarei convosco até ao fim dos tempos” (Mt 28, 18-20).

Pelo facto de ser composto por gentes de todos os povos raças, línguas e nações, no Novo povo de Deus é uma mediação para o Espírito Santo anunciar o Evangelho no interior de todos os povos e em todas as línguas.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

MISTÉRIO DE DEUS E REVELAÇÃO-III

III-A REVELAÇÃO COMO PROCESSO HISTÓRICO

O Deus da Revelação diz-se de modo gradual e progressivo. Por outras palavras, o rosto de Deus foi-se definindo de modo surpreendente, transcendendo tudo o que a razão e as religiões tinham dito.

As religiões tinham criado uma série imagens de Deus, as quais não eram mais que rostos do próprio Homem.

De modo gradual e progressivo, Deus foi-se revelando, ao ponto de se revelar como um Deus que é comunhão amorosa de três pessoas.

Movido pelo seu amor incondicional, Deus decidiu criar o Homem à sua imagem e semelhança e sonhou logo com o mistério da Encarnação, a fim de o Homem poder ser incorporado na Família de Deus.

A dinâmica da Encarnação acontece como uma união orgânica entre a interioridade divina do filho Eterno de Deus e a interioridade humana de Jesus de Nazaré, o Filho de Maria.

Como Jesus é homem connosco ele é a cepa da videira da qual nós somos os ramos (Jo 15, 1-7).
Como o Humano e o Divino em Jesus Cristo fazem uma união de grandeza humano-divina, a Humanidade, unida a Jesus, fica unida com ele ao mistério da Santíssima Trindade.

São Paulo diz que todos os que são movidos pelo Espírito Santo são incorporados na comunhão familiar divina, como filhos e herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros do Filho de Deus (Rm 8, 14-17).

Esta incorporação do Homem na Família de Deus é um dom. O modo concreto de aceitarmos este dom é vivermos as propostas do amor a Deus e aos irmãos.

O mistério de um Deus que é comunhão familiar, juntamente com os mistérios da Encarnação e da divinização do Homem, constitui o coração da revelação de Deus.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias