sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

SABOREANDO UM SONHO LINDO DE DEUS-IV

IV-A PLENITUDE DO SONHO DE DEUS

Pela Encarnação, o Filho de Deus uniu-se a nós, a fim de fazermos uma unidade orgânica com o Pai mediante o Espírito Santo (Jo 17, 21-23).

Vista à luz da fé, a História Humana está cheia de sentido, pois é um projecto de amor sonhado por Deus.

Ao ressuscitar, Jesus introduziu a Humanidade na dinâmica da plenitude, isto é, na fase dos acabamentos.

Por acabamentos devemos entender a divinização dos seres humanos mediante a sua incorporação na Comunhão Divina.

São Paulo via a divinização do Homem Deus como a sua incorporação na Família de Deus:

Deus enviou o seu Filho, a fim de ele se tornar o primogénito de muitos irmãos (Rm 8, 29).
Uma vez introduzidos na Família de Deus já podemos clamar com alegria: “Abba”, ó Pai! (Gal 4, 4-7).

O Livro do Apocalipse fala do número incontável dos que vão participar da Comunhão Familiar de Deus.

Deus acolhe esta multidão dando um beijo a cada pessoa e limpando todas as lágrimas que possam subsistir da marcha da História.

Em primeiro lugar temos os justos da Antiga Aliança que é de cento e quarenta e quatro mil.
Trata-se de um múltiplo de doze que simboliza os doze patriarcas optimizados pelos doze apóstolos.

Vem depois a multidão dos cristãos oriundos do paganismo, os quais já estão espalhados pelos diversos quadrantes da terra.

Todos estão assinalados com o selo do Espírito Santo que é a garantia da salvação. “Não danifiqueis a terra nem o mar nem as árvores até termos marcado com o selo a fronte dos servos do nosso Deus.

Ouvi depois o número dos que foram assinalados: “cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos de Israel (…).

Depois disto apareceu uma multidão que ninguém podia contar, a qual provinha de todas as nações, povos e línguas” (Apc 7, 3-9).

Jesus vai conferir plenitude à História realizando, não a destruição dos pecadores, mas a salvação de todos os que tenham coração capaz de salvação.

Isto quer dizer que Deus não permitirá que se perca nada daquilo que existe de salvável na pessoa humana.

O juízo de Deus não efeito com base em leis semelhantes às leis dos tribunais. Deus é Amor (1 Jo 4, 7).
Isto quer dizer que a lei que preside ao julgamento de Deus é o amor, pois Deus não pode negar-se a si mesmo.

A primeira Carta a Timóteo diz que a vontade de Deus é que todas as pessoas se salvem e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (cf. 1 Tim 2, 4).

A plenitude do Reino de Deus não é uma questão de comida ou bebida, diz São Paulo, mas acontece como vivência de justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14, 17).

São Lucas vai nesta mesma linha quando afirma: “O Reino de Deus não vem de modo aparatoso, pois o Reino está dentro de cada um de vós (Lc 17, 20).

As coordenadas da Plenitude atingem-nos a partir de dentro, pois Deus é a interioridade máxima de todas as coisas.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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