quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A MORTE E O SENTIDO DA VIDA-III

III- SABER MORRER AO HOMEM VELHO

A pessoa que se gastou ao serviço do amor deixa de ser só dela, pois a sua vida torna-se uma vida partilhada e assumida na Comunhão do Reino de Deus.

As pessoas que gastaram a vida dando-se aos outros, encontram-se e possuem-se plenamente na Comunhão Universal.

Dar a vida por amor é a maneira mais perfeita de rebentar os muros da finitude humana e entrar nas coordenadas da universalidade e da equidistância.

A lei da Comunhão Universal é interacção plena e perfeita reciprocidade amorosa entre as pessoas.

Por outras palavras, na festa do Reino de Deus cada pessoa é mediação de plenitude e felicidade para os outros.

Na Festa do encontro e da partilha do Reino já não existe solidão, nem dor, nem luto ou carência.

Podemos dizer que não há ressurreição sem morte. O Homem Novo não pode nascer sem que o homem velho, isto é, o homem egoísta vá morrendo.

A Vida Nova, por ser pessoal, tem densidade espiritual e, portanto, imortal. Mas esta Vida Nova não emerge sem que a velha se vá gastando por amor.

Felizes os que sabem ir morrendo, dando vida aos outros, pois estão a renascer para a plenitude da comunhão.

A pessoa só se encontra e possui na comunhão amorosa. Reduzida a si a pessoa está em estado de malogro e perdição.

Com efeito, a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão com os outros. Eis a razão pela qual, a pessoa, ao tomar consciência da proximidade da sua morte, sente um apelo mais forte no sentido do amor, do desprendimento e de se dar mais plenamente.

Em Comunhão C0nvosco
Calmeiro Matias

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