quinta-feira, 12 de março de 2009

JESUS CRISTO E A PLENITUDE DOS TEMPOS-V

IV-SALVOS NA FIDELIDADE DE CRISTO

Como vemos, o sofrimento do justo não é visto numa linha de sacrifício expiatório, mas sim como uma mediação libertadora para o povo.

A restauração do povo exilado na Babilónia é vista pelo profeta Ezequiel como uma ressurreição.
Esmagados pela escravidão do exílio, o povo é um montão de ossos ressequidos.

Mas Deus vai fazer que o Espírito de Deus entre nesses ossos, diz Ezequiel e de novo voltarão a possuir uma vida plena (Ez 37, 1-14).

A imagem desta vida nova está inspirada no relato do sopro de Deus sobre o barro, aquando da criação do Homem (cf. Ez 37, 14).

A restauração dos pecadores realizada em Cristo é verdadeiramente uma Nova Criação, como diz São Paulo (2 Cor 5, 17).

Os pecadores, apesar de serem culpados de crimes e iniquidades, serão solidariamente redimidos e salvos, não pelos seus méritos, mas graças à fidelidade e à justiça do justo sofredor (cf. Is 52, 13-53, 12; Sal 21).

São Paulo, e depois dele os evangelistas, procuram defender a autenticidade messiânica de Jesus, fazendo a leitura da sua paixão e morte com as lentes da teologia do justo sofredor.

Deste modo ficam justificados os seus sofrimentos e a sua morte cruel. É esta a leitura que está na base dos muitos textos que nos apresentam a figura de Jesus como vítima de expiação, graças à qual, a humanidade é redimida.

Perante esta leitura, o argumento dos judeus, segundo o qual os sofrimentos e a morte de Jesus eram o sinal de que ele tinha sido amaldiçoado por Deus, não têm fundamento.

A Carta aos Efésios diz que Deus fez um plano para redimir a Humanidade através de Cristo.

Deste modo Deus conduziu os tempos à sua plenitude e fazendo de Cristo a cabeça da Humanidade restaurada (Ef 1, 9-10).

Em Cristo fomos marcados como selo do Espírito Santo, garantia da nossa Redenção e pelo qual tomamos parte na herança da Vida Eterna (Ef 1, 13-14).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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