sábado, 7 de março de 2009

DEUS RECRIOU TODAS AS COISAS EM CRISTO-VI

VI-CRISTO E A PLENITUDE DA CRIAÇÃO

O prólogo do evangelho de São João representa o cume da reflexão sobre Cristo. Mas é também um testemunho fundamental de fé na criação.

Na verdade, São João escreveu o seu prólogo com a intenção de conferir sentido pleno ao texto do Génesis sobre a Criação.

É como que um novo Génesis, mas agora elaborado à luz de Cristo ressuscitado. Por isso São João inicia este texto com as mesmas palavras com que o Génesis inicia o relato da criação: “No princípio” (Jo 1,1; cf. Gn 1, 1).

Tal como acontece no Génesis, também no prólogo de São João a criação é obra da Palavra (Jo 1,3).

Tal como acontece no Livro do Génesis, também aqui aparecem referências à luz e às trevas (Jo 1, 4-5).

Mas o prólogo de São João dá um salto de qualidade em relação ao Génesis, passando do tempo para a eternidade.

Enquanto no Livro do Génesis a criação é iniciada em simultâneo com a marcha do tempo, no prólogo de São João ela é sonhada no interior da eternidade.

Os possíveis da criação surgem antes do tempo. Brotam das relações amorosas que existem na Comunidade Divina.

No entanto, apesar de concebida na eternidade, a génese da criação tem início no tempo (Jo 1,12-14).

A estrutura literária do prólogo de São João é a dos hinos sapienciais (cf. Prov 8, 22;Si 24, 3-12; Sb 9, 9-12).

Existe um ser preexistente à criação, que é mediação e causa exemplar da mesma. Foi enviado ao mundo para revelar aos homens o plano de Deus e salvá-los.

Depois de realizar a sua missão, o medianeiro volta a Deus. O Verbo encarnou, realizou a sua missão e voltou para o Pai.

Ao encarnar habitou entre nós e deu-nos o poder de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1, 12-14).

Dá-nos a Vida Nova em forma de Água viva no nosso íntimo, fazendo brotar no nosso íntimo uma nascente de Vida Eterna (Jo 7, 37-39).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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