É importante distinguir entre a ressurreição de Jesus Cristo e a experiência pascal dos discípulos. A ressurreição de Jesus, em si mesma, não é um acontecimento verificável, pois não se trata da reanimação de um cadáver.
Podemos dizer que a ressurreição é uma transformação recriadora que acontece pela acção do Espírito Santo na face interior da pessoa.
Por outras palavras, a ressurreição é um acontecimento de ordem espiritual, o qual não pode ser verificado pelos nossos sentidos.
Na verdade, a ressurreição e a morte são acontecimentos simultâneos. A ressurreição é, de facto, a vitória da vida sobre a morte.
Como diz o evangelho de São Lucas, o Bom Ladrão entrou na tarde de Sexta-Feira Santa no Paraíso, pois este foi aberto por Cristo no momento da Sua morte e ressurreição (Lc 23, 43).
Segundo o evangelho de Mateus, no momento da morte e ressurreição de Jesus, os túmulos começam a abrir-se, isto é, a dinâmica da ressurreição de Jesus começa a atingir toda a Humanidade (Mt 27, 52).
As aparições do Senhor aos Apóstolos tornam-se um acontecimento histórico devido às transformações operadas nos Apóstolos e pelo testemunho que eles nos deixaram dessas aparições.
Além disso, a experiência pascal dos discípulos está associada ao nascimento da Igreja, a qual se continuou na história de modo ininterrupto ao longo dos séculos.
A ressurreição, como sabemos, não é a reanimação de um cadáver. São Paulo é muito claro sobre este ponto. A ressurreição, diz ele é um acontecimento espiritual: semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível (1 Cor 15, 42).
Semeado corpo terreno ressuscita-se corpo espiritual (1 Cor 15, 44). Depois acrescenta que a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus (1 Cor 15, 50).
Isto significa que as pessoas ressuscitadas são uma realidade puramente espiritual. Mas isto não quer dizer que Jesus não tenha conservado a mesma identidade pessoal-espiritual que tinha antes.
Calmeiro Matias
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