III-A ESPIRITUALIZAÇÃO DA PESSOA
Eis a razão pela qual as pessoas só encontram a sua plenitude na comunhão amorosa. Ao dar-se, a pessoa não se perde. Pelo contrário, encontra-se e possui-se mais plenamente.
Por ser livre, não emerge de modo automático por fatalidade ou destino. A realização pessoal é um processo histórico e uma tarefa de amor.
Não acontece como uma simples emergência espontânea. É por esta razão que à medida em que emerge mediante opções e decisões na linha do amor, emerge como novidade constante.
Nunca encontramos uma pessoa em realização no mesmo ponto em que a deixámos da última vez.
Deus é também uma novidade constante no interior das relações amorosas entre as pessoas divinas.
A Divindade nunca se repete no jeito de ser Pai, Filho e ternura maternal de Deus na pessoa do Espírito Santo.
O Amor é sempre novo. O Pai e o Filho, encontram-se como novidade permanente no Espírito Santo:
“ O que estava sentado no trono disse: ‘Eu renovo todas as coisas (...). Disse ainda: ‘Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim (Apc 21, 5-6).
Os seres pessoais pertencem à cúpula da Vida. A vida pessoal nunca vem de fora para dentro.
O nosso ser pessoal emerge no interior do nosso ser exterior ou individual como o pintainho dentro do ovo.
Por outras palavras, os seres humanos não nascem como almas feitas, mas como pessoas em processo de espiritualização.
Com o salto evolutivo para o nível pessoal a vida atinge a imortalidade. Mas só se torna sucesso eterno, mediante a assunção e incorporação na Comunhão Universal cujo coração é Cristo.
O crescimento pessoal só acontece através de opções, escolhas, decisões e compromissos.
A pessoa faz-se, fazendo. Realiza-se, realizando. Constrói-se, construindo...
A emergência pessoal é o coração do processo de humanização cuja lei é: Emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a Comunhão Universal.
O malogro desta dinâmica é a pessoa enroscar-se sobre si sem possibilidades de encontro e comunhão com as outras pessoas. É o estado de perdição ou o inferno.
No estado de perdição, a pessoa, não consegue de perceber qualquer movimento de amor e bem-querer.
Não tem capacidade para saborear qualquer gesto de partilha ou reciprocidade amorosa. O egoísmo é uma força capaz de enroscar a pessoa sobre si mesma, como se de um parafuso se tratasse.
Este auto enroscamento acontece de modo gradual através de uma recusa progressiva e incondicional às propostas do amor.
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