Podemos dizer que a Humanidade é uma perfeita imagem de Deus, pois é uma união orgânica de pessoas.
Quando as pessoas divinas deram ao Espírito Santo a missão de moldar o Homem à imagem de Deus, também decidiram que o Filho Eterno de Deus ficava com a missão de se tornar homem, a fim de as pessoas humanas fazerem uma família com as pessoas divinas.
E foi assim que o Espírito Santo se tornou o arquitecto que da nossa emergência espiritual e o Filho de Deus se tornou nosso irmão pelo acontecimento da Encarnação.
Usando a expressão bíblica podemos dizer que o Homem veio da terra como os outros seres vivos.
A marcha da evolução significa o processo do barro a amassar-se, o qual demorou milhões de anos.
Depois de o barro, isto é, o nosso ser exterior, estar amassado vem o interior. O nosso ser interior é espiritual. Segundo o relato do Livro do Génesis, o nosso ser interior resultou de um beijo que Deus deu ao barro primordial do qual saiu o Homem.
Ao beijar o barro, o hálito (sopro) da vida de Deus passou para o interior do Homem, dando assim origem ao nosso ser espiritual.
O barro amassado significa o momento em que o Espírito Santo iniciou a sua tarefa de moldar o homem espiritual à imagem e semelhança de Deus.
Como o Homem ainda não está acabado, o Espírito Santo continua a moldar-nos por dentro.
Com o seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo vai-nos ensinando em cada dia a fazer o bem e a evitar o mal, a fim de sermos imagens perfeitas de Deus.
Isto quer dizer que quando fazemos o bem estamos a responder ao chamamento do Espírito Santo na nossa consciência e, deste modo, se vai configurando em nós a imagem de Deus.
Na verdade, esta maneira de Deus nas fazer emergir como pessoas à imagem das pessoas divinas, não acontece com nenhum outro animal!
Graças ao hálito da vida divina, nós vamo-nos tornando barro com coração, isto é, pessoas com capacidade de eleger os outros como alvo de amor e comunhão.
O Espírito Santo actua na nossa consciência. É verdade que não nascemos conscientes, mas à medida em que nos vamos tornando conscientes, o nosso coração torna-se o ponto de encontro com Deus.
A nossa consciência é, pois, como que o altifalante do Espírito Santo. Sempre que nos interrogamos no nosso íntimo sobre o modo mais certo de decidir e actuar, estamos a dialogar com Deus no nosso coração.
As pessoas que procuram ouvir todos os dias a voz da sua consciência estão diariamente a dialogar com Deus no seu íntimo.
Calmeiro Matias
Sem comentários:
Enviar um comentário