quarta-feira, 26 de março de 2008

O VALOR DA AFECTIVIDADE-II


II-AFECTIVIDADE E RELAÇÕES

A ternura que recebemos capacita-nos para nos construirmos positivamente, dando-nos possibilidades para, mais tarde, ser capaz de amar os outros.

É esta a lei do amor: ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado. E o mal amado ama mal, isto é, com bloqueios e perturbações.

Aquilo a que normalmente chamamos a sensibilidade de uma pessoa é o rosto das vivências afectivas que a foram marcando, desde o seio materno.

Todos os estímulos afectivos ficaram registados no nosso cérebro para bem e para mal. Estes estímulos formam como que redes interactivas que vão condicionar os nossos comportamentos.

Há pessoas cuja história é constituída por mais estímulos negativos que positivos. A vida destas pessoas é vivida de modo doloroso. As coisas parecem-lhes cinzentas. Os bosques não são verdes, e o mar ou o céu não são azuis.

As pessoas cuja história é sobretudo marcada por estímulos afectivamente positivos estão interiormente capacitadas para serem felizes e ajudarem outros a sê-lo.

Como vemos, a afectividade varia de uma pessoa para a outra. Começámos por ser o que os outros fizeram de nós. É dos outros que recebemos os talentos. Uns recebem cinco, outros três, dois ou um.

Ninguém é herói por receber cinco, e ninguém é culpado por receber um. A heroicidade está na resposta que damos aos dons que recebemos de Deus através da natureza e dos outros.

De facto, a nossa afectividade é constituída por um leque de possibilidades ou condicionamentos que possibilitam ou condicionam as nossas possibilidades de realização pessoal.

Isto quer dizer que a nossa afectividade é uma realidade dinâmica. Uma adolescente carenciado busca ternura e afecto de maneira

Um adolescente que tenha sido vítima de muitas experiências negativas terá mais atitudes desequilibradas do que um adolescente que tenha sido bem amado.

Estes adolescentes são muito mais vulnerável que os adolescente bem amados. A criança que tenha sido marcada por experiências negativas, manifestará mais desajustes e comportamentos anti-sociais.

Uma afectividade doentia afecta a imaginação do adolescente, levando-o a fazer leituras erradas dos acontecimentos e interpretando mal os comportamentos dos outros em relação a si.

Estas pessoas são presas fáceis de chantagens afectivas. Uma afectividade sadia confere segurança interior, capacitando a pessoa para decisões e escolhas humanizantes.

Podemos dizer que uma afectividade sadia é o caminho seguro para a maturidade, pois capacita a pessoa para se relacionar de modo positivo e decidir pelo bem, tanto em relação a si, como em relação aos outros.

Somos seres famintos de amor. A afectividade humana acontece dentro de uma interacção entre estímulos afectivos e impulsos.

A nossa afectividade deve ser aceite e valorizada, pois é uma energia fundamental para a realização humana.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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