segunda-feira, 17 de março de 2008

A ORIGINALIDADE DA VIDA CRISTÃ-I

I-A NOVIDADE DA VIDA CRISTÃ

O Cristão distingue-se dos demais seres humanos, não por ser um super-homem, um asceta mais exigente, ou por ter uma religião mais perfeita.

A originalidade cristã radica na vida teologal de Fé, Esperança, Caridade. Isto significa que a essência da fé cristã é uma realidade viva.

Por outras palavras, a essência da fé cristã é uma dinâmica de Vida Nova. Em relação a Deus, a vida cristã acontece como uma interacção entre o crente e as pessoas divinas.

Esta interacção é dinamizada pelo Espírito Santo. A vida cristã é um dom de Deus que emerge no coração dos crentes pela acção do Espírito Santo.

Podemos dizer que a vida cristã radica em Jesus Cristo que, ao ressuscitar, nos comunicou a força renovadora do Espírito Santo.

Em relação aos seres humanos, a vida cristã concretiza-se como uma interacção animada pelo Espírito Santo que leva os crentes a amar os outros seres humanos como irmãos, isto é, membros da única Família de Deus.

Na verdade, a nossa fé garante-nos que o Espírito Santo nos introduz na Família de Deus, a qual não assenta nos laços da carne e do sangue, mas sim nos laços do Espírito Santo.

Eis o que a Carta aos Romanos diz a este propósito: “De facto, todos os que são movidos pelo Espírito Santo, são filhos de Deus.

Vós não recebestes um espírito de escravidão para andardes com medo. Pelo contrário, recebestes um Espírito de adopção que faz de vós filhos de Deus e graças ao qual chamais “Abba” ó Pai!

É o mesmo Espírito Santo que, no nosso íntimo, dá testemunho de que realmente somos filhos de Deus.

Ora, se somos filhos somos também herdeiros. Herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros com Cristo” (Rm 8, 14-17).

Graças à dinâmica da Palavra de Deus no coração dos crentes, estes começam a olhar as coisas e os acontecimentos com os critérios de Deus, tornando-se um sal e uma luz no meio do mundo (Mt 5, 13-16).

É, pois, a Palavra de Deus e a acção recriadora do Espírito Santo que nos vai tornando diferentes em relação aos não crentes, a fim de sermos um testemunho da presença e do plano de Deus na marcha da construção humana.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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