quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O SENTIDO DA VIDA E DA HISTÓRIA-I

I-PRECISAMOS DE SENTIDOS PARA VIVER

Apenas a pessoa humana se apercebe de que a vida e a História são realidades cheias de sentido.

Na verdade, o animal gosta de brincar, mas não é capaz de celebrar nem precisa de sentidos para viver.

Pelo facto de estar em realização, a pessoa precisa de sentidos para viver e projectar a sua realização.

Quando lhe faltam sentidos para viver a pessoa entra em crise e é muito provável que possa pensar até no suicídio.

Pelo facto de estar em realização histórica, a pessoa tem a capacidade de associar o passado com o presente e este com sonhos e projectos de futuro.

De faço, somos pessoas a caminho de uma meta que se vai vislumbrando de modo progressivo sempre que novos limiares se vão transpondo.

Por não ser uma pessoa em construção, o animal não tem esta consciência existencial. Eis a razão pela qual não se sente interpelado a realizar-se segundo uma escala de valores que dê sentidos à vida.

Sempre que damos um salto de qualidade na marcha da nossa humanização, tornamo-nos imagem de Deus.

Na verdade a lei da humanização é: “Emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a comunhão universal”.

Graças ao mistério da Encarnação do Filho de Deus a comunhão universal tornou-se uma união orgânica humano-divina cujo coração é a comunhão da Santíssima Trindade.

Isto quer dizer que a pessoa humana é um ser aberto à transcendência. Eis a razão pela qual apenas os seres humanos têm a dimensão religiosa.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O SENTIDO DA VIDA E DA HISTÓRIA-II

II-A FOME DE SENTIDOS

Os animais gostam de brincar, mas não são capazes de celebrar. Como não precisam de sentidos para viver, os animais também não têm consciência que vão morrer.

A consciência da própria morte é um estímulo que leva a pessoa a interrogar-se sobre o sentido da vida.

A consciência universal da Humanidade evoluiu no sentido de se por a questão religiosa. Isto significa que a Humanidade, no seu todo, intuiu que não estamos a edificar para a morte.

A ressurreição de Jesus Cristo, trouxe para a grande resposta sobre o sentido dos fins: A morte não tem a última palavra no que se refere ao projecto histórico da Humanidade.

Ao dar o salto para a vida pessoal, o Homem atingiu a vida espiritual e, portanto, a possibilidade de ser incorporado na comunhão familiar de Deus.

Emergir como pessoa é crescer em densidade espiritual e capacidade de interacção amorosa.

Pela fé conhecemos o Amor em Plenitude: Deus. Pela experiência conhecemos o amor em processo de amadurecimento: o Homem.

Quando a pessoa se opõe ao amor está a impedir a sua humanização e a dificultar a humanização dos outros.

A experiência ensina-nos que as pessoas mal-amadas são azedas e amam de modo distorcido.
São vítimas, não culpadas. Muitas destas pessoas foram heróicas. Deram o melhor de si.

Chegaram a um grau elevado de santidade. Mas isso não impede que tenham sido pessoas bloqueadas nas suas possibilidades.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O SENTIDO DA VIDA E DA HISTÓRIA-III

III-EMERGÊNCIA PESSOAL E SALVAÇÃO

A Divindade é pessoas e a Humanidade também. Deus salva o ser humano na medida em que este se realizou como pessoa, atingindo densidade espiritual e capacidade de comungar.

Por isso podemos dizer que será eternamente mais divina a pessoa que mais se tenha humanizado na história.

É agora o tempo de nos construirmos. Estamos habitados pelo Espírito Santo que actua no nosso íntimo como presença que ilumina, estimula e convida a renascer (Jo 6, 3-6).

Somos um projecto sonhado pelo amor. Por isso não fomos criados para a solidão ou o vazio da morte.

Amar é querer o melhor para os outros e ajudá-los a fazer o melhor para eles. É aceitá-los como são, apesar de serem diferentes de nós.

A pessoa é um ser em génese. Realizar-se construindo uma história personalizada. Para se dizer, a pessoa precisa de contar a sua história.

Por ser amor, Deus toma-nos a sério e nunca nos substitui. O amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

O amor suscita possíveis de realização pessoal, abrindo portas para novas realidades. Deus não criou as coisas acabadas.

A Humanidade está no centro da criação por ser constituída por pessoas. Isto quer dizer que estamos chamados a ser colaboradores de Deus na nossa realização e salvação.

A nossa vida será fecunda na medida em que seja dinamizada pelo amor.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O SENTIDO DA VIDA E DA HISTÓRIA-IV

IV-O SENTIDO DA PLENITUDE HUMANA

A nossa Fé ajuda-nos a ver a fecundidade humana como uma dimensão profunda da vida que transcende a dimensão biológica.

Não estamos a edificar para o vazio do nada. Somos autores da nossa realização, a partir do que recebemos de Deus através dos outros.

A pessoa é um feixe dinâmico de energias espirituais constituídas em identidade única, original e irrepetível.

A pessoa é um ser que apenas se possui plenamente em reciprocidade de comunhão amorosa.

A originalidade da pessoa é a sua identidade espiritual, isto é, o jeito de interagir amorosamente com os outros.

Surgimos na vida com um leque de possíveis cuja realização depende de nós. É por esta razão que cada pessoa humana é única, original e irrepetível.

Na verdade, os dons de Deus são-nos feitos em forma de possíveis, a fim de os podermos aceitar ou não. De outro modo não seriam dons mas imposições.

Se Deus é Amor, então podemos dizer que o Amor criou o Universo e gostou de o ter feito. Por outras palavras, Deus ama a sua Criação.

O Cosmos seria uma aventura inútil se não oferecesse uma saída válida para a vida pessoal, a qual, por ser espiritual é imortal e só atinge a sua plenitude no amor.

É certo que o Universo não é uma pessoa. Mas no seu interior já surgiram biliões de pessoas, as quais pertencem, por adopção, à esfera da Família Divina.

O sentido mais profundo da génese criadora do Universo é possibilitar vida pessoal humana, a qual é proporcional a Deus e capaz de comunhão amorosa.

Em comunhão convosco
Calmeiro Matias

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A IDENTIDADE DA PESSOA NO REINO DE DEUS-I

I-A CONDIÇÃO ESPIRITUAL DOS RESSUSCITADOS

É muito importante não confundir ressurreição da carne com restauração biológica.

A ressurreição da carne na mentalidade bíblica significa a pessoa restaurada na vida de comunhão orgânica, interactiva e fecunda.

Isto que dizer que as pessoas, ao ressuscitarem, não voltam ao mesmo estado que tinham antes de morrer.

No entanto, a identidade espiritual das pessoas permanecerá exactamente a mesma por toda a eternidade.

Por outras palavras, seremos eternamente as mesmas pessoas se edificaram na História. A identidade espiritual da pessoa, isto é, o seu jeito de interagir amorosamente com os outros permanece exactamente o mesmo.

A ressurreição é um acontecimento de ordem espiritual, não biológico.

Os evangelhos insistem em que a nossa identidade pessoal profunda, por ser espiritual, permanecerá a mesma na comunhão do Reino de Deus.

Ao mesmo tempo insistem em que a pessoa humana, após a ressurreição, já é apenas um ser espiritual.

Eis o que Jesus disse a um grupo de saduceus cuja doutrina negava a ressurreição: “Acerca da ressurreição estais enganados, pois desconheceis as Escrituras e o poder de Deus.

Na ressurreição nem os homens terão mulheres, nem as mulheres, maridos. Serão como anjos no Céu” (Mt 22, 29-30).

Com esta forma de falar, Jesus queria dizer que na comunhão dos ressuscitados a condição das pessoas é puramente espiritual.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A IDENTIDADE DA PESSOA NO REINO DE DEUS-II

II-A EMERGÊNCIA ESPIRITUAL DA PESSOA

Enquanto vivemos na História, o nosso ser espiritual forma um todo com o nosso ser corporal.

O nosso ser espiritual está a emergir no nosso íntimo como o pintainho vai emergindo dentro do ovo.

São Paulo diz que começamos por ser uma realidade biológica, mas ressuscitamos como corpo espiritual (1 Cor 15, 44).

A nossa ressurreição acontece pelo facto de fazermos uma união orgânica com Cristo ressuscitado.

Ele é a cabeça e nós os membros do mesmo corpo (1 Cor 10, 17; 12, 27). No evangelho de São João, Jesus diz que ele é a cepa da videira e nós os ramos.

Depois acrescenta que os ramos apenas podem dar fruto se estiverem unidos à videira (Jo 15, 4-5).

Ao falar do corpo dos ressuscitados, a Fé sempre afirmou que o corpo dos ressuscitados não é uma realidade física, mas sim uma realidade espiritual.

Como vimos, a nossa identidade no Céu coincide com o nosso jeito de amar e comungar com os outros.

No Reino de Deus os eleitos dançam o ritmo do amor, mas cada qual com o jeito que foi adquirindo na história.

Isto quer dizer que a nossa identidade espiritual se vai formando na História através das nossas opções, realizações e o modo de nos relacionarmos com os outros.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A IDENTIDADE DA PESSOA NO REINO DE DEUS-III

III-A COMUNHÃO COMO PLENITUDE

No Reino de Deus os seres humanos encontram a sua plenitude pessoal nas relações de comunhão com Deus e os outros.

A solidão asfixia a pessoa, condicionando as suas possibilidades de realização e felicidade. Na verdade, o ser humano está talhado para a relação.

Somos imagem de Deus que é uma comunhão de três pessoas. Eis a razão pela qual a pessoa só se possui plenamente dando-se.

O Espírito Santo é o princípio vivificante que alimenta a união orgânica entre nós e Jesus Cristo.
É a seiva que vem da cepa da videira que é Cristo e nos fortalece e torna fecundos a nós que somos os ramos.

Como diz o evangelho de São João, o Espírito Santo é a Água Viva que faz brotar uma nascente de Vida Eterna no nosso coração (Jo 4, 14; 7, 37-39).

A nossa realidade interior é espiritual, mas histórica, pois somos seres em realização na História.

Na base da nossa realização pessoal está uma cadeia enorme de decisões, opções, atitudes e realizações, a qual forma a nossa identidade espiritual, isto é, o nosso jeito de amar e interagir com os outros.

É esta rede de interacções e laços de comunhão que forma a nossa identidade pessoal, isto é, o nosso jeito de amar e nos relacionarmos com os outros.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A IDENTIDADE DA PESSOA NO REINO DE DEUS-IV

IV-OS OUTROS COMO MEDIAÇÕES DE HUMANIZAÇÃO

Como sabemos, ninguém se pode realizar sozinho. Mas também é verdade que ninguém nos pode substituir na tarefa da nossa realização pessoal.

Na verdade, o ser humano só se pode realizar em relações de amor. À medida que se realiza, o ser humano constitui-se como pessoa, isto é, ser de relações unido e interligado aos demais.

Tal como a Humanidade, também a Divindade é uma união orgânica e dinâmica de pessoas. É certo que os outros são mediações essenciais para a nossa realização, mas também é verdade que eles não podem programar nem executar a nossa realização.

Nem Deus nos substitui nesta tarefa da nossa realização pessoal, a fim de podermos ser livres, conscientes, responsáveis.

Na verdade, cada pessoa tem um património próprio para partilhar na comunhão do Reino de Deus, pois a pessoa realiza-se de maneira única, original e irrepetível.

No Reino de Deus ninguém está a mais, pois as pessoas nunca se repetem. Nem Deus nos substitui na tarefa da nossa realização, pois apesar de estar sempre connosco nunca está nunca em nosso lugar.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A IDENTIDADE DA PESSOA NO REINO DE DEUS-V

V-O FUNDAMENTO DA DIGNIDADE HUMANA

As outras pessoas podem favorecer ou condicionar a nossa realização pessoal, mas a última palavra é sempre nossa.

É aqui que radica o fundamento da nossa dignidade pessoal e também a responsabilidade da nossa realização.

Agora já podemos compreender como a nossa realização pessoal é a configuração da nossa identidade histórica.

Isto quer dizer que seremos eternamente a pessoa que formos construindo, agora, na história.
Através de Cristo, Deus diviniza o que fomos edificando como realização humana.

Por outras palavras, será eternamente mais divino quem mais se humanizou na História. A divinização é um dom gratuito de Deus, mas a humanização é tarefa nossa.

Ao criar-nos inacabados, Deus deu-nos a missão histórica de nos criarmos, completando, deste modo, a sua obra.

O Espírito Santo actua em nós como esse sopro divino que Deus insuflou no barro primordial, a fim de nos conduzir na tarefa da nossa realização.

Os que bebem a Água Viva que Cristo nos oferece, isto é, o Espírito Santo, participam da plenitude da ressurreição, diz Jesus no evangelho de São João (Jo 4, 21-23; 7, 37-39).

O fruto da Árvore da Vida que estava no centro do Paraíso era a garantia da Vida Imortal, diz o Livro do Génesis.

Mas devido ao pecado de Adão, acrescenta o Génesis, a Humanidade ficou privada da Vida Eterna (Gn 3, 22-24).

É esta a razão, diz São Paulo, pela qual Jesus Cristo veio como Novo Adão (Rm 5, 17-19).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A IDENTIDADE DA PESSOA NO REINO DE DEUS-VI

VI-CRISTO COMO FONTE DE VIDA ETERNA

No momento da sua morte e ressurreição, Jesus revelou-se como o Novo Adão que veio abrir de novo as portas do Paraíso.

Foi nesse momento que o fruto da Árvore da Vida, isto é, o Espírito Santo, ficou ao nosso alcance.

Foi isto que Jesus disse ao Bom Ladrão no momento de morrer e ressuscitar sobre a cruz: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).

O próprio Jesus disse que, ao ressuscitar, ele será a Árvore da Vida que nos dá o fruto da Vida Eterna.

“No último dia, o mais solene da festa, Jesus, de pé, bradou: “Se alguém tem sede, venha a mim e quem crê em mim que sacie a sua sede!

Como diz a Escritura, hão-de brotar rios de Água Viva do seu coração. Jesus disse isto referindo-se ao Espírito Santo que iam receber os que acreditassem nele.

Com efeito, o Espírito ainda não tinha vindo, pois Cristo ainda não tinha sido glorificado” (Jo 7, 37-39).

São Paulo diz que o Espírito Santo nos incorpora na Família de Deus onde somos inseridos como Filhos em relação a Deus Pai e como irmãos em relação a Deus Filho.

É por este Espírito Santo, acrescenta São Paulo, que nós clamamos “Abba”, ó Pai (Rm 8, 14-16; Ga 4,4-7).

Isto significa que a nossa identidade espiritual não é anulada, mas optimizada na Comunhão da Família de Deus.

À luz da ressurreição, a morte natural é o parto final, isto é, a derradeira possibilidade de nascermos para a Vida Eterna.

Nesta perspectiva, o amor surge como a única razão válida para construir a vida. Com efeito, o amor vale tanto para viver como para morrer.

Uma pessoa que morreu para salvar outra não se suicidou. Pelo contrário, atingiu a plenitude do amor, como diz Jesus.
Estamos a tocar o mistério da reciprocidade amorosa que consiste nisto:

É dando-se que a pessoa se possui, pois é dando que se recebe.
Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sábado, 24 de janeiro de 2009

DEUS, O HOMEM E O MISTÉRIO DAS RELAÇÕES-I


I-A FORÇA CRIADORA DAS RELAÇÕES

O mistério das pessoas não é evidente, mas revela-se de modo progressivo através das relações.
Quando comunicamos com os outros, estamos a estruturar-nos como pessoas.

Pouco a pouco, e sem darmos por isso, as relações vão criando uma reciprocidade entre nós e as pessoas com as quais nos relacionamos de modo duradoiro.

As relações estruturam e modificam as pessoas. Basta ver isto: O modo como olhamos o outro, começa a converter-se, também, no modo como ele nos olha a nós.

Do mesmo modo, começamos a tratar gradualmente o outro de modo semelhante àquele com que ele nos trata.

O mistério das relações é tão decisivo na estruturação das pessoas que estas só se conhecem e possuem na medida em que interagem e se relacionam com os demais.

Podemos dizer que é através das relações com as outras pessoas que nós passamos a conhecer em profundidade a nossa identidade e a identidade delas.

Mas a dinâmica das relações humanas vai ainda mais longe, pois nós não só nos encontramos senão que também nos estruturamos através das relações.

Além disso, é ainda através das relações que a nossa realidade espiritual emerge e se robustece.

As relações humanas são, de facto, a dinâmica que faz emergir e crescer a pessoa na sua identidade fundamental.

Por estarmos talhados para a reciprocidade e a comunhão, só podemos emergir, encontrarmo-nos e possuirmo-nos plenamente através dos outros.

É assim o mistério do Homem a emergir e a encontrar a sua plenitude através da dinâmica das relações.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DEUS, O HOMEM E O MISTÉRIO DAS RELAÇÕES-II

II-A DIVINDADE E O MISTÉRIO DAS RELAÇÕES

Deus é um mistério de relações familiares e o Homem é a sua imagem. A primeira pessoa da Santíssima Trindade é Pai, não por ter procriado, mas porque inicia uma relação paternal com a pessoa do Filho de Deus.

Do mesmo modo, a segunda pessoa é Filho, não por ter sido dado à luz, mas porque acolhe em relações o amor de Deus Pai e estabelece uma relação filial.

Isto quer dizer que é nas relações que a pessoa se possui e encontra a sua plena identidade. É na interacção relacional que a pessoa descobre a sua realidade de ser único, original, irrepetível e capaz de comunhão amorosa.

Através das relações de amor a pessoa saboreia a existência de uma unidade orgânica e dinâmica que é a Humanidade.

Na verdade, a Humanidade é a base da pessoa e da sua plenitude. Cada pessoa é uma concretização da única Humanidade que existe, pois a Humanidade não cai das nuvens nem existe em abstracto.

A única Humanidade que existe emerge no concreto de cada pessoa de modo único, original, irrepetível e capaz de reciprocidade amorosa.

Devido a esta capacidade de amar e comungar, a pessoa, na medida em que emerge, converge para a comunhão Universal.

Eis o fundamento do mistério da pessoa que apenas se pode encontrar e possuir plenamente em relações de comunhão com os outros.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DEUS, O HOMEM E O MISTÉRIO DAS RELAÇÕES-III

III-A COMUNHÃO OPTIMIZA A PESSOA

Por vezes temos medo de entrar plenamente nesta dinâmica da comunhão orgânica. No fundo temos medo de nos perder, pois pensamos que, deixando-nos integrar na comunhão, perdemos a nossa liberdade, a nossa originalidade e a nossa unicidade pessoal.

Mas não é assim, pois só nos encontramos plenamente como pessoas livres, conscientes, responsáveis na dinâmica da comunhão orgânica universal.

O nosso egoísmo e o medo de nos anularmos levam-nos muitas vezes a fechar-nos na nossa pequenez de seres isolados.

Mas é precisamente o isolamento que nos impede de nos possuirmos e encontrarmos na nossa riqueza mais profunda.

De facto, a pessoa só é verdadeiramente grande quando assumida no mistério da comunhão.

É este o jeito de Deus ser e também a nossa vocação a realizarmo-nos como imagem e semelhança de Deus.

A comunhão nunca anula a pessoa. Pelo contrário, optimiza tudo aquilo que ela é e faz emergir todas as possibilidades de realização que possam existir no seu ser.

A realidade de uma pessoa atinge a sua plenitude ao realizar aquilo para que ela é. O ser humano acontece como emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a comunhão.

Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DEUS, O HOMEM E O MISTÉRIO DAS RELAÇÕES-IV

IV-É MELHOR DAR QUE RECEBER

Deus é amor e a pessoa realiza-se na medida em que se constrói à imagem e semelhança de Deus.

Por outras palavras, tornamo-nos imagens perfeitas de Deus na medida em que morremos ao egoísmo e emergimos em dinâmica de amor.

O amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

Não há amor sem relações. Quando dizemos que Deus é amor estamos a dizer que Deus é relações de amor.

O amor é a qualidade máxima das relações interpessoais e comunitárias. No princípio, diz o Livro do Génesis, Deus criou o homem e insuflou-lhe nas narinas o sopro da vida, isto é, o Espírito Santo (Gn 2, 7).

É esta a intervenção especial de Deus na criação do Homem a qual inicia na História da Humanidade a dinâmica das relações de amor.

São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Na reciprocidade amorosa as diferenças não são anuladas, mas optimizadas e valorizadas, pois quanto mais uma pessoa se dá mais os outros recebem dela e mais ela recebe dos demais.

Com efeito, a plenitude de uma pessoa no Reino de Deus depende da medida em que a vida desta pessoa é comungável.

Além disso, a atitude de doação de uma pessoa é uma mediação para a realização e plenitude das outras pessoas.

Uma pessoa encontra a sua felicidade acolhendo o outro como dom de Deus. Mediante o dom de si, a pessoa realiza-se e possibilita a realização dos demais.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

AS IMPRESSÕES DIGITAIS DE DEUS NA CRIAÇÃO-I

I-O SELO DE DEUS NA OBRA DA CRIAÇÃO

Deus é um mistério de relações. A Divindade é comunhão trinitária. Ao iniciar a génese do Universo, Deus imprimiu as suas impressões digitais na Criação.

É por esta razão que todo o Universo está marcado com o selo das relações: Relações na estrutura dos átomos, das moléculas, dos organismos vivos, da gravitação entre estrelas, planetas, e galáxias.

Mas apenas no interior da Humanidade surgem relações semelhantes às relações que acontecem no coração da Santíssima Trindade.

Na verdade, no interior da Humanidade já acontecem relações de amor e comunhão, tal como acontecem no interior da Divindade.

Com o aparecimento do Homem na marcha da criação, a terra deu um salto de qualidade, pois tornou-se a morada da vida espiritual e da comunhão amorosa.

Com o seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo é uma pessoa perita em dinamizar relações e fortalecer vínculos de interacção amorosa e comunhão orgânica.

Com este seu jeito de actuar no nosso íntimo, o Espírito Santo faz-nos emergir e crescer como pessoas, seres que apenas se realizam em relações.

O Espírito Santo é o hálito da vida que Deus insuflou no barro primordial do qual surgiu Adão.

Graças a este sopro da vida divina, o barro original tornou-se barro com coração, isto é, atinge o limiar da vida pessoal que nenhum outro amima chegou.

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Calmeiro Matias

AS IMPRESSÕES DIGITAIS DE DEUS NA CRIAÇÃO-II


II-O LIMIAR DA VIDA ESPIRITUAL

A vida pessoal transcende a vida biológica. Por outras palavras, não há vida pessoal sem densidade espiritual.

Na verdade, Deus é três pessoas e não têm o nível da vida biológica. É por esta razão que Jesus diz que é preciso nascer de novo pelo Espírito:

Tendes de nascer de novo pela Água e pelo Espírito. A Água é a Viva que faz brotar uma nascente de vida espiritual no nosso coração, isto é, o Espírito Santo (Jo 7, 37-39).

O Espírito Santo é a fonte da vida espiritual. Tendes de nascer de novo, pois o que nasce da carne é carne e o que nasce do Espírito é espírito (Jo 6, 3).

Deus é a meta deste Homem a renascer e da Criação a emergir: Do átomo à molécula, do sistema solar à galáxia, tudo aponta para Vós, Trindade Santa!

Na verdade, a Criação leva em si as impressões digitais de Deus. Por outras palavras, a Criação é um testemunho vivo da Bondade e da Sabedoria do Criador.

Por estar em evolução, o Universo é uma epopeia que Deus vai escrevendo todos os dias.
Leva inscrito na sua marcha evolutiva o sentido que Deus lhe possibilitou.

Na cúpula desta marcha surge a Humanidade cuja cabeça é Jesus Cristo, ponto de encontro do melhor de Deus com o melhor do Homem.

Para além das ondas, partículas, átomos, células e tecidos, a evolução caminhou na direcção da vida espiritual, capaz de comungar com o próprio Deus.

É lógico o Universo em que habitamos. É por esta razão que nós o podemos compreender e descobrir muitas das suas leis.


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

AS IMPRESSÕES DIGITAIS DE DEUS NA CRIAÇÃO-III


III-O HOMEM E A TERRA QUE DEUS NOS DEU

Ao criar o Homem, Deus deu-lhe a terra como morada e confiou-lhe a tarefa de a cuidar com amor e carinho, diz o Livro do Génesis:

“O Senhor Deus levou o Homem e colocou-o no Jardim do Éden, a fim de o guardar e o cultivar” (Gn 2, 15).

O Homem recebeu esta missão devido ao facto de ter sido criado à imagem e semelhança de Deus.

Isto quer dizer que o Homem, por ser semelhante a Deus, está capacitado para compreender a obra da Criação e orientá-la segundo o plano de Deus:

“Deus criou o Homem à sua imagem e criou-os varão e mulher. Abençoando-os, Deus disse-lhes: “Crescei e multiplicai-vos. Enchei e dominai a terra.

Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra.

Depois, Deus acrescentou: “Também vos dou todas as ervas com semente que existem à superfície da terra, assim como todas as árvores de fruto com semente. Para que vos sirvam de alimento” (Gn 1, 27-30).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

AS IMPRESSÕES DIGITAIS DE DEUS NA CRIAÇÃO-IV

IV-O AMOR A DEUS, AO HOMEM E À CRIAÇÃO

Ao dar-nos a terra como morada, Deus mandou-nos respeitar e cuidar este presente com amor.
Portanto, a nossa fé convida-nos a defender a natureza e a denunciar os abusos que são cometidos contra a mesma.

Por outras palavras, a terra é um dom do amor de Deus. Ao entregar-nos esse dom, Deus confiou-nos a missão de sermos seus colaboradores cultivando e defendo o equilíbrio do ecossistema.

Fazendo isto, a terra será um lugar de paz e felicidade para a Humanidade. Isto quer dizer que Deus nos chama a pôr a terra ao serviço da vida e da dignidade humana.

Destruir a natureza é agir contra Deus e o Homem. A terra é um dom de Deus para todos os homens e para todas as gerações.

Isto significa que cada geração tem o direito de usufruir dos bens da terra e o dever de a cuidar e proteger, a fim de a entregar às gerações seguintes como morada para o bem-estar de todos.

Isto quer dizer que os homens de uma geração determinada não são os donos absolutos da terra.
Esta é também um dom de Deus para as gerações futuras.

Pôr em perigo o equilíbrio ecológico é pôr em perigo a vida das gerações futuras. É impedir a Humanidade de continuar a emergir.

Deus convida-nos a ser defensores de construir um equilíbrio constante entre respeito pela natureza, utilização dos recursos da terra.

O Criador pede-nos para sermos solidários com as gerações vindouras e atentos ao seu plano criador.

Os homens de cada geração têm o direito de utilizar os bens da terra, a fim de se poderem humanizar.

Mas têm igualmente o dever de aperfeiçoar as condições de vida nesta morada que Deus lhes confiou, a fim de a transmitirem como gesto de amor fraterno às gerações futuras.

Por outras palavras, amar a Humanidade leva consigo um profundo respeito pela conservação e protecção da natureza.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

JESUS CRISTO E A ORAÇÃO-I

I-JESUS BUSCAVA FORÇA NA ORAÇÃO

Em todos os momentos importantes da sua vida, Jesus orava, falando com Deus à maneira de um filho que fala com o seu pai querido.

Depois de ter sido baptizado, diz São Lucas, Jesus afastou-se um pouco para orar. Nesse momento, os Céus abriram-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele.

No mesmo instante ouviu-se a voz de Deus Pai dizendo: “Tu és o meu Filho muito amado no qual ponho todo o meu enlevo” (Lc 3, 21-22).

No momento de escolher os doze Apóstolos, Jesus retirou-se para uma montanha e passou a noite em oração (Lc 6, 12-13).

São Lucas diz que Jesus, antes de perguntar aos discípulos o que significava o Messias para eles, esteve em oração (Lc9, 18).

Se lermos atentamente os evangelhos, verificamos que Jesus é apresentado como um verdadeiro modelo de oração.

O evangelho de São Lucas diz que Jesus estava em oração no momento em que se transfigurou sobre o monte Tabor (Lc 9, 28-29).

Mesmo pregado na cruz, Jesus orou, pedindo a Deus Pai que perdoasse o pecado daqueles que decidiram a sua morte (Lc 23, 34).

Os evangelhos apresentam Jesus como um homem que orava sempre, mas de modo particular quando tinha de tomar decisões ou enfrentar dificuldades.

Jesus não entendia a oração como um conjunto de Palavras capazes de modificar Deus de modo mágico e automático.

Pelo contrário, ele procurava na oração a força necessária para ser fiel à vontade de Deus Pai.

Em Comunhão Convosco

Calmeiro Matias

JESUS CRISTO E A ORAÇÃO-II

II-NA ORAÇÃO, JESUS PROCURAVA A VONTADE DO PAI

Jesus costumava dizer que a sua felicidade estava em fazer a vontade do Pai que está nos Céus:
“O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4, 34).

Nos momentos de oração, Jesus procurava luz e inspiração para conhecer a missão que Deus lhe queria confiar.

Jesus tinha consciência de que a vontade de Deus coincide rigorosamente com o que é melhor para nós.

Ele não entendia a oração como um conjunto de palavras mágicas capazes de modificar a vontade de Deus.

O querer de Deus a nosso respeito é a nossa realização e felicidade. Isto quer dizer que a oração não modifica Deus, mas modifica-nos a nós, capacitando-nos para fazermos a vontade de Deus, a fim de encontrarmos o que é melhor para nós.

Mediante a oração, a pessoa vai descobrindo a vontade de Deus e ter a força necessária para agir de acordo em harmonia com essa vontade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

JESUS CRISTO E A ORAÇÃO-III

III-JESUS ORAVA PELAS OUTRAS PESSOAS

Jesus não orava apenas por si, mas também pelos discípulos e pela Humanidade, pois a comunhão com Deus não o afastava da comunhão com os irmãos.

Certo dia, Jesus disse a Pedro: “ Eu rezei por ti, Pedro, a fim de que a tua fé não vacile (Lc 22, 32).

São João diz que Jesus fez oração pelos Apóstolos e por todas as pessoas que haviam de aceitar o Evangelho através da pregação deles (Jo 17, 9-16).

Eis algumas palavras da oração de Jesus: “Pai, não peço apenas por eles (os discípulos), mas também por todos os que irão acreditar em mim através da sua Palavra” (Jo 17, 20).

Poucos momentos antes de morrer, Jesus faz esta oração a Deus: “Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que estão a fazer” (Lc 23, 34).

Graças ao Espírito Santo que ele nos envia, Jesus faz uma união orgânica connosco. Por isso São Paulo nos diz para orarmos no Espírito Santo, isto é, em união com Cristo ressuscitado.

Quando oramos em união com o Jesus Cristo, participamos da eficácia da sua oração, pois fazemos um com ele, como a cepa da videira faz um com os ramos.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

JESUS CRISTO E A ORAÇÃO-IV

IV-ORAR AO JEITO DE JESUS

Certo dia em que Jesus estava a orar, os discípulos aproximaram-se e pediram-lhe para que os ensinasse a orar ao seu jeito.

Nesse momento, Jesus ensinou-lhes o “Pai-Nosso”, não como uma fórmula para recitar de cor como se recita a tabuada, mas como modelo do que deve ser uma oração à maneira de Jesus.

Os Apóstolos entenderam muito bem que o Pai-Nosso não é uma fórmula para ser repetida de cor.

É por esta razão que o Pai-Nosso de São Lucas não é igual ao de São Mateus (cf. Lc11, 1; Mt 6, 9-13).

Uma vez em que as pessoas simples compreenderam e aceitaram a Palavra de Jesus, este ficou muito feliz e rezou um Pai-Nosso diferente.

Eis o que diz o evangelho de São Lucas: “Nesse mesmo instante, Jesus exultou de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse:

“Bendigo-te ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelastes aos pequeninos.

Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10, 21). Os evangelhos dizem que muitas vezes Jesus, depois de ter falado às multidões, retirava-se para um lugar isolado e, sozinho, falava com o Pai (cf. Mt 14, 23).

Em Comunhão Convosco

Calmeiro Matias

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

SABER ESCUTAR AS PROPOSTAS DO AMOR-I

I-A ARTE DE ELEGER O OUTRO COMO PRÓXIMO

O Amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

Por outras palavras, o amor não é uma teoria mas uma dinâmica relacional que se torna real em atitudes concretas.

Apesar de nunca se impor, o amor propõe-se e insinua-se, convidando a pessoa a eleger o outro como alvo de bem-querer.

O amor convida-nos a aceitar o outro tal como é e a agir de modo a facilitar a sua realização e felicidade.

Eis algumas propostas importantes que o amor faz às pessoas que o tomam a sério: Procura estar junto do outro nas horas difíceis. Procura ser solidário, facilitando a vida dos demais.

Procura ajudar o outro a gostar de si, valorizando as suas realizações. Ajuda o outro a superar as situações de sofrimento, sobretudo ajuda-o a vencer a solidão e a suportar os fardos com que a vida, por vezes, nos carrega.

A pessoa que ama de verdade sente alegria de ver o outro crescer como pessoa realizada, amadurecida e feliz.

Não te esqueças de dar oportunidades ao outro, a fim de lhe dar possibilidades de se desenvolver como pessoa livre, consciente e responsável.

O amor nunca substitui o outro, mas cultiva a arte de ajudar sem se sobrepor. O amor inspira atitudes e gestos com sabor a doação e disponibilidade.

O amor convida a eleger o outro pelo que ele é e não por ele fazer aquilo que nós queremos.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

SABER ESCUTAR AS PROPOSTAS DO AMOR-II

II-AMOR E ATENÇÃO AO OUTRO

A pessoa que se deixa interpelar pelas sugestões profundas do amor compreende perfeitamente o ensinamento de Jesus que diz que é melhor dar que receber.

O amor inspira gestos capazes de ajudar o outro a descobrir sentidos para viver de modo construtivo e condições para se sentir válido.

Amar é ser capaz de ficar calado quando se está magoado, esperando a oportunidade certa para dialogar serenamente.

O amor convida-nos a acreditar no outro e não pretendermos que a nossa opinião é a única certa e válida.

Amar é estar atento, sabendo escolher como tema de conversa e passatempo assuntos que têm interesse para o outro.

É também saber calar-se quando nos damos conta que a conversa está a cansar. Amar é saber olhar as qualidades do outro e não girar obsessivamente em volta dos seus defeitos.

O amor convida a partilhar não apenas o que a pessoa tem, mas também e sobretudo aquilo que ela é.

O amor sabe que a disponibilidade para escutar e acolher é mais importante do que os presentes.

Amar é acolher as diferenças, deixando o outro ser tal como é, e não pretender que ele seja uma cópia de mim.

Ama mais e melhor quem dá o primeiro passo na linha da reconciliação. Foi assim que Deus agiu para connosco em Jesus Cristo.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

SABER ESCUTAR AS PROPOSTAS DO AMOR-III


III-O AMOR DESCOBRE RAZÕES PARA VIVER

Procura estar atento para ver se o outro está precisando de ti. Não basta pensar: “Quando quiser que venha ter comigo”.

Amar é estar disposto a morrer a um projecto pessoal para ir ao encontro do outro se ele está precisando de mim.

O amor, ajuda a pessoa a compreender que é melhor dar do que receber. O amor ajuda a pessoa a sentir que vale a pena viver.

Na verdade, quando é atingida pelo amor, a pessoa sente-se forte e sente que vale a pena viver.
Jesus levou o amor até à sua expressão máxima:

“Dar a vida pelos outros, como ele mesmo nos diz no evangelho de São João: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.

Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13). O amor é a única rocha firme sobre a qual podemos edificar a vida de maneira segura.

O amor é a veste indispensável para participarmos no banquete do Reino de Deus. Quando se sentem amadas, as pessoas sentem-se estimadas, valorizadas e, portanto, capacitadas para render o melhor dos seus talentos.

É importante compreender que na comunhão amorosa há lugar para a diferença, pois cada pessoa está chamada a realizar-se como ser único, original e irrepetível.

Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias