sexta-feira, 28 de março de 2008

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA-II

II-A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

A dignidade da pessoa começa no facto de não nascer determinada. Com efeito, os seres humanos nascem com um leque de talentos que lhe possibilita uma diversidade de opções, escolhas, e compromissos de vida.

Na verdade, a pessoa está chamada a ser autora de si própria, mas sempre em relações com os outros.

Na verdade, a pessoa humana é um ser criado à imagem de Deus que é uma comunhão amorosa de três pessoas.

Pela sua condição pessoal, o ser humano abre-se à transcendência Divina. Pelo mistério da Encarnação, as pessoas divinas e as humanas passaram a formar uma comunhão orgânica humano-divina.

Com efeito, a Encarnação é o enxerto do divino no humano, a fim deste ser assumido e incorporado na comunhão divina.

Se a Divindade é comunhão amorosa de três pessoas, então temos de dizer que a vida pessoal é a primeira realidade a existir.

Desde toda a eternidade e antes de qualquer realidade criada existe uma comunhão amorosa de três pessoas.

A Primeira Carta de São João, ao dizer que Deus é amor quer dizer precisamente que é pessoas em comunhão (1 Jo 4, 7).

Podemos dizer que a criação leva em si as impressões digitais do amor, pois o Criador do Universo é amor.

Não há vida pessoal que não tenha densidade espiritual. Por outras palavras, o Espírito e o Amor estão primeiro.

Na verdade, o impulso primordial de génese cósmica foi provocado pelo amor. Isto quer dizer que ainda antes de existir o Universo já existia a comunhão familiar e o Amor.

A vida pessoal, portanto, está primeiro. Além disso, nunca vai terminar, pois tem densidade espiritual.

A comunhão amorosa de três pessoas é, pois, o começo e o fim, o Alfa e o Ómega, isto é, o começo e a plenitude da Criação.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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