quinta-feira, 20 de março de 2008
FAMÍLIA E HUMANIZAÇÃO DO HOMEM-IV
IV-A VOCAÇÃO FUNDAMENTAL DO HOMEM
A vocação primeira do Homem é, pois, a sua humanização. É verdade que começamos por ser aquilo que os outros fizeram de nós.
Daqui a importância de a humanidade emergir a partir de boas famílias. Mas o mais importante não são os talentos que recebemos, mas a maneira como os fazemos render. De facto, somos seres em construção.
Como vimos, a nossa capacidade de amar depende do modo como fomos amados. A maneira de ser fiel aos talentos recebido no contexto familiar é fazê-los render.
Isto quer dizer que a maneira de sermos fieis ao amor com que fomos amados á amar. Fazendo isto, estamos a realizar-nos a nós próprios, a facilitar a realização daqueles que se cruzam connosco na vida e a levar à plenitude o amor das pessoas que nos amaram e possibilitaram.
As pessoas que rejeitam de modo sistemático o chamamento do amor enroscam-se de modo progressivo ficando reduzidos a si.
É esta a situação de inferno, a qual impede a pessoa de se possuir plenamente e ser feliz.
Na verdade a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão amorosa.
No estado de inferno, a pessoa fica totalmente reduzida a si. Fica privada da plenitude familiar do Reino de Deus.
É aquilo a que o Novo Testamento chama de morte eterna, pois a pessoa está incapacitada de receber e comunicar mensagens de comunhão e amor.
Por outras palavras, na situação de inferno, a pessoa está incapacitada para viver a reciprocidade do amor.
Na situação de inferno, a pessoa não tem quem lhe diga: “Gosto muito de ti”. “Dá-me a tua mão e vamos fazer uma festa”.
Como vemos, os dois pólos da humanização são a emergência pessoal e a convergência comunitária.
Quanto mais emergimos como pessoas mais capazes somos de comunhão amorosa. Somos, de facto, imagens perfeitas da Divindade, a qual é uma comunhão perfeita de três pessoas.
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