sexta-feira, 29 de maio de 2009

BAPTISMO E SALVAÇÃO EM CRISTO-III

III-BAPTISMO E NOVO NASCIMENTO

O Novo Testamento diz que é pelo Espírito Santo que somos acolhidos na Família Divina como Filhos de Deus Pai (Rm 8, 14; Gal 4, 4-6).

O Espírito Santo é o amor maternal de Deus. A experiência da filiação humana diz-nos que é pela mediação do amor maternal que um novo ser entra na família humana.

Esta experiência humana é sacramento do mistério da incorporação da pessoa humana na Família de Deus.

Na verdade, a família humana é sacramento, isto é, explicitação e visibilidade da família divina.

A Encarnação acontece como enxerto do divino no humano, a fim de este ser divinizado mediante a incorporação na comunhão da Santíssima Trindade.

Na verdade, é pelo Espírito Santo que nós encontramos o amor paternal de Deus Pai e o amor fraternal do Filho de Deus.

Falar do amor maternal do Espírito Santo ou do amor paternal de Deus Pai são afirmações que se referem apenas ao jeito de amar de cada uma das pessoas divinas.

Com o seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo conduz-nos a Deus Pai que nos acolhe como filhos.

É também o Espírito Santo que nos conduz de modo maternal à comunhão com o Filho de Deus, o qual nos acolhe com a ternura de um irmão amoroso (Rm 8, 14-17).

Ele era desde toda a eternidade o Filho Unigénito de Deus. Pelo mistério da Encarnação assumiu a condição de irmão nosso, tornando-se o primogénito, isto é, o primeiro entre muitos irmãos, como diz São Paulo (Rm 8, 29).

A ternura maternal de Deus é uma condição para Deus ser perfeição plena e total. A tradição cristã sempre afirmou que as perfeições da criação existem em grau de perfeição infinita no Criador.

Ora, se o amor maternal é uma perfeição, então tem de existir em grau de perfeição infinita no Criador.

Esta perfeição concretiza-se no Espírito Santo, uma pessoa divina cujo jeito de amar é maternal.

É nesta perspectiva que devemos entender a necessidade que temos de renascer pelo Espírito Santo (Jo 3, 6).

É também este o poder que Deus nos dá de nos tornarmos filhos de Deus pela Encarnação, como diz o evangelho de São João (Jo 1, 12-14).

O Filho de Deus Encarnou pelo Espírito Santo, a fim de sermos incorporados na Família de Divina pelo mesmo Espírito Santo.

O evangelho de São João, referindo-se ao mistério da Encarnação diz que o filho de Deus nos deu o poder de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1,12-14).

São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Nos primórdios da criação do Homem, Deus Pai comunica-nos a vida através do dom do Espírito Santo, o hálito da vida divina que Deus Pai nos comunica através de um beijo (Gn 2, 7).

Foi assim que o Génesis descreveu a intervenção especial de Deus na criação do Homem.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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