quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

APRENDER A EDIFICAR SOBRE A ESPERANÇA-I

I-A ORIGINALIDADE DA ESPERANÇA CRISTÃ

A Esperança é um chamamento interior que brota da Palavra de Deus e nos dá razões para caminhar em direcção ao futuro.

Os horizontes da Esperança cristã são os mesmos da Fé, pois as duas têm como fundamento a Palavra de Deus.

A fé garante-nos que a Humanidade não é uma aventura sem saída ou um processo a caminhar para o vazio da morte.

A Fé assenta sobre uma memória que é a ressurreição de Cristo. A esperança, partindo desta memória, avança em direcção ao futuro, elaborando planos e realizações que nos conduzam a esse mesmo futuro.

Por outras palavras, a fé vê em Jesus ressuscitado a garantia de que a Humanidade já tem ao seu alcance a garantia de um sucesso pleno.

A Esperança aguarda de modo comprometido com a História a plenitude do plano de Deus em favor da Humanidade.

A esperança sente que a História que temos de realizar tem o sucesso garantido graças a Jesus Cristo ressuscitado.

No entanto, a fé diz-nos que Deus está connosco mas não está em nosso lugar. Isto quer dizer que a esperança nos convida a actuar, agindo como se tudo dependesse de nós, sabendo que o fundamental é obra do Senhor.

O evangelho de São João diz que a nossa plenitude não assenta na nossa realização, mas no dom da graça de Cristo:

“Da sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça” (Jo 1, 16). Foi com Cristo, diz a Carta aos Efésios, que Deus levou o tempo à sua plenitude:

“O Pai deu-nos a conhecer o mistério da sua vontade, conforme a decisão prévia que lhe aprouve tomar, a fim de levar o tempo à sua plenitude” (Ef 1, 9-10).

A plenitude dos tempos significa a fase dos acabamentos, isto é, a etapa em que a humanização do Homem já está a ser plenificada com a divinização já coincide com a sua divinização.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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