quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O HOMEM A QUEM CHAMAVAM LOUCO-I


I-A SUA LOUCURA ERA UM SONHO SUBLIME

Era conhecido como o louco de Vila Grande. Em geral, as pessoas referiam-se a ele em tom de quem faz troça.

Se uma pessoa começasse a falar mais a sério sobre problemas sociais ou sobre os valores, aqueles que não gostavam de aprofundar o sentido da vida diziam: “Pareces o Louco da Vila Grande!”

Certo dia, ao passar na praça principal, deparei com este homem e depressa me dei conta de que era um apaixonado pelas grandes causas que dizem respeito à vida e à dignidade humana.

Em geral, estas causas só costumam apaixonar os profetas e as pessoas que tomam Deus e o Homem a sério.

Em geral, os que enriquecem explorando e oprimindo os mais pobres e fracos detestam reflectir sobre questões deste teor.

Por seu lado, a gente mais simples e menos preparada não tinha uma consciência formada sobre estas questões e por isso não valorizava as tomadas de posição deste homem.

Eis a razão pela qual eram tão poucas as pessoas que paravam para ouvir o Louco da Vila Grande.

Parei um pouco para escutar as palavras. O seu aspecto não era vulgar, mas não me pareceu de modo algum um louco.

Eis algumas das palavras que fixei do diálogo deste homem com um pequeno grupo de pessoas que se tinham juntado à volta do Louco da Vila Grande:

“Os seres humanos, por serem livres, têm a possibilidade de criar um mundo melhor.
A liberdade é a capacidade de se relacionar fraternalmente com os outros e de interagir de modo criativo com os acontecimentos e as coisas.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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