sábado, 29 de dezembro de 2007

A ARTE DE SE TORNAR LIVRE-IV


IV-LIBERDADE E AMOR

Quando decidimos optar na linha do amor emergimos e robustecemo-nos como pessoas livres, conscientes, responsáveis e capazes de comunhão amorosa.

São Paulo diz uma coisa muito importante em relação à liberdade:

“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto permanecei e não vos deixeis prender de novo ao jugo da escravidão (…).
Que a liberdade não sirva de pretexto para vos deixardes subjugar pelo o homem velho.
Pelo contrário, mediante o amor, ponde-vos ao serviço uns dos outros” (Ga 5, 1-13).

É verdade que nem todas as pessoas têm a mesma densidade no que se refere à liberdade.

Eis a razão pela qual São Paulo aconselha as pessoas que têm um nível maior de liberdade a não escandalizarem ou ferirem os mais fracos:

“Mas tende cuidado que a vossa liberdade não venha a ser ocasião de queda para os mais fracos.
Se alguém te vê, a ti que tens a ciência e a liberdade, comer alimentos que foram consagrados aos ídolos, é capaz de se voltar para os ídolos.
Deste modo, pela tua ciência vai perder-se quem é fraco?” (1 Cor 8, 9-10).

A capacidade pessoal de amar é a expressão da liberdade já realizada e o caminho para crescermos mais como pessoas livres.

Não é difícil verificar que em muitas afirmações que ouvimos no dia a dia sobre a liberdade, na realidade as pessoas não estão a falar sobre liberdade mas sobre livre arbítrio, o que não é a mesma coisa.

Na verdade, como vimos, o livre arbítrio não é a liberdade, mas a possibilidade de a pessoa chegar a ser livre.

O livre arbítrio é a capacidade psíquica de a pessoa optar pelo bem ou pelo mal.

Deus é infinitamente livre e, no entanto, não tem livre arbítrio, pois não pode escolher pelo mal.

Como sabemos, a pessoa humana não nasce livre, mas sim com a possibilidade de se tornar livre.

Para se tornar livre, a pessoa tem de realizar opções no sentido do amor.

Ninguém chega a ser livre sem fazer opções. Mas não basta fazer opções para uma pessoa ser livre.

Na verdade, para ser livre, a pessoa tem de optar na linha do amor.

Como sabemos, o pecado é a recusa da pessoa humana a optar no sentido do amor.

Nesta perspectiva podemos compreender como o pecado não só não impede o crescimento da pessoa como ser livre, como também a sua humanização.

Eis as palavras de Jesus a este respeito: "o que comete o pecado é escravo" (Jo 8, 34).

São Lucas afirma no seu evangelho que o Espírito Santo consagrou Jesus, a fim de ele ser agente de libertação do Homem:

"O Espírito do Senhor está sobre mim porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos Pobres e a libertação aos cativos" (Lc 4, 18).

A acção do Espírito Santo no coração da pessoa humana optimiza as suas possibilidades de amar e, portanto, de crescer como pessoa livre.

Na medida em que a pessoa deixa o Espírito Santo actuar no seu coração mais as suas opções se tornam semelhantes às de Jesus.

Isto quer dizer que a pessoa que se deixa conduzir pelo Espírito Santo vai-se tornando cada vez mais livre e mais agente de libertação de libertação se torna.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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