quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

POBREZA E DESUMANIZAÇÃO-III


III-OS BENS E A COMUNHÃO UNIVERSAL

No evangelho de São Lucas, Jesus faz um ensinamento muito sugestivo a este propósito:

“E eu digo-vos: arranjai amigos com o vil dinheiro, a fim de que, quando este faltar, possais ser recebidos por eles na comunhão Eterna.

Quem é fiel no pouco também é fiel no muito e quem é infiel no pouco também é infiel no muito.

Se, pois, não fostes fiéis no que toca ao vil dinheiro, quem vos há-de confiar o verdadeiro bem?” (Lc 16, 9-1).

Isto quer dizer que comungaremos para sempre na festa do Reino de Deus com a qualidade de coração que construirmos agora na história.

A nossa identidade genética, isto é, o nosso ADN, recebemo-la no momento da concepção e perdemo-la no cemitério.

A nossa identidade pessoal-espiritual, pelo contrário, é histórica, pois vai-se construindo de modo gradual e progressivo através das nossas decisões e realizações no sentido do amor.

À luz da fé cristã, os ricos têm no mundo uma vocação especial: partilhar com os pobres, a fim de serem uma mediação do amor e da providência de Deus.

Podemos dizer que nada há de essencialmente errado no que se refere à existência do dinheiro.

Em si mesmo, o dinheiro é uma ferramenta para facilitar a vida das pessoas.

O problema está em que esta ferramenta pode ser fonte de fraternidade ou de fratricídio.

O que as pessoas fazem com o dinheiro mostra realmente o que elas pensam e são em relação a si e aos outros.

Um dia, Jesus disse: “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração (Mt 6, 21).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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