quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

DEUS NÃO É O CRIADOR DO INFERNO-III

III-O CORAÇÃO COMO PONTO DE ENCONTRO

Deus é Amor. Como sabemos, o amor propõe-se, mas nunca se impõe. Eis a razão pela qual o os seres humanos podem rejeitar Deus.

Na verdade, após a nossa morte vemos as pessoas divinas e as humanas com o coração, pois os olhos da cara já não existem.

No ensinamento das bem-aventuranças, Jesus disse que os puros de coração, no Céu, vêem Deus com uma nitidez maior (cf. Mt 5, 8).

Puros de coração são as pessoas que não têm um coração cheio de más intenções, projectos para fazer mal aos outros ou manhas disfarçadas.

Jesus tinha um coração bondoso e transparente. Por isso ele disse aos discípulos para aprenderem dele que é manso e humilde de coração (Mt 11, 29).

O nosso coração pode ser uma nascente de coisas boas ou uma nascente de coisas más.

Jesus diz no evangelho de São Mateus que é do coração que procedem as más intenções (Mt 15, 19).

No evangelho de São Mateus, Jesus diz o seguinte: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mt 15, 8).

Segundo este ensinamento de Jesus, é no interior do nosso coração que estamos longe ou perto de Deus e dos irmãos.

São Paulo, na Carta aos Efésios, pede a Deus que ilumine os olhos dos nossos corações, a fim de podermos compreender bem o mistério da salvação (Ef 1, 18).

A Carta aos Gálatas diz que Deus enviou aos nossos corações o espírito Santo que, no nosso íntimo clama: “Abba”, isto é, Papá (Ga 4, 6).

Como vemos, o estado de Inferno é a situação da pessoa cujo coração está totalmente fechado em si mesmo e, portanto, incapaz de se encontrar e comungar com Deus e os irmãos.

Isto quer dizer que o Inferno não é um lugar criado por um Deus mau, a fim de nos meter na fogueira de um fogo eterno.

Deus, diz a primeira Carta de São João, é amor (1 Jo 4, 7-8).

Isto significa que Deus só pode fazer aquilo que o amor pode fazer, isto é, querer a felicidade das pessoas.

Os que ficam em estado de morte eterna condenaram-se por sua própria decisão.

O estado de inferno é o resultado de uma história pessoal que consistiu em dizer não de modo gradual e progressivo ao amor.


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

1 comentário:

Anónimo disse...

Que maravilha de tema! e que forma tão simples de o apresentar! Creio que todos quantos o lerem o perceberão e, passarão a ser muito mais felizes.Um abraço da leonilda