terça-feira, 18 de novembro de 2008

JESUS CRISTO É O FILHO DO HOMEM-II

II-O FILHO DO HOMEM E A ESPERANÇA LIBERTADORA

No conjunto das profecias bíblicas sobre o Messias, a profecia do Filho do Homem é a última. Embora o autor do Livro de Daniel apresente os seus oráculos como estando a ser pronunciados em Babilónia, no tempo do Exílio, na verdade estamos num outro contexto de grande sofrimento para o povo: a tirania dos reis selêucidas em Jerusalém.

Estamos nos finais do século segundo antes de Cristo. Os judeus estão a ser martirizado pelos descendentes de Alexandre Magno, os quais queriam impor-lhes a religião e os costumes pagãos.

A profecia do Filho do Homem é um texto de carácter apocalíptico, a linguagem própria dos momentos de grande perseguição.

Nesta profecia o nome de Filho de David é substituído pelo nome de Filho do Homem, a fim de não ser mais um motivo de perseguição.

Além disso, o Filho do Homem recebe o seu poder directamente de Deus, no Céu. Por outras palavras, o Filho do Homem não é sagrado no templo como tinham sido os outros filhos de David.

Neste momento o templo não é um lugar sagrado, pois foi profanado pelos selêucidas que colocaram lá os seus ídolos.

Agora podemos compreender melhor como o título de Filho do Homem aplicado a Jesus pressupunha, da parte dos discípulos, a experiência da ressurreição.

As profecias messiânicas diziam que o Messias devia subir ao trono e tornar-se o rei dos reis vizinhos.

Mas isto não aconteceu com Jesus. Para os judeus isto era a prova de que Jesus não era o Messias.

É verdade que os judeus mataram Jesus, dizem os discípulos, mas Deus ressuscitou, e sentou-o num trono à sua direita (Rm 1, 3-5).

Aplicando a Jesus o título de Filho do Homem, os discípulos estão a dizer aos judeus que Jesus é o rei messiânico anunciado pelos profetas.

Deus ressuscitou-o e sentou-o à sua direita concedendo-lhe a soberania e o poder messiânicos do rei messiânico.

Eis as palavras do Livro dos Actos dos Apóstolos:“Saiba toda a casa de Israel com absoluta certeza que Deus estabeleceu como Senhor e Messias a esse Jesus por vós crucificado” (Act 2, 36).

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

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