sábado, 22 de novembro de 2008

DEUS E O HOMEM COMO SERES DE RELAÇÕES-V

V-A COMUNHÃO COMO PLENITUDE DAS RELAÇÕES

O Espírito Santo ajuda-nos a realizar o amor no seu duplo movimento e dom e acolhimento.
Mediante o dom de si, a pessoa existe para o outro (princípio ágape).

No acolhimento do amor do outro, a pessoa existe através do outro (princípio Eucarístico).
É este o jeito de Deus Pai e Deus Filho se relacionarem.

É também nesta dinâmica que nós somos incorporados na comunhão Familiar da Santíssima Trindade.

Mediante a atitude de doação, a pessoa encanta-se com a outra pelo facto de ela ser diferente. Valoriza essa diferença e entra em comunhão com ela.

Na atitude de acolhimento agradecido, a pessoa dispõe-se atingir a sua plena realização através do outro.

Isto significa que, na reciprocidade amorosa, as diferenças não são anuladas, mas optimizadas.
Na verdade a comunhão é sempre uma comunhão de diferenças.

Se assim não fosse não podíamos falar de comunhão, mas antes de fusão. Mediante a atitude de doação, a pessoa age de modo a proporcionar a plenitude do outro, dando-se.

Mediante a atitude de acolhimento e gratidão, a pessoa encontra a sua felicidade em acolher o dom da outra, aceitando viver por ela na medida em que se sente aceite tal como é.

A marcha da evolução ao dar o salto para o nível espiritual, fez que a vida se tornasse proporcional a Deus.

Com efeito, a Divindade é pessoas e a Humanidade também. Graças ao aparecimento do Homem já pode acontecer intercâmbio e comunhão entre Criador e Criação.

Com este salto de qualidade nasceu a capacidade de amar a vida atingiu densidade definitiva e imortal.

Por outras palavras, a vida imortal e eterna emerge no interior do provisório. E é assim que, no homem, a Criação torna-se proporcional ao Criador.

Os seres humanos que tomaram o amor a sério merecem uma estátua, pois edificaram o eterno e definitivo.

Podemos dizer que o sucesso histórico da humanização depende das relações de amor. Foi esta a razão pela qual Jesus Cristo nos deixou apenas um mandamento:

“É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). À medida que a pessoa se vê envolvida numa atmosfera de relações de amor, a alegria brota espontânea e adquire o rosto da gratidão (princípio eucarístico).

A pessoa que se realiza mediante o amor sente-se alegre e feliz por ser quem é. A alegria atinge a sua plena identificação com o amor na medida em que a pessoa é capaz de se sentir contente com o bem que acontece aos outros.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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