sábado, 22 de novembro de 2008

DEUS E O HOMEM COMO SERES DE RELAÇÕES-IV

IV-RELAÇÕES E PLENITUDE HUMANA

Como acabamos de ver, a Humanidade não existe em abstracto. Não cai das nuvens. Pelo contrário, a única Humanidade que existe emerge no concreto de cada pessoa.

Na medida que emerge através das relações de amor, a pessoa converge para a comunhão universal da Família de Deus.

É este o mistério da pessoa a emergir para a sua plenitude que é a comunhão. Por vezes as pessoas têm medo de perder a sua identidade e originalidade na comunhão.

Na verdade o que acontece é precisamente o contrário. Na verdade, a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão.

Isto significa que a pessoa só se conhece e possui de modo pleno na comunhão com os outros.
O mesmo acontece com as pessoas divinas. O Homem é, na verdade uma perfeita imagem de Deus.

A pessoa que perde o tempo a olhar só para si perde o horizonte da sua verdadeira grandeza.
Podemos dizer que aquilo que uma pessoa é, só atinge a sua plenitude ao realizar aquilo para que ela é: A comunhão da Família de Deus.

Nascemos talhados para o amor. Na verdade, o amor é uma orientação dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

Na plenitude da Família de Deus, a pessoa humana relaciona-se amorosamente na medida em que viveu e se estruturou através do amor na História.

À medida que nos relacionamos em dinâmica de amor estamos a construir a nossa identidade espiritual, a qual é definitiva e eterna.

Isto quer dizer que na festa do Reino de Deus todos dançaremos o ritmo do amor, mas cada qual com o jeito que treinou enquanto viveu na História.

Não há amor sem relações. Quando dizemos que Deus é amor estamos a dizer que Deus é relações de amor e comunhão.

O amor é a qualidade máxima das relações interpessoais e comunitárias. É o amor que confere qualidade humanizante às relações humanas.

No nosso interior, o Espírito Santo inspira-nos e interpela-nos no sentido de nos humanizarmos mediante o amor, a fim de sermos divinizados.

É este o sopro divino que, no princípio, Deus insuflou nas nossas narinas como diz a Bíblia (Gn 2, 7).

É esta a intervenção especial de Deus na nossa criação. Foi o Espírito Santo que iniciou na Histórica da Humanidade o impulso da amorização, no momento em que Deus insuflou o sopro da vida no interior do barro do qual saiu Adão (Gn 2, 7).

São Paulo exprime de modo muito feliz esta acção do Espírito Santo em nós, quando diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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