sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

SABER ESCUTAR AS PROPOSTAS DO AMOR-I

I-A ARTE DE ELEGER O OUTRO COMO PRÓXIMO

O Amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

Por outras palavras, o amor não é uma teoria mas uma dinâmica relacional que se torna real em atitudes concretas.

Apesar de nunca se impor, o amor propõe-se e insinua-se, convidando a pessoa a eleger o outro como alvo de bem-querer.

O amor convida-nos a aceitar o outro tal como é e a agir de modo a facilitar a sua realização e felicidade.

Eis algumas propostas importantes que o amor faz às pessoas que o tomam a sério: Procura estar junto do outro nas horas difíceis. Procura ser solidário, facilitando a vida dos demais.

Procura ajudar o outro a gostar de si, valorizando as suas realizações. Ajuda o outro a superar as situações de sofrimento, sobretudo ajuda-o a vencer a solidão e a suportar os fardos com que a vida, por vezes, nos carrega.

A pessoa que ama de verdade sente alegria de ver o outro crescer como pessoa realizada, amadurecida e feliz.

Não te esqueças de dar oportunidades ao outro, a fim de lhe dar possibilidades de se desenvolver como pessoa livre, consciente e responsável.

O amor nunca substitui o outro, mas cultiva a arte de ajudar sem se sobrepor. O amor inspira atitudes e gestos com sabor a doação e disponibilidade.

O amor convida a eleger o outro pelo que ele é e não por ele fazer aquilo que nós queremos.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

SABER ESCUTAR AS PROPOSTAS DO AMOR-II

II-AMOR E ATENÇÃO AO OUTRO

A pessoa que se deixa interpelar pelas sugestões profundas do amor compreende perfeitamente o ensinamento de Jesus que diz que é melhor dar que receber.

O amor inspira gestos capazes de ajudar o outro a descobrir sentidos para viver de modo construtivo e condições para se sentir válido.

Amar é ser capaz de ficar calado quando se está magoado, esperando a oportunidade certa para dialogar serenamente.

O amor convida-nos a acreditar no outro e não pretendermos que a nossa opinião é a única certa e válida.

Amar é estar atento, sabendo escolher como tema de conversa e passatempo assuntos que têm interesse para o outro.

É também saber calar-se quando nos damos conta que a conversa está a cansar. Amar é saber olhar as qualidades do outro e não girar obsessivamente em volta dos seus defeitos.

O amor convida a partilhar não apenas o que a pessoa tem, mas também e sobretudo aquilo que ela é.

O amor sabe que a disponibilidade para escutar e acolher é mais importante do que os presentes.

Amar é acolher as diferenças, deixando o outro ser tal como é, e não pretender que ele seja uma cópia de mim.

Ama mais e melhor quem dá o primeiro passo na linha da reconciliação. Foi assim que Deus agiu para connosco em Jesus Cristo.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

SABER ESCUTAR AS PROPOSTAS DO AMOR-III


III-O AMOR DESCOBRE RAZÕES PARA VIVER

Procura estar atento para ver se o outro está precisando de ti. Não basta pensar: “Quando quiser que venha ter comigo”.

Amar é estar disposto a morrer a um projecto pessoal para ir ao encontro do outro se ele está precisando de mim.

O amor, ajuda a pessoa a compreender que é melhor dar do que receber. O amor ajuda a pessoa a sentir que vale a pena viver.

Na verdade, quando é atingida pelo amor, a pessoa sente-se forte e sente que vale a pena viver.
Jesus levou o amor até à sua expressão máxima:

“Dar a vida pelos outros, como ele mesmo nos diz no evangelho de São João: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.

Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13). O amor é a única rocha firme sobre a qual podemos edificar a vida de maneira segura.

O amor é a veste indispensável para participarmos no banquete do Reino de Deus. Quando se sentem amadas, as pessoas sentem-se estimadas, valorizadas e, portanto, capacitadas para render o melhor dos seus talentos.

É importante compreender que na comunhão amorosa há lugar para a diferença, pois cada pessoa está chamada a realizar-se como ser único, original e irrepetível.

Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

SABER ESCUTAR AS PROPOSTAS DO AMOR-IV

IV-AMAR É AJUDAR O OUTRO A CRESCER

A pessoa que ama procura compreender os outros na sua realidade mais profunda, a fim de facilitar a sua realização e poder aceitá-los na sua originalidade.

O amor convida a as pessoas a estar atentas às crises de crescimento dos outros. Não há crescimento sem crises.

Ajudar os outros a vencer as crises é ajudá-los a entrar num novo limiar de crescimento e maturidade pessoal.

Só no amor é possível construi relações humanizantes, as quais se desenvolvem numa linha de verdade e autenticidade.

O amor convida-nos a aceitar a história do outro, condição essencial para o compreender e aceitar tal como ele é.

O amor ensina-nos que não podemos ser bons em tudo, aceitando que há aspectos em que os outros são melhores do que nós.

Esta atitude é o caminho para a humildade, essa capacidade de nos olharmos a nós e aos outros numa linha de verdade.

Os cristãos sabem que o Espírito Santo é uma pessoa cujo jeito de ser é animar e optimizar as relações de amor.

Os cristãos sabem que o Espírito Santo optimiza os nossos planos de amor e comunhão.
Podemos dizer que amar é eleger o outro como alvo de bem-querer.

É também aceitá-lo como é, apesar de ser diferente, e agir de modo a facilitar a sua realização e felicidade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

APRENDER A EDIFICAR SOBRE A ESPERANÇA-I

I-A ORIGINALIDADE DA ESPERANÇA CRISTÃ

A Esperança é um chamamento interior que brota da Palavra de Deus e nos dá razões para caminhar em direcção ao futuro.

Os horizontes da Esperança cristã são os mesmos da Fé, pois as duas têm como fundamento a Palavra de Deus.

A fé garante-nos que a Humanidade não é uma aventura sem saída ou um processo a caminhar para o vazio da morte.

A Fé assenta sobre uma memória que é a ressurreição de Cristo. A esperança, partindo desta memória, avança em direcção ao futuro, elaborando planos e realizações que nos conduzam a esse mesmo futuro.

Por outras palavras, a fé vê em Jesus ressuscitado a garantia de que a Humanidade já tem ao seu alcance a garantia de um sucesso pleno.

A Esperança aguarda de modo comprometido com a História a plenitude do plano de Deus em favor da Humanidade.

A esperança sente que a História que temos de realizar tem o sucesso garantido graças a Jesus Cristo ressuscitado.

No entanto, a fé diz-nos que Deus está connosco mas não está em nosso lugar. Isto quer dizer que a esperança nos convida a actuar, agindo como se tudo dependesse de nós, sabendo que o fundamental é obra do Senhor.

O evangelho de São João diz que a nossa plenitude não assenta na nossa realização, mas no dom da graça de Cristo:

“Da sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça” (Jo 1, 16). Foi com Cristo, diz a Carta aos Efésios, que Deus levou o tempo à sua plenitude:

“O Pai deu-nos a conhecer o mistério da sua vontade, conforme a decisão prévia que lhe aprouve tomar, a fim de levar o tempo à sua plenitude” (Ef 1, 9-10).

A plenitude dos tempos significa a fase dos acabamentos, isto é, a etapa em que a humanização do Homem já está a ser plenificada com a divinização já coincide com a sua divinização.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

APRENDER A EDIFICAR SOBRE A ESPERANÇA-II

II-ESPERANÇA CRISTÃ E SALVAÇÃO

A Esperança Cristã assegura-nos que a Humanidade está já na fase do sucesso garantido: Pelo mistério da Encarnação, o divino enxertou-se no humano para que este seja divinizado.

Este sucesso é, portanto, um dom que nos é oferecido amorosamente por Deus. A Carta aos Gálatas diz que ao chegar a plenitude dos tempos Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, a fim de ser inaugurado o tempo da graça, o qual implica a anulação de leis normas ou preceitos que oprimam as pessoas (Ga 4, 4-7).

A Esperança Cristã não é apenas um desejo vago que nasce dessa fome de felicidade que todos levamos dentro.

Pelo contrário, assenta num projecto conhecido, pois foi-nos revelado por Deus, sobretudo através de Cristo.

São Paulo diz que este projecto é fruto de um querer explícito de Deus que, em Cristo, faz de nós uma Nova Criação:

“Se alguém está em Cristo é uma Nova Criação. O que era antigo passou. Eis que tudo se fez novo.

Tudo isto vem de Deus que, em Jesus Cristo, nos reconciliou consigo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (2 Cor 5, 17.19).

A Carta aos Romanos faz uma síntese magnífica dos horizontes da Esperança Cristã quando afirma:

“Todos os que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão, mas um Espírito de adopção graças ao qual clamamos “Abba” (Pai-Nosso).

O Espírito Santo, no nosso íntimo, dá testemunho ao nosso espírito de que somos realmente filhos de Deus.

Ora, se somos filhos somos também herdeiros. Herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros com Jesus Cristo” (Rm 8, 14-17).

Na verdade, diz São Paulo, o Espírito Santo, é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Ao dar-nos a conhecer estes horizontes de salvação, a fé estimula-nos a empenharmo-nos com esperança na construção da nossa História.

Por outras palavras, a esperança estimula-nos a avençar em direcção à comunhão com Deus, pois esta é a meta que Deus nos propõe em Jesus Cristo.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

APRENDER A EDIFICAR SOBRE A ESPERANÇA-III

III-ESPERANÇA E COMPROMISSO HISTÓRICO

Pela Esperança, o cristão sabe que o projecto sonhado por Deus para nós vai acontecer. A esperança não se confunde com uma forma vaga de utopia.

Pelo contrário, o conhecimento do plano de Deus leva consigo uma vocação, isto é, um apelo a trabalhar na vinha do Senhor.

É verdade que a divinização do Homem é um dom totalmente gratuito, mas Deus só pode divinizar o que a pessoa foi humanizando ao longo da sua realização histórica.

Eu costumo afirmar que, na festa do Reino de Deus, todos dançam o ritmo do amor, mas cada um com o jeito que treinou enquanto viveu na história.

Na verdade, a pessoa humana é um ser em realização histórica: Só se faz, fazendo. Apenas se Realiza, realizando.

A humanização do homem é uma tarefa que cada pessoa tem de realizar. Ninguém nos pode substituir nesta missão, embora precisemos dos outros para a conseguirmos realizar com sucesso.

A plenitude dos tempos significa um salto de qualidade que a Humanidade deu, graças ao acontecimento de Jesus Cristo.

Eis o que o evangelho de São João diz sobre isto: “No último dia, o mais solene da festa, Jesus, de pé, exclamou:

“Se alguém tem sede venha a mim. Quem acredita em mim que sacie a sua sede! Como diz a Escritura, do seu íntimo hão-de surgir nascentes de Água viva.”

Jesus disse isto referindo-se ao Espírito Santo que iriam receber os que acreditassem nele.
Com efeito, o Espírito ainda não tinha vindo, pois Jesus ainda não tinha sido glorificado” (Jo 7, 37-39).

Esta passagem revela bem como os horizontes da esperança cristã vai muito para além de um projecto intra-histórico, como é o caso das utopias.

Graças à sua esperança, os cristãos não se sentem confinados aos horizontes de uma vida a caminhar para a morte, como diz a Carta aos Filipenses:

“Para nós, a cidade a que pertencemos está nos céus, de onde esperamos o Jesus Cristo o nosso Salvador.

Com a força que o habita e capacita para sujeitar todas as coisas, ele transfigurará o nosso corpo, configurando-o ao seu corpo glorioso” (Flp 3, 20-21).

O horizonte máximo da esperança cristã, portanto, é Jesus Cristo ressuscitado. A Carta aos Hebreus diz que a esperança é a expectativa confiante dos bens que estão para vir (Heb 6, 11).

A Segunda Carta aos Coríntios tente reavivar e fortalecer a esperança daquela comunidade dizendo que não estamos a edificar para a morte, mas para a Vida Eterna:

“Por isso não desfalecemos. E mesmo que em nós o homem exterior vá caminhando para a ruína, o homem interior renova-se dia após dia.

Com efeito, as nossas tribulações momentâneas proporcionam-nos um peso eterno de glória, além de toda e qualquer medida.

Na verdade, olhamos mais para as coisas invisíveis do que para aquelas que se vêem. De facto, as coisas visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas” (2 Cor 4, 16-18).

Estruturada com os horizontes deste texto e outros parecidos, a esperança possibilita ao cristão saborear as coisas com um sentido novo.

Os horizontes da esperança cristã provocam no coração dos crentes um apelo convidando-o a empenhar-se na sua realização.

À luz da esperança cristã a vocação fundamental do Homem é a sua humanização, condição para ser divinizado.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

APRENDER A EDIFICAR SOBRE A ESPERANÇA-IV

IV-ESPERANÇA CRISTÃ E ALEGRIA

São Paulo, na Carta aos Romanos, pede aos cristãos para se alegrarem na esperança (Rm 12,12).

A alegria vivida com os horizontes de esperança tem uma profundidade e um alcance que a alegria das meras experiências não tem.

Esta alegria, diz São Paulo na Carta aos Gálatas, é fruto do Espírito Santo (Ga 5, 22). Por outras palavras, a alegria que emerge da esperança vai para além da alegria que brota das meras emoções humanas.

Referindo-se às dificuldades que acompanharam a evangelização dos Tessalonicenses, Paulo escreve-lhes dizendo que eles acolheram a Palavra no meio de muitas tribulações, mas cheios da alegria do Espírito Santo (1 Ts 1, 6).

Como vemos, a alegria que brota da esperança graças à presença do Espírito Santo no nosso coração pode acontecer até no meio de tribulações e dificuldades.

Referindo-se à alegria que acompanha os crentes que tomam a sério o amor a Deus e aos irmãos, diz o seguinte:

“É que o Reino de Deus não é uma questão de comer e beber, mas de justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14, 17).

Jesus diz aos discípulos que lhes revelou os segredos de Deus para que permaneça neles a alegria do Espírito e, deste modo, a sua alegria ser perfeita:

“Revelei-vos estas coisas, a fim de que a minha alegria habite em vós e, deste modo, a vossa alegria seja completa” (Jo 15, 11).

Numa outra passagem, Jesus garante aos discípulos que, após a Páscoa, a sua alegria será plena e duradoira:

“Agora estais abatidos, mas ver-vos-ei de novo e haveis de vos alegrar e já ninguém poderá tirar-vos a vossa alegria” (Jo 16, 22).

Após a Última Ceia, Jesus faz uma oração ao Pai, pedindo-lhe pelos discípulos, a fim de estes receberem a plenitude da sua alegria:

“Mas agora vou para ti. E ainda no mundo digo isto para que eles tenham em si a plenitude da minha alegria” (Jo 17, 13).

Cultivar a esperança, portanto, é optimizar a nossa capacidade de saborearmos a alegria que vem do Espírito Santo.

No evangelho de São Mateus, Jesus diz aos discípulos para se alegrarem quando são perseguidos, pois a sua recompensa em Deus será muito grande:

“Exultai e alegrai-vos, pois grande será a vossa recompensa no Céu” (Mt 5, 12). Esperando a proximidade do encontro definitivo com Cristo ressuscitado, a carta aos Filipenses utiliza expressões que são convites a viver alegres no Senhor:

“Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo vos digo: alegrai-vos! Que a vossa bondade seja conhecida de todos, pois o Senhor está próximo” (Flp 4, 4-5).

A esperança cristã oferece-nos razões novas para viver alegres e empenhados na construção do Reino de Deus.



Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias















APRENDER A EDIFICAR SOBRE A ESPERANÇA-V

V-A FORÇA LIBERTADORA DA ESPERANÇA

Para São Paulo diz que a sua vida está identificada com Jesus Cristo: “Para mim, viver é Cristo e morrer é um lucro” (Flp 1, 21).

É o Espírito Santo que nos ajuda a crescer e a amadurecer na vida espiritual. À medida que nos faz renascer, nós vamo-nos configurando com Cristo.

É isto que o evangelho de São João que dizer quando afirma: “Tendes de nascer de novo pela Água e pelo Espírito.
O nasce da carne é carne e o que nasce do Espírito é espírito” (Jo 3, 6). O profeta Jeremias assegura-nos que Deus tem planos de salvação para nós.

Devemos fortalecer a nossa esperança, sabendo que não fomos abandonados por Deus. Eis as suas palavras: “Conheço muito bem os planos que fiz para vós, diz o Senhor.

Fiz planos para prosperardes e não para serdes aniquilados. Planos para terdes esperança num futuro bom.

Então chamareis por mim, far-me-eis a vossa oração e eu escutar-vos-ei” (Jer 29, 11-12). A esperança cristã é uma certeza, pois assenta na Palavra de Deus e na sua fidelidade inabalável.

Esta certeza, no entanto, apoia-se na Fé, não na evidência. Mesmo nos momentos das dificuldades, a esperança dá-nos a certeza de que não estamos sós, pois o Deus em quem depositamos a nossa esperança é fiel.

O cristão amadurecido na vida teologal tem a certeza de que Deus não o abandona, diz São Paulo:
Depois de ter pedido a Deus que o libertasse de uma dificuldade, Deus deu-lhe a garantia de que apesar das suas limitações, Deus não o ia abandonar:

“Basta-te a minha graça, pois o meu poder libertador é perfeito quando se trata de ajudar a fraqueza” (2 Cor 12, 9).

A Carta aos Colossenses indica uma norma sábia para o amadurecimento da Esperança:
“Colocai a vossa mente nas coisas do alto e não nas terrenas” (Col 3, 2).

Quanto mais a nossa mente e o nosso coração se deixam possuir pela Palavra de Deus, mais o Espírito Santo nos transforma e configura com Jesus Cristo.

Ele é a Cabeça da Humanidade restaurada e reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-18).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

APRENDER A EDIFICAR SOBRE A ESPERANÇA-VI

VI-ESPERANÇA E ENCONTRO COM DEUS

O Salmo 126 faz uma bela síntese poética do que é a esperança: “Os que semeiam com lágrimas vão ceifar com cânticos de alegria.

Os que saem chorando, ao levar a semente para a sementeira, voltarão com canções de alegria trazendo molhos de espigas consigo” (Sal 126, 5-6).

Para crescer, a Esperança cristã deve ser cultivada e alimentada com a oração e a meditação da Palavra de Deus.

A Primeira Carta de São Pedro diz que os cristãos devem alimentar a sua esperança com a Palavra de Deus, a fim de darem testemunho junto das pessoas:

“Acolhei Cristo nos vossos corações, a fim de estardes preparados para responder aos que vos procuram sobre as razões da vossa esperança” (1 Pd 3, 15).

A esperança dá-nos a certeza de que, apesar dos sofrimentos e dificuldades da vida Deus tem preparou para nós uma plenitude onde a alegria e a felicidade não terão fim.

Os pilares da esperança cristã são a Palavra de Deus e o Espírito Santo. Alimentado com a palavra e fortalecido pelo Espírito Santo, o cristão torna-se uma força transformadora no mundo.

A Carta aos Hebreus diz que Abraão é um modelo de esperança, pois apesar de a evidência sugerir o contrário, ele confiou em Deus, abrindo o coração à esperança.

Por isso ele obteve o que esperava: “E assim, depois de ter esperado pacientemente, Abraão recebeu o conteúdo da promessa” (Heb 6, 15).

A esperança cristã capacita-nos para olhar a vida, a história e os acontecimentos com os olhos do próprio Deus.

À medida que o cristão vai tendo encontros significativos com Deus, a sua esperança torna-se mais sólida e ganha horizontes de eternidade.

No entanto, apesar de nos capacitar para saborearmos a vida com os horizontes da plenitude em Deus, a esperança não nos distrai dos compromissos históricos.

Pelo contrário, envia-nos para o mundo com critérios diferentes dos do mundo, a fim de edificarmos o Reino de deus a emergir da História.

Segundo o evangelho de São Mateus, os cristãos estão chamados a ser sal, luz e fermento no meio do mundo (cf. Mt 5, 13-16).

Graças à nossa esperança, diz São Paulo, os sofrimentos e a morte já não são vistos como tragédias sem saída (Rm 8, 18).

Fundada em Cristo ressuscitado, a esperança dá-nos a certeza de que não estamos a caminhar para o vazio da morte.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sábado, 10 de janeiro de 2009

O ESPÍRITO SANTO E A ÁRVORE DA VIDA-I

I-A INFIDELIDADE DE ADÃO

“O Senhor Deus disse: ‘eis que o Homem, quanto ao conhecimento do bem e do mal, se tornou como um de nós.

Agora é preciso que ele não estenda a mão para se apoderar também do fruto da Árvore da Vida e, comendo dele, viva para sempre.

Então, o Senhor Deus expulsou Adão do Jardim do Éden (…). Depois de ter expulsado o Homem colocou a oriente do jardim uns Querubins com uma espada flamejante, a fim de guardarem o caminho da Árvore da Vida” (Gn 3, 22-24).

De acordo com a linguagem simbólica do livro do Génesis, havia no centro do Paraíso duas árvores importantes: a árvore do conhecimento do bem e do mal e a Árvore da Vida.

Os frutos da árvore do conhecimento do bem e do mal, nas mãos do Homem, têm efeitos ambíguos, caindo facilmente na arbitrariedade e no caprichoso.

Na verdade, ao comerem o fruto desta árvore, Adão e Eva descobrem que estão nus, isto é, apercebem-se de que estão enredados na incapacidade de sucesso.

Na verdade, as pessoas que se alimentam do capricho e da arbitrariedade, não chegam a atingir uma consciência amadurecida, livre e geradora de fraternidade e comunhão.

Por seu lado, a Árvore da Vida faz germinar a Vida Eterna no coração dos que comem os seus frutos.

O fruto da Árvore da Vida é o Espírito Santo. As pessoas que comem o fruto da Árvore da Vida descobrem que estão revestidos com a veste da Salvação, diz o Livro do Apocalipse:

“E vi descer do Céu, a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, preparada, qual noiva vestida e adornada para o seu esposo” (Apc 21, 2).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O ESPÍRITO SANTO E A ÁRVORE DA VIDA-II


II-O MESSIAS E A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO

O profeta Isaías vê o Messias como um rebento cheio de vida a emergir. Este rebento tem a plenitude do Espírito Santo. Isto quer dizer que ele tem a plenitude da fecundidade:

“Brotará um rebento do tronco de Jessé, e um renovo brotará das suas raízes. Sobre Ele repousará o Espírito do Senhor: Espírito de Sabedoria e Entendimento, Espírito de Conselho e Fortaleza.

Espírito de Ciência e Temor de Deus” (Is 11, 1-2). O Livro do Génesis diz que Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança (Gn 1,26-27).

Por isso o ser humano tem um coração faminto de vida e amor. Mas como só podia ser livre optando, tinha de haver uma alternativa no Paraíso.

Por isso, ao lado da Árvore da Vida, Deus colocou a Árvore do conhecimento do bem e do mal.
Qualquer das árvores estava ao alcance do homem.

A simbologia do livro do Génesis exprime de modo magnífico o que significa o livre arbítrio, ou seja, a capacidade psíquica de optar pelo bem ou pelo mal.

Deus confia no coração do Homem criado à sua imagem e semelhança. Mas o Homem cedeu à tentação e comeu o fruto errado.

A tentação é sempre uma insinuação mental convidando o Homem a agir em sentido oposto à proposta de Deus.

E eis que o Homem logo nos primeiros ensaios da humanização opta no sentido errado, desprezando a Palavra de Deus.

Como consequência deste pecado, o Paraíso foi fechado, ficando fora do alcance de Adão.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O ESPÍRITO SANTO E A ÁRVORE DA VIDA-III


III-CONDUZIDOS POR JESUS À COMUNHÃO COM DEUS

A Humanidade é introduzida por Adão no caminho do Malogro e do fracasso. Como Deus é Amor infinito, não podia deixar de nos amar infinitamente.

Por isso, através do mistério da Encarnação, Deus orientou de novo o Homem no sentido da salvação. E a salvação ficou ao nosso alcance.

Na Sexta-feira Santa Jesus Cristo abriu o Paraíso e introduziu nele a Humanidade que o tinha precedido na história.

Eis as palavras que Jesus dirige ao Bom Ladrão, no momento de morrer e ressuscitar sobre a cruz:

“Em verdade te digo: hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43). Cristo é o rebento do tronco de Jessé e o renovo que brota da raiz deste tronco, isto é, a comunidade da Santíssima Trindade.

De facto, a realidade de Jesus Cristo não se esgota na sua grandeza humana. Por outras palavras, a grandeza de Jesus Cristo é humana e divina.

Isto quer dizer que a raiz mais profunda do mistério de Cristo é a própria comunhão da Trindade Divina (Jo 1, 12-14).

Por isso, mediante o mistério da Ascensão ele é incorporado na Família Divina, inserindo os homens na comunhão humano-divina.

Em Jesus ressuscitado a humanidade passou a fazer parte da Árvore da Vida. Todos nós, diz Jesus no evangelho de São João, somo ramos de uma videira cuja cepa é o próprio Jesus Cristo (Jo 15, 1-7).

Jesus reabriu-nos as portas do Paraíso e nós fomos divinizados.

Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O ESPÍRITO SANTO E A ÁRVORE DA VIDA-IV

IV-O PARAÍSO COMO REALIDADE A EMERGIR

Isto quer dizer que o relato do Livro do Génesis sobre o Paraíso é o plano de Deus sonhado para a plenitude dos tempos e não uma realidade existente num princípio mítico:

“Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher (…), a fim de recebermos a adopção de filhos” (Gal 4, 4-6).

São Paulo diz que Jesus Cristo é o Novo Adão (Rm 5,17). Ele é a cabeça da Nova Humanidade reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).

Ele é, na verdade, a Árvore da Vida que nos dá o fruto da Vida Eterna: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a Vida Eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia.

Na verdade a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é uma verdadeira bebida.
Quem come a minha carne a bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.

Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também o que me come viverá por mim” (Jo 6, 54-57).

Mas São João tem o cuidado de acentuar que este mistério da comunhão orgânica com Cristo ressuscitado nada tem de antropofagia:

“E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito é que dá vida, a carne não presta para nada.

As palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62-63). A carne de Jesus ressuscitado é a sua realidade humana glorificada e formando um todo orgânico com a Humanidade inteira.

O sangue do Cristo glorioso é a seiva da Árvore da Vida Eterna, isto é, o Espírito Santo. Com Jesus ressuscitado, a Humanidade é assumida no paraíso e assumida na família de Deus.

Deste modo, o Paraíso, sonhado pelo livro do Génesis, torna-se finalmente realidade. Os que são alimentados pelo fruto da Árvore da Vida, isto é, o Espírito Santo, tomam parte na Vida Eterna, sendo organicamente incorporados na Família de Deus, como diz São Paulo (Gal 4, 4-7).

O Livro do Apocalipse diz que, no Reino de Deus, os eleitos são todos alimentados pelo do fruto da Árvore da Vida:

“Felizes os que lavam as suas vestes, para poderem entrar pelas portas da Cidade e terem acesso à Árvore da Vida” (Apc 22, 14).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O ESPÍRITO SANTO E A ÁRVORE DA VIDA-V

V-COMUNHÃO COM CRISTO E SALVAÇÃO

A vida nova em Cristo não é uma questão de simples sujeição a um código ético com normas bem estruturadas.

Viver em comunhão com Cristo significa estar organicamente unido a Jesus ressuscitado. O princípio animador desta relação e comunhão com o Senhor ressuscitado é o Espírito Santo.

A comunhão orgânica com Cristo é um dom gratuito de Deus. Ponhamos um exemplo:
Comparemos a Humanidade ferida pelo pecado a um limoeiro doente e envelhecido pela ferrugem.

Apesar de ser um limoeiro de alta qualidade, agora, carcomido pela ferrugem, dá frutos de péssima qualidade.

O proprietário do limoeiro tinha um gostava muito desta espécie de limoeiro. Por isso pensou nas várias hipóteses de salvar o limoeiro.

Foi então que lhe surgiu a ideia de enxertar um raminho do limoeiro numa laranjeira jovem e robusta.

Uma vez enxertado, o rebento do limoeiro, sem deixar de ser limoeiro, recebe a seiva da laranjeira sadia e forte começa a ficar robusto.

Num curto espaço de pouco tempo, começa a dar limões de excelente qualidade. O enxerto não destruiu a natureza do limoeiro, pois ele dá limões de alta qualidade.

A seiva da laranjeira, portanto, optimizou o limoeiro e a qualidade dos seus frutos. Foi isto que aconteceu à Humanidade pelo mistério da Encarnação, como diz Jesus com o exemplo da videira:

“Permanecei em mim, que eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim acontecerá também convosco, se não permanecerdes em mim.

Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 4-5).

Podemos dizer que a Encarnação é o enxerto do divino no humano, a fim de optimizar a natureza humana, capacitando-a para dar frutos de vida eterna.

Isto significa que a Humanidade ficou enxertada na Árvore da Vida cujo tronco é Jesus Cristo e cuja raiz é a comunhão da Santíssima Trindade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O ESPÍRITO SANTO E A ÁRVORE DA VIDA-VI

VI-ESPÍRITO SANTO E A NOVA CRIAÇÃO

Os que são animados pelo Espírito Santo formam uma realidade nova a que São Paulo chama uma nova criação:

“Por isso, se alguém está em Cristo, é uma nova criação. O que era velho passou. Eis que tudo se fez novo!

Tudo isto vem de Deus que, em Cristo, nos reconciliou consigo, e nos confiou o ministério da reconciliação.

De facto, foi Deus quem reconciliou o mundo consigo, em Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação” (2 Cor 5, 17-19).

Neste mistério da incorporação do Homem na comunhão divina, o Espírito Santo é o sangue de Cristo a circular nas artérias do nosso coração, alimentando a vida divina em nós.

Além disso revela-nos o plano salvador de Deus, como diz São Paulo: “Com efeito, quem, entre os homens, conhece o que vai no coração da pessoa, a não ser o próprio espírito do homem.

Assim, também, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não o Espírito de Deus que nos faz compreender o dom que Deus amorosamente nos concedeu” (1 Cor 2, 11-12).

O evangelho de São João vai nesta mesma linha quando falada vinda do Espírito Santo após a ressurreição de Cristo:

“Mas quando vier o Espírito de Verdade, Ele vos guiará para a verdade total. Ele não fala de si mesmo, pois apenas diz o que ouve e dir-vos-á o que está para vir” (Jo 16, 13).

É o Espírito que, no nosso interior, nos revela a nossa condição de filhos de Deus Pai e irmãos do filho de Deus (Rm 8, 14-17).

É pelo Espírito Santo que se vai robustecendo o homem espiritual que levamos em gestação dentro de nós.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O ESPÍRITO SANTO E A ÁRVORE DA VIDA-VII

VII-ESPÍRITO SANTO E VIDA FECUNDA

O evangelho de São João diz que o homem interior, isto é, a dimensão espiritual da pessoa vai renascendo pela acção do Espírito Santo (Jo 3, 6).

Trata-se, portanto, de uma realidade a emergir no interior do homem. Por outras palavras, o interior da pessoa é espiritual e forma-se dentro do seu ser exterior como o pintainho se forma dentro do ovo.

O homem interior vai-se robustecendo, graças a acção do Espírito Santo, diz a segunda carta aos Coríntios:

“Por isso não desfalecemos. Mesmo que em nós o homem exterior vá caminhando para a ruína, o homem interior renova-se dia após dia” (2 Cor 4, 16).

É assim a dinâmica da vida nova em Cristo a nascer e a fortalecer-se de modo gradual e progressivo.

O Espírito Santo vai-nos configurando de modo progressivo com Cristo. Ele é, na verdade, o princípio fecundo que faz emergir ávida nova no nosso coração.

A Carta aos Gálatas menciona alguns dos frutos que a nossa vida vai produzindo quando está unida a Cristo e animada pelo Espírito Santo:

“Mas os frutos do Espírito Santo são amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, gentileza e auto controle. Contra estas coisas não há lei” (Ga 5, 22-23).

Mas a nossa vida será fecunda na medida em que permaneçamos unidos a Cristo, como os ramos da videira estão unidos à cepa.

“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Os ramos não podem dar fruto por si. Serão fecundos na medida em que estiverem unidos à videira.

Do mesmo modo vós não podeis dar fruto se não estiverdes unidos a mim” (Jo 15, 4-5). O Espírito Santo é a seiva que nos alimenta e robustece, capacitando-nos para sermos testemunhas do Evangelho no meio do mundo:

“Mas vós recebereis o poder do Espírito Santo e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia, na Samaria e até aos confins da Terra” (Act 1, 8).

A Carta aos Efésios recomenda aos cristãos para não se embriagarem, mas abrir o coração à acção do Espírito Santo:

“Não vos embriagueis com vinho, pois isso conduz à luxúria. Pelo contrário, deixai que o Espírito Santo encha os vossos corações” (Ef 5, 18).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O HOMEM NO PLANO CRIADOR DE DEUS-I

I-A CRIAÇÃO NO PLANO DE DEUS

Sem o dom da revelação, o ser humano não tinha a lente adequada para compreender o sentido mais profundo da Criação e do lugar do Homem no plano de Deus.

À luz da fé cristã, o fundamento da Criação é o amor. Na verdade, Deus é amor, diz a Primeira Carta de São João (1 Jo 4, 7).

Podemos dizer que o impulso primordial da génese criadora do Universo nasce do Amor.

O Deus Criador é uma Comunhão familiar. A Divindade é relações de amor e imprimiu as suas impressões digitais no tecido da Criação.

É esta a razão pela qual o tecido da Criação está todo marcado com o selo das relações. Na verdade a dinâmica das relações reina no átomo, no sistema solar ou nas galáxias.

A génese criadora do Universo acontece dentro de uma sequência de causas, efeito, e saltos de qualidade.

Em cada salto de qualidade que acontece, a dinâmica das relações ganha uma nova qualidade.

E vão surgindo assim relações nucleares, gravitacionais, relações de vida gregária, relações sociais, económicas, políticas, interpessoais ou de comunhão amorosa.

As coisas são assim porque o amor, a comunhão e as relações familiares precederam o Universo!
A harmonia e o dinamismo do Universo espelham, embora de modo indirecto, a inteligência e a bondade do Criador.

Tudo é lógico. Tudo tem sentido e lugar. Existe intencionalidade, embora não determinismo, na génese da Criação.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O HOMEM NO PLANO CRIADOR DE DEUS-II

II-CRISTO COMO PLENITUDE DA CRIAÇÃO

Com o aparecimento do Homem, a vida atingiu o nível pessoal e espiritual, tornando-se imagem perfeita de Deus.

Na verdade, a Divindade é pessoas em relações e a Humanidade também. À luz da fé cristã, o Homem é a menina dos olhos de Deus e a sua grande paixão.

A prova evidente de que o Homem é realmente a paixão de Deus é Jesus Cristo. Podemos dizer que o Criador talhou o Homem para comungar com Deus e concretizou este plano mediante o acontecimento da Encarnação.

De facto, pelo acontecimento da Encarnação o divino enxertou-se no humano, afim deste ser divinizado.

O evangelho de São João diz que a divinização do Homem, aconteceu porque Deus, através do mistério da Encarnação, nos deu o poder de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1, 12-14).

São Paulo vai nesta mesma linha dizendo que o Filho de Deus, ao comunicar-nos o dom do Espírito Santo faz de nós membros da Família de Deus:

Filhos e herdeiros de Deus Pai e irmãos e co-herdeiros com o filho de Deus (Rm 8, 14-16). À luz da fé cristã, Jesus Cristo surge como a cúpula do plano de Deus iniciado com a Criação.

A História foi levada à sua plenitude por Jesus Cristo ressuscitado, o qual se tornou a Cabeça da Criação Renovada (2 Cor 5, 17-18).

O evangelho de São João diz que Cristo, no princípio, esteve presente nos primórdios da dinâmica criadora do Universo:

“No princípio existia o Verbo e o Verbo estava em Deus e era Deus. Por ele é que tudo começou a existir. E sem ele nada veio à existência. Nele estava a Vida e tudo o que veio a existir” (Jo 1,1-4).

Com o mistério da Encarnação acontece a divinização do Homem mediante a sua incorporação na comunhão familiar de Deus.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O HOMEM NO PLANO CRIADOR DE DEUS-III

III-DEUS, O HOMEM E A CRIAÇÃO

Como obra saída das mãos de Deus, a Criação leva a bondade inscrita no seu íntimo. O Livro do Génesis repete várias vezes que Deus olhou para as obras que criou e viu que tudo era bom. (cf. Gn 1, 1-2, 7).

O Novo Testamento vai mais longe nesta afirmação da bondade da Criação, pois olha o projecto criador de Deus à luz de Cristo ressuscitado.

Os fariseus com as suas distorções dualistas dividiam as coisas entre puras e impuras, boas e más, benditas e malditas.

Jesus opõe-se a esta distorção, afirmando a bondade essencial de todas as coisas. Os alimentos são todos puros, diz Jesus. O que mancha o homem é a maldade que lhe sai do coração e não os alimentos que possa ingerir (Mc 7, 14-20).

São Paulo vai nesta mesma linha quando afirma: Nada é impuro. Podemos comer de tudo sem nos pormos questões de consciência (Rm 14,14; 1 Cor 1 0, 25).

“Tudo o que Deus criou é bom. Não devemos rejeitar qualquer alimento por razões de pureza ou impureza legal (1Tm 4, 2-5).

Deus ama ternamente a Criação e cuida de todas as criaturas. Os evangelhos põem na boca de Jesus uma série de afirmações poéticas de uma grande beleza, a fim de afirmar o amor de Deus pela Criação.

Nem um só pássaro cai por terra sem que Deus o permita (Mt 10, 29). Com o seu jeito amoroso de criar, Deus deu beleza aos lírios do campo e agilidade às aves do céu (Mt 6, 25-34).

Deus chama à existência as coisas que não são, a fim de estas poderem existir, diz São Paulo (Rm 4, 17).

A Carta aos Colossenses diz que Cristo é o princípio, o centro e o fim da Criação (Col 1, 15-20).
“Tudo foi criado em Cristo e para ele, acrescenta ainda a Carta aos Colossenses “ (Col 1, 16b).

Ao criar o Homem, Deus pôs as coisas criadas ao serviço do Homem, para par que este as utilize de modo arbitrário ou caprichoso, mas para orientar de acordo com o plano de Deus.

Procedendo assim, o Homem e realiza-se e torna-se um ser livre. Na verdade, a liberdade é a capacidade de se relacionar amorosamente com os outros e interagir de modo criativamente com as coisas e os acontecimentos.

Eis o que São Paulo diz a este propósito: “Cristo libertou-nos, a fim de sermos livres, pois nós fomos chamados à liberdade” (Ga 5, 1; 5, 13).

“Todas as coisas são vossas, vós sois de Cristo e Cristo é de Deus” (1 Cor 3, 21-23). O prólogo do evangelho de São João é um testemunho fundamental de fé na criação.

Ao escrever este prólogo, São João tinha a intenção de conferir sentido pleno ao texto do Génesis sobre a Criação.

Por outras palavras, ao escrever o seu prólogo, São João procede como se estivesse a reescrever o relato da Criação do Livro do Génesis.

Por isso ele começa com as mesmas palavras do Livro do Génesis: “ No princípio” (Jo 1,1; cf. Gn 1, 1).

Tal como no Génesis, a criação é obra da Palavra (Jo 1,3). Há várias referências à luz e às trevas (Jo 1, 4-5).

Mas o prólogo de São João dá um salto de qualidade em relação ao Génesis: Enquanto no Livro do Génesis a Criação é iniciada em simultâneo com a marcha do tempo, no prólogo de São João ela emerge a partir da eternidade.

Por outras palavras, no prólogo de São João, os possíveis da Criação surgem antes do tempo.
Na verdade, a Criação emerge como acto amoroso a partir das relações amorosas da Santíssima Trindade.

No entanto, apesar de concebida na eternidade, a Criação só acontece no tempo (Jo 1, 12-14).
A Encarnação representa o ponto de encontro e comunhão do Criador com a Criação.

Graças ao mistério da Encarnação fomos incorporados na Família Divina (Jo 1, 12-14). O Filho de Deus encarnou pelo Espírito Santo e agora comunica-nos o mesmo Espírito em forma de Água Viva, a qual faz brotar no nosso íntimo, uma nascente de Vida Eterna (Jo 4, 14; 7, 37-39).

À luz do acontecimento de Cristo, o Paraíso como ponto de encontro e convívio harmonioso do Homem com Deus, isto é, o Paraíso, está no futuro e não num passado mítico.

O relato do Génesis que nos fala da relação harmoniosa existente entre Deus e Adão deve ser entendido como uma profecia que aponta para a meta do Plano Criador e Salvador de Deus.

Foi isto que Jesus quis dizer ao Bom Ladrão no momento da sua morte e ressurreição: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O HOMEM NO PLANO CRIADOR DE DEUS-IV

IV-O HOMEM E O PECADO CONTRA A CRIAÇÃO

Podemos dizer que o Criador, ao dar-nos esta terra bonita, generosa e fecunda nos proporcionou uma excelente morada, a fim de tornar possível a emergência de uma Humanidade fraterna e feliz.

Mas esta meta só pode acontecer se os seres humanos optarem pela dinâmica do amor, cujo gesto primordial é o cuidado da terra e a partilha fraterna dos seus bens.

Jesus Cristo apontou-nos o caminho para atingirmos esta meta, dando-nos o mandamento do amor:

“Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Assim como eu vos amei, também vós vos deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34-35).

Ao dar a Terra aos homens, o Criador convida-os a criar laços de solidariedade e comunhão, a fim de emergir o Homem Fraterno e feliz chamado a ser membro da Família de Deus.

O nosso egoísmo não só tem impedido que os bens da Terra circulem por todos os seres humanos como também nos tem levado a agir contra a Natureza, ao ponto de pormos em perigo o equilíbrio do ecossistema.

O egoísmo e a inconsciência já danificaram de modo grave o equilíbrio ecológico, pondo em perigo a vida das gerações futuras.

Na base deste nosso pecado está a procura insensata e desumana do lucro e a busca de um progresso sem controlo.

Estamos a criar níveis perigosos de poluição ao ponto de termo posto em perigo a própria sobrevivência da Humanidade com a destruição da camada protectora do ozone e o consequente efeito estufa.

As nossas crianças têm cada vez mais problemas respiratórios, pois o ar que respiram é de má qualidade.

Os nossos rios já quase não nos oferecem água limpa para bebermos e tomarmos banho. Tudo isto é a expressão do nosso pecado contra Deus e contra a Humanidade, sobretudo contra as gerações futuras.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O HOMEM NO PLANO CRIADOR DE DEUS-V

V-O HOMEM E A PLENITUDE DA CRIAÇÃO

A nossa Fé diz-nos que em Cristo o humano e o divino ficaram unidos de modo orgânico. Isto quer dizer que já pode acontecer comunhão entre Deus e o Homem. Esta comunhão, diz São Paulo, acontece em forma de união familiar (Rm 8, 14-16).

É verdade que o Homem emergiu a partir da vida animal, mas a nossa plenitude é o Reino de Deus, essa comunhão universal constituída por pessoas humanas e divinas.

Como vemos, o ser humano não se define pela sua animalidade mas sim pela sua condição de pessoa criada à imagem de Deus e chamada a ser membro da Família de Deus.

Na verdade, somos imagens de Deus a emergir de modo gradual e progressivo através das relações de amor.

Eis as palavras de São Paulo: “E nós, com o rosto descoberto, reflectimos a glória do Senhor que nos vai transfigurando através de várias transformações na sua própria imagem pela acção do Espírito Santo” (2 Cor 3, 18).

Para entendermos este mistério em profundidade temos de fazer como São Paulo que distingue o homem interior do homem exterior.

O homem interior é a nossa interioridade pessoal e espiritual. O homem exterior, pelo contrário, é o homem biológico e psíquico.

Ora o ser que se vai configurando e reforçando como imagem de Deus é o homem interior.
O ser espiritual emerge no interior do ser biológico e como o pintainho emerge no interior do ovo.

São Paulo fala do homem exterior que envelhece e se degrada e do homem interior que se vai robustecendo diariamente pela acção do Espírito Santo:

“Por isso não desfalecemos. E mesmo se em nós o homem exterior vai envelhecendo e caminhando para a ruína, o interior renova-se e torna-se mais robusto dia após dia” (2 Cor 4, 16).

O evangelho de São João sintetiza esta verdade dizendo ao afirmar que nascemos para renascer.

O que nasce da carne é carne, o que nasce do Espírito é espírito. É por esta razão que temos de nascer de novo (Jo 3, 6).

No nosso interior, o Espírito Santo é o grande arquitecto que vai configurando o nosso ser espiritual à imagem de Deus.

A Carta aos Romanos diz que Deus, ao criar o Homem, já tinha presente o modelo do Homem perfeito, isto é, Jesus Cristo:

Porque os que de antemão conheceu, Deus também os predestinou, a fim de serem uma imagem perfeita de seu Filho, a fim deste se tornar o primogénito de muitos irmãos” (Rm 8, 29).

Com a sua ternura maternal, o Espírito Santo vai moldando com um jeito divino a este ser que emerge como vida humana.

A Carta aos Filipenses diz que Adão, criado à imagem de Deus, foi infiel, reivindicando ser igual a Deus.

Jesus, pelo contrário, criado à imagem de Deus, não reivindicou ser igual a Deus, mas assumiu a sua condição de servo incondicionalmente fiel a Deus.

Por isso Adão foi humilhado, enquanto Jesus foi exaltado tornando-se a cabeça da Nova Humanidade (Flp 2, 6-10).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A CONDIÇÃO HUMANA DE JESUS-I

I-JESUS COMO HOMEM IGUAL A NÓS

Nunca passou pela cabeça dos Apóstolos a ideia de que Jesus não fosse um homem igual a nós.

A Carta aos Hebreus diz que temos um excelente Sumo-sacerdote junto de Deus, pois é ele um homem que experimentou plenamente a nossa condição:

“De facto, não temos um sacerdote que não possa compadecer-se de nós, pois ele foi provado e experimentado em tudo, excepto no pecado” (Heb 4, 15).

O jeito de viver e agir de Jesus era um sinal evidente da sua fidelidade incondicional à missão que Deus lhe confiou.

Os Apóstolos aperceberam-se muito bem de que Jesus tomava Deus e o Homem muito a sério.

Não era nada como aquelas pessoas que têm muita religião e devoções, mas estão muito longe dos irmãos.

Em geral estas pessoas são rotuladas de beatas. Jesus não era um beato, mas conheceu muitos.
Os fariseus, os seus inimigos mais ferozes, eram gente cheia de religião e devoções, mas o amor não tinha cabida nos seus corações.

Tinham os olhos tão fixos nas normas, leis e preceitos religiosos que não conseguiam ver os irmãos.

Jesus Cristo, pelo contrário, não foi um beato. Nunca separava a causa de Deus da causa do Homem.

Ele sabia muito bem que a grande paixão de Deus era o Homem humanizado, a fim de o poder divinizar mediante a incorporação na Família Divina.

Consciente deste facto, Jesus procurava viver de acordo com o plano de Deus, gastando a sua vida pela libertação do Homem.

Eis a razão pela qual ele denunciava com coragem tudo o que machucava ou oprimia os homens.

Ele sabia que o Homem é o único ser que Deus criou à sua imagem e semelhança. Todas as outras imagens são feitas pelos homens.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A CONDIÇÃO HUMANA DE JESUS-II

II-A FORÇA PROFÉTICA DE JESUS

Ao longo dos seus ensinamentos, Jesus gostava de dizer que a maneira correcta de amar a Deus implica o amor aos irmãos.

Se o Homem é a única imagem que Deus criou de si, então o amor aos irmãos é a única mediação segura para chegarmos ao conhecimento de Deus, como diz a Primeira Carta de São João:

“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus.

Aquele que não ama não chega a conhecer Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4, 7-8). Jesus amou de modo pleno e perfeito.

Foi por esta razão que ele atingiu o conhecimento perfeito de Deus. A sua paixão era fazer a vontade de Deus.

Defendia corajosamente os que não eram capazes de se defender. Deixava mais felizes as pessoas que tinham a sorte de se encontrar com ele.

Partilhava com os outros os seus bens e amava a todos, mas de modo especial os mais pobres.
Como estava cheio da força do Espírito Santo, nunca se deixou vencer pela cobardia.

Foi com este poder que ele inaugurou a Nova Humanidade reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).

Por estar habitado pela plenitude do Espírito Santo concedeu aos homens a possibilidade de se tornarem membros da Família de Deus (Jo 1, 12-14).

Foi assim que inaugurou a dinâmica da renovação humana, oferecendo às pessoas o dom do Espírito Santo, a fim de sermos introduzidos na comunhão familiar de Deus.

Como se deu totalmente, tinha consciência de que a sua vida não era apenas sua. Na verdade, Deus confiou-lhe uma missão em favor de toda a Humanidade.

Era generoso e puro de coração. Por outras palavras, o seu coração não rugoso nem gostava de nadar em águas turvas.

Foi consagrado pelo Espírito Santo para realizar a sua missão messiânica com sucesso pleno.

Amou sem fingimento, e por isso levou o amor à sua profundidade máxima, ao ponto de dar a vida por aqueles a quem amava: a Humanidade inteira.

Como se deu inteiramente, agora a sua vida é já de todos nós! Tornou-se a cepa da videira cujos ramos são todos homens (Jo 15, 1-8).

A seiva que vem da cepa e dá vida aos ramos é o Espírito Santo. Os que o mataram destruíram a sua morada entre os homens, pensando que, deste modo, acabavam com a dinâmica histórica da humanização.

Mas Deus restaurou a sua vida, fazendo dele o alicerce de uma Nova Humanidade. Partilhou tudo: Os bens, a vida e a Palavra de Deus.

Levou o amor à sua densidade máxima que é dar a vida por aqueles a que se amam. Eis a razão pela qual, ao longo dos séculos, não desapareceram as vozes que o aclamam com um coração cheio de gratidão.

A fidelidade incondicional de Jesus ultrapassou as nossas infidelidades. Jesus Cristo, diz São Paulo, foi o medianeiro através do qual Deus reconciliou o Homem com Deus, não levando mais em conta os nossos pecados (2 Cor 5, 17-19).

Actuava com a plena convicção de estar a fazer a vontade de Deus (Lc 4, 18-21). A carta aos Hebreus insiste em que ele é o medianeiro da Nova e eterna Aliança.

É o sumo-sacerdote que está permanentemente em funções junto de Deus (Heb 9, 15; 12, 24).

A primeira carta a Timóteo diz que existe um só medianeiro entre Deus e o Homem, Jesus
Cristo, homem (1 Tim 2, 5).

Se não fosse homem connosco não podíamos ser assumidos organicamente na comunhão familiar de Deus.

Ele é, diz a Carta aos Hebreus, o Pontífice da Nova e Eterna Aliança (Heb 5, 5-10; 7, 21).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A CONDIÇÃO HUMANA DE JESUS-III

III-A SUA MISSÃO COINCIDE COM O CENTRO DAS ESCRITURAS

A sua grande aspiração era a chegada da idade de oiro. A sua vinda significava a chegada do Shalom, isto é, o conjunto das bênçãos e dons prometidos por Deus a Abraão.

Ele é o rei universal que vai estabelecer uma paz universal. Das espadas forjará arados (Zac 9, 9).

O Povo de Deus vagueava de um lado para o outro como ovelhas sem pastor. Deus apercebe-se desta situação e vai suscitar um pastor bom, o qual sairá da casa de David.

Este conduzirá as ovelhas ao aprisco, protegendo o rebanho de todos os perigos (Ez 34, 11.31).

Deus vai restaurar o Reino de David, pois a o qual será governado por um filho de David (Ez 37, 16-27).

Jerusalém, conduzida pelo Rei Messias vai converter-se na capital mundial da sabedoria. Todos os povos virão a Jerusalém em busca da Sabedoria, deixando, em troca, as suas riquezas (Is 60, 1-6).

Daniel procura consolar o povo martirizado pelos selêucidas, anunciando-lhes a entronização do Filho do Homem com poderes universais (Dan 7, 9-14).

Para o Novo Testamento, Jesus é o Cristo anunciado pelos profetas. Jesus é o Bom Pastor anunciado por Ezequiel (Mt 25, 31; Lc 15, 1-7; Jo 10, 1-16).

Ele é o Novo templo de Deus, isto é, a mediação do encontro de Deus com o Homem (Mt 21, 12-17; Jo 2, 21-22).

Com o seu pecado, Adão fechou as portas do Paraíso, ficando sem acesso à Árvore da Vida (Gn 3, 24).

Pela sua morte e ressurreição, Jesus abriu de novo as portas do Paraíso como ele mesmo garantiu ao Bom Ladrão (Lc 23, 43).

Ele é a fonte da Vida que nos dá Água Viva que se torna fonte a jorrar Vida Eterna no nosso íntimo (Jo 4, 14; 7, 37-39).

São Lucas diz que o Espírito consagrou Jesus para anunciar a Boa Nova aos pobres, a libertação aos cativos e o ano da fraternidade especial (Lc 4, 18-21).

Ele tinha plena consciência da presença do Espírito a actuar em si. Os Actos dos Apóstolos dizem que Jesus, após o baptismo de João, passou a vida a fazer o bem e a libertar as pessoas oprimidas (Act 10, 37-42).

A vida de Jesus foi verdadeiramente um culto em Espírito e verdade (Jo 4, 20-21). Tomava Deus e o Homem a sério. Por isso falava de modo familiar com o Pai e agia de acordo com a Sua vontade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias