domingo, 17 de fevereiro de 2008

SENTIDO DA MORTE À LUZ DA FÉ-III

III-OS SÁBIOS EDIFICAM PARA A VIDA ETERNA

Que sábias são as pessoas que sabem aproveitar o tempo, gastando a vida mortal para construir a vida imortal.

Na verdade, a razão da nossa vida na história não é apenas prolongar a vida mortal, mas construir a vida eterna.
A fé diz-nos que a morte é condição para atingirmos a nossa glorificação com Cristo Ressuscitado.

Graças à Encarnação do filho de Deus, a salvação ficou ao nosso alcance!

Mediante o parto derradeiro da morte, nascemos de modo pleno e definitivo para Deus que é a nossa plenitude.

Ao anular o nosso ser exterior, a morte possibilita a libertação definitiva do nosso ser interior, a fim de entrarmos de modo definitivo na intimidade de Deus.

Por outras palavras, a morte destrói o nosso ser exterior, mas não mata o nosso ser pessoal-espiritual cuja meta é a comunhão com a Santíssima Trindade.

Cristo ressuscitado tornou-se para nós a Árvore da Vida, oferecendo-nos o fruto que nos proporciona a vida eterna, isto é, o Espírito Santo.

Com seu jeito maternal de amar, O Espírito Santo configura-nos interiormente com Cristo e introduz-nos na plenitude de Deus (Rm 8, 14-17; Ga 4, 4-7).

Recorrendo à imagem do Paraíso primordial, diríamos que, graças a Cristo ressuscitado, voltamos a ter acesso ao fruto da vida eterna do qual Adão nos tinha privado (cf. Gn 3, 22-24).

São Paulo diz que Cristo Ressuscitado é o Novo Adão (Rm 5, 17-19). Ele é a cabeça da Humanidade restaurada e o medianeiro da nossa reconciliação com Deus (2 Cor 5, 17-19).

Os textos da liturgia da Páscoa dizem que Cristo, ao morrer, destruiu a nossa morte e, ao ressuscitar, restaurou a nossa vida.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A FORÇA LIBERTADORA DO ESPÍRITO SANTO-I

I-O TEU AMOR MATERNAL LIBERTA-NOS

Espírito Santo:
És o rosto maternal de Deus, pois amas com um jeito maternal. Por seres o amor de Deus derramado nos nossos corações, és uma presença que nos convida e ajuda a ser livres.

Ser livre é ser capaz de se relacionar amorosamente com os outros e interagir de modo criativo com os acontecimentos e as coisas.

Animado pela tua força e luz inspiradora, Jesus iniciou a sua missão dizendo que tinha sido ungido por ti, a fim de libertar os cativos e enviar os presos em liberdade. Eis as palavras de Jesus:

“O Espírito Santo está sobre mim porque me consagrou para anunciar o Evangelho aos pobres.
Enviou-me a proclamar a libertação dos presos e a mandar em liberdade os oprimidos” (Lc 4, 18).

Ninguém é capaz de se tornar livre sem fazer decisões e escolhas na linha do amor. Cada vez que decidimos amar os outros estamos a responder a um apelo que nos fazes no íntimo do nosso ser, Espírito Santo.

Só o amor é capaz de fazer surgir o novo e o diferente, dando-nos novos horizontes para a vida e capacitando-nos para melhorarmos a marcha da história humana.

Eis a razão pela qual precisamos tanto de ti, Espírito Santo, a fim de podermos ser livres. O pecado, isto é, as recusas de amor, não nos tornam livres, diz Jesus no evangelho de São João:

“Se permanecerdes na minha palavra sereis meus discípulos, conhecendo a verdade e a verdade vos libertará (…).

Quem comete o pecado é escravo (…). Se o Filho de Deus vos libertar, sereis realmente livres” (Jo 8, 31-36).

Referindo-se ao legalismo que dominava no povo judeu do seu tempo, São Paulo diz que tu, Espírito Santo, nos libertaste da lei do pecado e da morte:

“O Espírito Santo é o Espírito da Vida em Cristo Jesus. Foi ele que nos libertou da lei do pecado e da morte” (Rm 8, 2).

Jesus Cristo, ao ressuscitar, comunicou-nos a tua força libertadora, fazendo de nós uma Nova Criação (2 Cor 5, 17).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A FORÇA LIBERTADORA DO ESPÍRITO SANTO-II


II-TU ÉS UMA FORÇA RESSUSCITADORA

São Paulo diz que tu és, Espírito Santo, o grande dom de Cristo ressuscitado: “Cristo ressuscitado é um ser espiritual. Onde está o Espírito do Senhor ressuscitado, aí está a liberdade” (2 Cor 3, 17).

Espírito Santo, és o princípio animador da união orgânica e da interacção entre Deus Pai e seu Filho Eterno.

Quando acontece uma relação de fraternidade e comunhão entre os seres humanos, tu estás sempre presente como força que optimiza e confere plenitude a essa relação amorosa.

Espírito Santo, tu és uma pessoa divina. Eis a razão pela qual não podes ser substituído por nenhum ser humano.

Só tu tens a possibilidade de realizar uma presença de amor universal, tornando-te interiormente presente a todos os seres humanos.

Tu amas com um jeito maternal, Espírito Santo. O teu amor possibilita a libertação das pessoas e facilita a realização dos seres humanos.

Sempre que alguém decide fazer bem aos irmãos, está a ser mediação do teu amor maternal.
De facto, a tua acção libertadora no coração das pessoas acontece pela ajuda de muitas pessoas humanas que são mediações do teu amor.

Na verdade, todas as atitudes de amor encontram em ti a sua raiz, Espírito Santo. Sem a tua acção vivificante na comunidade cristã, as celebrações sacramentais não passariam de ritos estéreis e vazios.

Do mesmo modo, sem a tua presença inspiradora no coração dos crentes, as Sagradas Escrituras não passariam de letra morta. São Paulo diz que a letra mata, mas o Espírito Santo dá vida (2 Cor 3, 6).

Sem a tua presença na vida das comunidades cristãs, estas não passaria de grupos humanos com umas tantas leis, ritos, normas.

Sem a tua presença geradora de vida amorosa não acontece comunhão com Deus e os irmãos.
Estiveste presente à dinâmica ressuscitadora de Jesus.

É também através de ti que somos ressuscitados, diz São Paulo. Eis as suas palavras: “E se o Espírito Santo que ressuscitou Jesus está em vós, também ele fará que os vossos corpos mortais vivam, após a morte, por meio deste Espírito Santo que vive em vós” (Rm 8, 11).

Graças a ti somos assumidos na comunhão Trinitária como filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação a Deus Filho.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A FORÇA LIBERTADORA DO ESPÍRITO SANTO-III



III-ÉS A FORÇA DA ENCARNAÇÃO

És a força que dinamiza o mistério da Encarnação, unindo e dinamizando o enxerto do divino no humano, graças ao qual todos nós somos divinizados.

Na verdade, tu estás no centro do mistério da Encarnação, activando a união orgânica que une o Filho Eterno de Deus com Jesus de Nazaré, o Filho de Maria. Tu és a Água Viva que faz jorrar rios de Vida Eterna nos nossos corações (Jo 7, 37-39).

O teu amor maternal, Espírito Santo, é o beijo que Deus deu ao barro primordial do qual brotou Adão.

Tu és, como diz São Paulo, o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
A tua presença em nós é a garanti de que estamos salvos.

O teu ser é exclusivamente espiritual. Por isso transcendes as limitações do espaço e do tempo.
Habitas as coordenadas da universalidade, isto é, estás presente a tudo e a todos com a tua sabedoria infinita.

O livro do Génesis diz que, no princípio, a terra era uma massa caótica e sem forma. Depois acrescenta que tu, Espírito Santo, pairavas sobre a escuridão do caos, fecundando as águas primordiais, a fim destas se tornar fecundas (Gn 1, 1-2).

Tu és a fonte da vida. O teu amor maternal é o princípio da fecundidade universal. O evangelho de São João diz que as pessoas humanas, para entrarem na plenitude da vida eterna têm de nascer de novo através da tua acção:

“Em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
Aquilo que nasce da carne é carne e aquilo que nasce do Espírito é espírito” (Jo 3, 5-6). Nascer da água, no evangelho de são João, significa nascer de ti, Espírito Santo.

São João diz que Cristo, ao ressuscitar, deu uma água viva que faz jorrar rios de Vida Eterna no nosso íntimo. Depois acrescenta que esta Água Viva és tu, Espírito Santo (Jo 7, 37-39; 4, 14).

Foste tu que converteste o rito de purificação de João no baptismo do Espírito:
“No momento em que Jesus saiu das águas, após o seu baptismo, o Céu abriu-se e Jesus viu o Espírito de Deus vir sobre ele em forma de pomba (Mt 3, 16).

És tu, Espírito Santo, que nos incorporas na Família de Deus e nos fazes gritar de alegria: “Abba”, ó Pai, como diz São Paulo (Ga 4, 4-7; Rm 8, 14.17).

São Lucas, nos Actos dos Apóstolos, descreve de maneira muito bonita o resultado da tua acção no coração de Jesus de Nazaré. Eis as suas palavras:

“Sabeis o que ocorreu na Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo de João: Como Deus ungiu com o poder do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar fazendo o bem e libertando a todos os que eram oprimidos pelo mal” (Act 10, 37-38).

Louvado sejas, Espírito de Vida e Verdade! Obrigado, Espírito de amor! Em nome do Homem Novo, renascido pela tua acção, nós te bendizemos, Espírito libertador!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

A EMERGÊNCIA HISTÓRICA DO HOMEM-I

I-DO ANIMAL À VIDA HUMANA

A Humanidade é constituída por pessoas, isto é, por seres livres, conscientes, responsáveis e capazes de amar.

Por não ter uma complexidade cerebral suficiente, o animal não é nem pode chegar a ser pessoa.

Muitos anos antes de Cristo, Aristóteles definiu o Homem como um animal racional.

Hoje reconhecemos que esta definição é muito pobre, pois não basta acrescentar um adjectivo ao termo animal para dizer a verdade do Homem.

A diferença que existe entre o animal e o Homem não se reduz ao simples facto de o Homem ter algumas qualidades que o animal não tem.

Na verdade, a diferença entre o animal e o Homem resulta de um salto qualitativo.

É verdade que o Homem apareceu na História emergindo da vida animal através de um processo evolutivo.

Com efeito, a marcha da evolução, ao atingir o limiar da hominização, isto é, a complexidade cerebral própria de Homem, deu um salto de qualidade.
Mas a hominização é apenas a possibilidade para começar a marcha heróica da humanização.

Por outras palavras, a hominização é, na verdade, o barro amassado de que fala o Livro do Génesis, do qual emerge o Homem.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A EMERGÊNCIA HISTÓRICA DO HOMEM-II


II- ESPÍRITO SANTO E VIDA ESPIRITUAL

Segundo o relato bíblico da criação do Homem, Deus insuflou o seu Espírito no interior do barro, a fim deste se tornar um ser vivente (Gn 2, 7).

Após esta comunicação primordial do Espírito Santo, o Homem torna-se um barro com coração, isto é, capaz de emergir como pessoa livre, consciente, responsável e capaz de amar.

Por outras palavras, a comunicação primordial do Espírito da Deus dá início ao processo histórico da humanização do Homem.

A humanização dos seres humanos é uma tarefa que implica o empenho de cada pessoa.

Por outras palavras, ninguém pode humanizar a pessoa do outro, embora esta também só se possa humanizar em relações com os demais.

A lei da humanização acontece como “emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a comunhão universal.

A base da humanização é, como vimos, a grande novidade da hominização, essa complexidade biológica que pertence à cúpula dos seres vivos da Terra.

No entanto, a evolução animal que chegou à hominização não é capaz de realizar a marcha histórica da humanização.

A humanização não pode acontecer sem um contexto de relações com a qualidade do amor.

Por outras palavras, a calda própria para se desenvolver o processo da humanização é a dinâmica das relações com a temperatura do amor.

Podemos dizer que o amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A EMERGÊNCIA HISTÓRICA DO HOMEM-III




III-O HOMEM E O SENTIDO DA VIDA

Os animais ficaram dominados pela ditadura dos instintos que lhes fornece as respostas para os diversos estímulos.

A pessoa humana, pelo contrário, precisa de criar sentidos, a fim de encontrar as respostas adequadas para responder aos apelos e estímulos da vida.

Com efeito, sem sentidos para viver, a pessoa entra em crise e pode chegar ao suicídio.

Por ser uma pessoa em construção, o ser humano tem necessidade de fazer projectos lógicos que apontem para a sua realização e felicidade.

Como sabemos, o animal gosta de brincar, sobretudo enquanto é jovem, mas não é capaz de celebrar a vida nem sonhar um projecto de realização e felicidade.

Na verdade, o animal nunca se faz perguntas face às diversas situações da vida.

A pessoa humana, pelo contrário, sente uma fome enorme de descobrir e criar sentidos para viver.

A pessoa humana é o único ser que tem consciência da própria morte e, apesar disto, não entra não entra em greve perante a vida.

Na verdade, o animal, como não tem consciência da própria morte, não se sente estimulado a criar sentidos para a vida.

Com efeito, o sentido da vida e o sentido da morte caminham a passo igual.

A pessoa humana é capaz de chegar à conclusão de que o amor é a grande razão que vale para viver e também para morrer.

De facto, ninguém diz que uma pessoa que morre para salvar a vida de outra praticou um suicídio.

Pelo contrário, sentimos que essa pessoa levou o amor até à sua densidade máxima.

É aqui que radica a base da liberdade, à qual o animal não tem acesso.

A liberdade é a capacidade de a pessoa se relacionar em dinâmica de amor com os outros e interagir criativamente com os acontecimentos e as coisas.

É importante não confundir liberdade com livre arbítrio, pois este é apenas a capacidade psíquica de optar pelo bem ou pelo mal.

O livre arbítrio não é a liberdade, mas a possibilidade de se tornar livre.


Em Comunhão Convosco

Calmeiro Matias




A EMERGÊNCIA HISTÓRICA DO HOMEM-IV

IV-O MAL E O LIVRE ARBÍTRIO

Como não ficou enredada no círculo das respostas instintivas, a pessoa humana deu o salto para o livre arbítrio, a porta que lhe dá acesso à liberdade.

Como ser capaz de criar, a pessoa humana é capaz de fazer surgir o novo, dando origem às ciências, às técnicas, às artes ou a atitudes e gestos maravilhosos de amor.

Na verdade, o ser humano já transcendeu o nível das simples satisfações de ordem biológica.

E foi assim que ele deu o salto que lhe permitiu entrar no limiar das relações livres, conscientes, responsáveis e capazes de comunhão amorosa.

Mas a verdade histórica do Homem não se esgota, infelizmente, na sua face positiva.

Nós sabemos como os seres humanos também são capazes de potenciar as possibilidades de morte e a destruição da vida humana.

Somos capazes de fazer guerras monstruosas e criar máquinas diabólicas para matar.

Somos capazes de oprimir e explorar para amontoar riquezas tantas vezes inúteis e desnecessárias.

O ser humano é capaz de raptar e matar crianças, bem como conceber e construir instrumentos monstruosos de tortura.

Somos capazes de destruir a natureza, o lar de todos nós, com tendo em mira apenas interesses mesquinhos.

É capaz de pilhar e destruir pessoas inocentes, mas também é capaz de idealizar e criar planos de solidariedade e fraternidade universal.

Se aprendermos a escutar a voz do Espírito Santo que se faz ouvir no nosso coração, seremos realmente capazes de construir uma Nova Humanidade, reconciliada com Deus e configurada com Cristo ressuscitado.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

EVANGELIZAR É ANUNCIAR A NOVA ALIANÇA-I

I-A ANTIGA ALIANÇA ERA CAMINHO PARA A NOVA

Por ser eterna, a Nova Aliança já estava presente como fonte inspiradora no momento em que Deus sonhou criar o Universo e o Homem que o habita:

“Deus escolheu-nos em Cristo antes da fundação do mundo, a fim de sermos santos e irrepreensíveis na sua presença e vivermos no amor.

Predestinou-nos para sermos adoptados como seus filhos por meio de Jesus Cristo, de acordo com a sua vontade” (Ef 1, 4-5).

Este plano esteve oculto durante milénios, mas foi dado a conhecer na plenitude dos tempos, diz a Carta aos Efésios:

“Agora podeis fazer uma ideia da compreensão que tenho do mistério de Cristo, o qual não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, em gerações passadas, como agora foi revelado aos seus santos Apóstolos e Profetas pelo Espírito Santo” (Ef 3, 4-5).

O Deus Aliança é fiel e verdadeiro, pois a Nova e Eterna Aliança representa a plenitude de um projecto querido por Deus ainda antes de ele ter iniciado a génese da Criação.

A Antiga Aliança foi um passo fundamental para Deus conduzir a Humanidade até Jesus Cristo. Mas o seu plano criador tinha como meta e cúpula da Criação a Nova e Eterna Aliança.

A Antiga Aliança era o sinal da acção pedagógica o Espírito Santo que foi preparando a Humanidade para a plenitude dos tempos, introduzindo a Humanidade no único Reino de Deus, diz a Carta aos Efésios:

“Com efeito, Cristo é a nossa paz. De dois povos fez um só, anulando o muro da separação que os dividia: a Lei de Moisés com suas normas, preceitos e leis, a fim de criar um só Homem Novo com judeus e pagãos.

Portanto, os pagãos já não são estrangeiros nem imigrantes, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2, 14.19).

O Novo Testamento repete várias vezes que a Antiga Aliança estava em função da Nova e Eterna Aliança:
“Antes de chegar a plenitude da Fé estávamos prisioneiros da Lei Mosaica.

Por isso era preciso que a Fé se revelasse. A Lei tornou-se o nosso pedagogo até Cristo, a fim de sermos justificados pela Fé.

Agra já sois filhos de Deus, por isso não estais sob o domínio do pedagogo. Já não há judeu ou grego. Não há escravo ou homem livre. Não há homem ou mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Ga 3, 23-29).

A antiga Aliança tinha como alicerce a Lei de Moisés, a qual se multiplicava em normas, preceitos, ritos e mandamentos que não tinham qualquer eficácia para a obtenção da salvação.

A Nova Aliança tem como alicerce o dom do Espírito, o qual realiza em nós a obra da salvação, diz São Paulo na Carta aos Gálatas:

“Todos os que são movidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8, 14).

Viver a dinâmica da Nova aliança significa deixar-se conduzir pelo Espírito Santo:

“Eis os frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e auto-domínio. Contra tais coisas não há Lei” (Ga 5, 22).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

EVANGELIZAR É ANUNCIAR A NOVA ALIANÇA-II


II-A NOVA ALIANÇA GERA UMA VIDA NOVA

A Antiga Aliança foi superada pela Nova e Eterna Aliança, tal como as metas que estão em função de um objectivo são superadas quando o objectivo é atingido.

De facto, a Nova Aliança não é uma simples continuidade em relação à Antiga, tal como Cristo não está apenas numa linha de continuidade em relação a Moisés.

Pelo contrário, a Nova e Eterna Aliança representa um salto de qualidade em relação à Antiga Aliança.

Com efeito, a libertação e a divinização do Homem, realizada pela Encarnação, não está numa simples continuidade em relação à libertação dos hebreus da escravidão do Egipto.

Entre estes dois acontecimentos existe, na verdade, uma diferença qualitativa.

A libertação realizada pela Nova e Eterna Aliança tem o alcance de uma salvação definitiva, a qual implica a assunção e incorporação da humanidade na Família da Santíssima Trindade (Jo 1, 12-14).

Já no livro do profeta Ezequiel Deus promete ao povo uma Nova aliança, a qual será mais perfeita do que a Antiga:

“Lembrar-me-ei da Aliança que fiz contigo, no tempo da tua juventude e estabelecerei contigo uma Aliança Eterna.
Estabelecerei contigo a minha Aliança e então saberás que eu sou o Senhor, a fim de que te lembres de mim” (Ez 16. 60-63).

Segundo o profeta Jeremias, a Nova aliança assenta em novos alicerces, pois terá como fundamento um coração renovado pelo dom do Espírito Santo:

“Dias virão em que estabelecerei uma Nova Aliança com a casa de Israel e a casa de Judá, oráculo do Senhor. Não será como a Aliança que estabeleci com seus pais, quando os tomei pela mão para os fazer sair da terra do Egipto, aliança que eles não cumpriram, embora eu fosse o seu Deus, oráculo do Senhor.

Esta será a aliança que estabelecerei com a casa de Israel, depois desses dias, oráculo do Senhor:

Imprimirei a minha Lei no seu íntimo e gravá-la-ei no seu coração. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” (Jer 31, 31-33).

A Nova Aliança, não é escrita em tábuas de pedra, como a Antiga, mas será escrita no coração das pessoas.

São Paulo diz aos membros a comunidade de Corinto que eles são uma carta de Cristo, escrita pelo Espírito Santo, pois pertencem à Nova Aliança:

“A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações, conhecida e lida por todos os homens.

Sois uma carta de Cristo confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo.
Escrita, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações.

Na verdade, é Deus que nos torna aptos para sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito, pois a letra mata, enquanto o Espírito dá vida” (2 Cor 3, 2-6).

Segundo o plano da Nova e Eterna Aliança, nós recebemos, através da ressurreição de Cristo, o dom definitivo da Salvação: o Espírito Santo que nos incorpora na Família de Deus (Rm 8, 14-17).

Deste modo, diz São Paulo, Cristo torna-se o primogénito de muitos irmãos (Rm 8, 29).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

AO MORRER, JESUS CRISTO VENCEU A MORTE-I



I-JESUS E A VITÓRIA SOBRE A MORTE

Referindo-se à oração de Jesus no jardim das Oliveiras, a Carta aos Hebreus diz que ele orou, pedindo àquele que o podia libertar da morte que o livrasse.

Como era fiel e leal, acrescenta a carta, Deus atendeu-o devido à sua piedade (Heb 5, 7).

Para ser uma verdadeira libertação da morte, a ressurreição de Jesus tem de ser vista como uma dinâmica a acontecer em simultâneo com o próprio acto de morrer.

Por outras palavras, se Jesus foi liberto da morte, isto quer dizer que não esteve um só momento sob o seu domínio.

Vista sob o prisma da vitória sobre a morte, a ressurreição de Jesus foi uma glorificação e incorporação.

Podemos dizer que a ressurreição de Jesus, tal como a nossa, é uma recriação operada pelo Espírito Santo em simultâneo com o processo da morte.

No evangelho de São João, Jesus diz que ele mesmo é a ressurreição e a vida. Eis as palavras do evangelho:

“Jesus disse a Marta: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá” (Jo 11, 25).

Segundo o Novo Testamento, o Senhor ressuscitado só começou a manifestar-se aos discípulos ao terceiro dia após a morte.

Esta afirmação deve ser considerada como histórica, pois todas as fontes, e são muitas, coincidem neste ponto.

Mas o facto de Jesus só aparecer aos discípulos ao terceiro dia, não quer dizer que o Senhor esteve sob o domínio da morte no intervalo que foi da sua morte até às aparições aos Apóstolos.

Pelo contrário, segundo o Novo Testamento, Jesus inicia o processo da ressurreição universal no próprio momento de morrer e ressuscitar sobre a cruz (Mt 27, 51-54; Lc 23, 43).

A Primeira Carta de São Pedro diz que Jesus, no intervalo que vai da sua morte até às aparições, esteve muito activo, a fim de introduzir a multidão dos que tinham vivido antes dele na comunhão da Família Divina.

A Primeira Carta de São Pedro diz que Jesus foi à morada dos mortos, a fim de ressuscitar todos os que estavam sob o domínio da morte (1 Pd 3, 18-19).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

AO MORRER, JESUS CRISTO VENCEU A MORTE-II

II-JESUS E A RESSURREIÇÃO UNIVERSAL

O Espírito Santo iniciou, pois, a ressurreição universal da Humanidade, a partir do próprio momento da morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Isto era possível acontecer, pois Jesus é um homem perfeito e, por isso, faz uma união orgânica connosco.

Jesus comparou a união que nos une a ele com a união que existe entre Deus Pai e o Filho de Deus. Eis as palavras de Jesus a este respeito:

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.

Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, também quem me come viverá por mim” (Jo 6, 56-57).

Como sabemos, a força que venceu a morte em Jesus é o Espírito Santo.

Na verdade, o Espírito Santo é a pessoa divina que, no momento da morte, glorifica a introduz o ser humano na comunhão da Família Divina.

À medida em que, no alto da cruz, Jesus ia morrendo, a ressurreição ia acontecendo, pela força do Espírito Santo.

Por outras palavras, à medida em que aquilo que no homem é mortal ia morrendo em Jesus, aquilo que no homem é imortal ia sendo glorificado e incorporado na comunhão da Santíssima Trindade.

Este processo de morte e ressurreição acontece em simultâneo, no alto da cruz.

Isto quer dizer que devemos considerar a morte, a ressurreição e a ascensão de Jesus como aspectos do mesmo processo que é a vitória sobre a morte e a entrada de Jesus na comunhão da Santíssima Trindade.

Podemos dizer que, no momento em que morreu o último elemento mortal de Jesus, a sua dimensão imortal ficou plenamente glorificada e assumida em Deus.

Como diz a Carta aos Hebreus, Deus libertou Jesus da morte não permitindo que ele estivesse um só instante sob o seu domínio (Heb 5, 7).

Enquanto a morte ia aniquilando o que no homem é destrutível pela morte, o Espírito Santo ia incorporando na comunhão divina o que tinha densidade para ser glorificado e incorporado na Comunhão Divina.

Isto significa que não existe qualquer distância temporal entre a morte e a ressurreição de Jesus Cristo e que a vitória de Cristo sobre a morte aconteceu no próprio acto de morrer.

Outro aspecto importante desta Boa Nova é que, com a ressurreição de Jesus, teve início a ressurreição da Humanidade.

A multidão dos seres humanos que tinham vivido antes de Cristo entraram com ele na plenitude da vida eterna, como o próprio Jesus garantiu ao Bom Ladrão:

“Em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).

O evangelho de São Mateus diz que no momento da morte de Jesus, os túmulos começam a abrir-se e os justos a ressuscitar (Mt 27, 52-53).

Isto quer dizer que, com a morte e ressurreição de Jesus Cristo, tem início a plenitude dos tempos.

O Espírito Santo, com o seu jeito maternal de amar introduz a Humanidade na Comunhão da Santíssima Trindade.

Somo incorporados como Família: filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação a Deus Filho.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

AO MORRER, JESUS CRISTO VENCEU A MORTE-III

III-ESPÍRITO SANTO E RESSURREIÇÃO

A plenitude dos tempos, portanto, significa a fase dos acabamentos ou da divinização do Homem.

Com a sua morte e ressurreição, Jesus entra nas coordenadas da universalidade.

Torna-se presente a todos os seres humanos a partir de dentro.

Esta união orgânica universal é alimentada e dinamizada pelo Espírito Santo, o qual nos é comunicado de modo intrínseco.

Isto quer dizer que o Espírito Santo é a seiva que vem de Jesus que, como ele disse, é a cepa da videira, para nós que somos os ramos (Jo 15, 1-8).

O Espírito Santo é, pois o sangue de Jesus ressuscitado que alimenta em nós a vida divina.

Fazendo alusão à Eucaristia, o evangelho de São João diz que a carne e o sangue com que Jesus ressuscitado nos alimenta é o Espírito Santo (Jo 6, 62-63).

É ele a Água viva que faz jorrar no nosso íntimo, um rio de vida eterna (Jo 4, 14; 7, 37-39).

O evangelho de São João refere-se muitas vezes a este momento em que a Humanidade dá um salto de qualidade, entrando na Família de Deus (Jo 1,12-14).

Normalmente São João diz que este momento é a Hora de Jesus.

Esta hora é simultaneamente o momento da glorificação de Jesus e da divinização do Homem, isto é, o momento da sua glorificação (Jo 7, 34; 8, 21-22; 14, 2-4).

Nesse momento, continua o evangelho de São João, Jesus é glorificado junto do seu Pai (Jo 6, 62).

Como vemos, a pessoa humana ressuscita porque tem uma dimensão espiritual e, portanto, imortal.

Não devemos confundir imortalidade com o acontecimento da ressurreição.

No entanto, só o que no Homem há de imortal é glorificado e assumido na comunhão da Santíssima Trindade.

Apesar de implicar uma transformação tão radical, a ressurreição não dilui a identidade histórica da pessoa humana.

A nossa identidade histórica é o jeito de amar que fomos adquirindo ao longo da vida.

É com esta identidade que participamos para sempre na comunhão universal da Família Divina.

Eis a plenitude dos tempos, como lhe chama São Paulo:
“Mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, a fim de recebermos a adopção de filhos” (Ga 4, 4-6).

Graças à ressurreição de Cristo, Deus enviou o Espírito Santo aos nossos corações, o qual nos enche de júbilo e nos leva a clamar: “ABBA”, isto é, Papá! (Ga 4, 7).


Em Comunhão Convosco

Calmeiro Matias

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

AFINAL, VÓS NÃO VOS CANSAIS DE NÓS!-I

I-VÓS SOIS INFINITO NAS VOSSAS PERFEIÇÕES

Senhor Deus,
A Criação está cheia de vestígios das perfeições divinas. Podemos dizer que todas as perfeições existentes nos seres criados existem em grau de perfeição infinita no criador.

Deste modo, quando contemplamos as perfeições da Criação podemos elevar-nos à contemplação do Criador.

A vossa Palavra completa este conjunto de possibilidades de Vos conhecermos, Deus Santo, nas vossas perfeições infinitas.

A nossa fé diz-nos que Vós sois infinitamente perfeito, tanto nas qualidades do Pai, como do Filho e do Espírito Santo.

Mas a nossa fé também nos assegura que apesar de serdes uma comunhão de três pessoas, sois um único Deus. Na verdade, o Uno, em Deus, é a comunhão. As pessoas são o plural.

É esta a razão pela qual, ao falarmos das perfeições divinas, tanto podemos falar das perfeições próprias de cada uma das pessoas, como das perfeições da Divindade enquanto Deus único.

A nossa fé diz-nos que a maior parte das perfeições em Deus são comuns às três pessoas divinas.

Isto é verdade para a grandeza infinita, a eternidade, o conhecimento perfeito de todas as coisas, a presença a todo o Universo, a capacidade infinita de amar e tantas outras perfeições.

A Vossa Palavra diz-nos que as pessoas divinas não têm limitações ou imperfeições.

As pessoas humanas, pelo contrário, têm limitações, tanto a nível corporal, como psíquico ou moral.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



AFINAL, VÓS NÃO VOS CANSAIS DE NÓS!-II


II-LOUVADO SEJAIS POR SERDES ASSIM

Uma das perfeições divinas que se nos impõem logo à partida é o facto de as pessoas divinas serem eternas. Nunca houve um tempo em que o Pai, o Filho ou o Espírito Santo não existissem.

É verdade que as pessoas humanas, pelo facto de possuírem uma dimensão espiritual, são imortais.

Mas ao contrário das pessoas divinas não existem desde sempre.

As pessoas divinas são infinitamente perfeitas. Não podem mudar para melhor, pois são sempre o melhor possível.

As pessoas humanas, pelo contrário, são seres em construção e por isso estão em processo histórico de aperfeiçoamento.

A natureza divina é profundamente dinâmica, pois Deus é emergência permanente de três pessoas infinitamente perfeitas e em total convergência de comunhão.

Isto quer dizer que Vós, Deus Santo, sois criador desde toda a eternidade, pois a natureza divina é criatividade permanente.

Podemos dizer que as relações entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo nunca se repetem.

Quando dizemos que Deus é imutável, queremos dizer que não muda neste seu jeito de ser de modo sempre novo.

A Divindade emerge como amor paternal na primeira Pessoa da Santíssima Trindade e como amor filial na segunda.

Emerge ainda como amor maternal na terceira pessoa da Santíssima Trindade. O Espírito Santo é a ternura maternal de Deus.

O conhecimento de Deus é total e perfeito, pois todas as coisas foram criadas a partir do diálogo amoroso da Santíssima Trindade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

AFINAL, VÓS NÃO VOS CANSAIS DE NÓS!-III

III-VÓS SOIS O DEUS CONNOSCO

Outra qualidade que reconhecemos em Deus pela fé é o seu modo de estar presente a todos os lugares, apesar de não caber em nenhum.

Seja qual for o lugar em que nos encontremos podemos dizer com toda a verdade: “Deus está aqui”.

De facto, Vós sois, Deus Santo, a realidade que está mais perto de nós, pois encontra-se connosco no nosso coração.

Quando subimos a uma montanha muito alta, não estamos mais perto de Deus do que quando descemos a um vale muito profundo.

Nenhum ponto do Universo está mais perto de Vós, Deus Santo, do que outro.

Eis a razão pela qual não precisamos de gritar para nos fazermos ouvir de Vós, Deus Santo, pois Vós estais onde cada um de nós se encontra.

Os Actos dos Apóstolos dizem que Deus não está longe de cada um de nós, pois nele estamos e nos movemos (cf. Act 17, 24-28).

A nossa fé proclama a vossa santidade, Trindade Santa, como uma qualidade fundamental.

Na verdade, a santidade é igual a comunhão amorosa. Se Vós sois uma comunhão de amor infinito, então Deus é santidade infinita.

Também as pessoas humanas, tal como as divinas, serão tanto mais santas quanto mais profunda for a sua vivência de comunhão com os irmãos.

As pessoas humanas, diz a Primeira Carta de São João, conhecerão tanto melhor a realidade de Deus quanto maior for a sua capacidade de amar:

“Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4, 8). E depois acrescenta: “Quem ama permanece em Deus e Deus nele porque Deus é amor” (1 Jo 4,16).

As Sagradas Escrituras são unânimes em reconhecer que Deus é a Verdade. Aquilo que Deus conhece das coisas, corresponde exactamente àquilo que as coisas são.

Por ser a verdade, Deus nunca se engana nem nos pode enganar. Do mesmo modo, o que Deus conhece de si mesmo corresponde exactamente àquilo que Deus é.

Espírito Santo,
Ajuda-nos a conhecer a vontade de Deus, pois esta coincide sempre com o que é melhor para nós.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias




segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O SÉTIMO DIA É A VIDA ETERNA-I

I-A TERNURA COM QUE FOMOS CRIADOS

Utilizando uma série de metáforas, o Livro do Génesis começa por descrever de modo muito bonito a ternura que Deus projecta no acto de criar o homem:

“Depois, Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem e à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céus, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra.”

Deus criou o ser humano à sua imagem. Criou-os à imagem de Deus e moldando-os como homem e mulher.
Depois, abençoando-os, Deus disse: “Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra.

Em seguida, Deus acrescentou: “Também vos dou todas as ervas com semente, para que vos sirvam de alimento.
Dou-vos também todos os animais da terra e as aves dos céus, bem como todos os seres vivos que existem e se movem sobre a terra.

Dou-vos como alimento toda a erva verde que a terra produzir.” E assim aconteceu.

Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa.
Assim, surgiu a tarde e, em seguida a manhã: foi o sexto dia.

E foi assim que Deus concluiu a criação do conjunto formado pelos céus e pela terra.


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


O SÉTIMO DIA É A VIDA ETERNA-II

II-O REPOUSO DO SÉTIMO DIA

Concluída a obra que havia feito, ao chegar o sétimo dia, Deus repousou de todo o trabalho que tinha realizado” (Gn 1, 26-2, 2).

Para o povo bíblico, o primeiro dia da semana é o domingo e o sábado é o sétimo.

O dia do repouso semanal, para o judaísmo era o sétimo dia.

Eis a razão pela qual o Livro do Génesis diz que Deus criou o Homem no sexto dia, reservando o sétimo dia para ser o dia do repouso (Gn 2,2).

O Descanso do sétimo dia não significa que Deus passou a não fazer nada.

Pelo contrário, o sétimo dia é o dia da plenitude em que Deus inicia uma Nova Criação, como diz São Paulo:

“Se alguém está em Cristo é um Nova Criação. Passou o que era velho. Eis que tudo se fez novo.

Tudo isto vem de Deus que nos reconciliou consigo em Cristo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (2 Cor 5, 17-19).

À luz do Novo Testamento, o sexto dia, isto é, a criação do Homem, está liga ao sétimo, pois neste dia que o Homem é introduzido na Família de Deus.

Por outras palavras, a Criação entra no sétimo dia pelo mistério da Encarnação, graças ao qual o divino se enxerta no humano, a fim de a Humanidade ser divinizada.

Eis o que a este propósito diz o evangelho de São João:
“Veio para o que era seu, e os seus (judeus), não o receberam.

Mas a todos os que o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

Estes não nasceram dos laços do sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade do Homem, mas sim de Deus. E o Verbo encarnou e habitou entre nós” (Jo 1, 11-14). Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O SÉTIMO DIA É A VIDA ETERNA-III

III-SÉTIMO DIA E PLENITUDE COM CRISTO

Deus é criador porque é uma comunhão de pessoas infinitamente livres e que amam em grau de perfeição infinita.

Na verdade, a liberdade é a capacidade de a pessoa se relacionar amorosamente com os outros e de interagir de modo criador em relação às coisas e aos acontecimentos.
As pessoas divinas amam infinitamente e, por isso, são infinitamente criadoras.

Jesus veio para construir a família de Deus. Esta família não assenta nos laços da carne, mas nos laços do Espírito Santo e da Palavra de Deus (Mc 3, 31-33; Ga 4, 4-7).

Jesus sabe que a sua missão é introduzir as pessoas na Família de Deus e, portanto, conduzir a Humanidade a participar no descanso de Deus.

Por isso ele afirmava: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do fardo do dia a dia (…).
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. Assim encontrareis descanso para as vossas vidas” (Mt 11, 28-29).

A Carta aos Hebreus diz que a promessa de participarmos no descanso de Deus continua de pé.

Nós, os que abraçámos a Fé entraremos no repouso, conforme foi dito.

Por isso nos devemos empenhar, a fim de entrarmos no repouso prometido (Heb 4, 1- 11).

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Calmeiro Matias

O SÉTIMO DIA É A VIDA ETERNA-IV

IV-SÉTIMO DIA E NOVA CRIAÇÃO

Com a ressurreição de Jesus Cristo o sétimo dia é um novo primeiro dia.

Ao ressuscitar, Jesus difunde o Espírito Santo Criador, iniciando assim a plenitude dos tempos através da recriação e renovação de todas as coisas.

São Paulo diz que, em Cristo ressuscitado, Deus inaugura a dinâmica da libertação e da divinização humana:

“Mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da lei, a fim de resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei e, deste modo, recebermos a adopção de filhos.

E porque somos filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, o qual clama em nós “Abba”, ó Pai.

Deste modo já não és escravo, mas filho. Se és filho és também herdeiro, por graça de Deus” (Ga 4, 4-7).

Ao terminar a primeira criação, Deus inicia a Nova Criação, a qual implica o perdão do pecado e a reconciliação com Deus (2 Cor 5, 17-19).

O perdão do pecado acontece no nosso coração pela acção do Espírito Santo, como diz o profeta Ezequiel:

“Então derramarei sobre vós uma água pura e sereis purificados de todas as manchas e de todos os pecados.

Dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo.

Arrancarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne.

Dentro de vós porei o meu Espírito, fazendo com que sigais as minhas leis e pratiqueis os meus preceitos.

Então habitareis na terra que dei a vossos pais e sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus” (Ez 36, 26-28).

A Água pura de que fala o profeta Daniel é o Espírito Santo, a quem Jesus deu o nome de Água Viva que faz jorrar Arroios de Vida Eterna no nosso coração (Jo 7, 37-39).

O perdão de Deus, portanto, significa a criação de um coração novo, graças à acção do Espírito Santo no nosso íntimo.

É assim que Deus cura as feridas do nosso pecado, capacitando-nos para amar.

Ao realizar o perdão do pecado, o Espírito Santo ajuda-nos a transformar o nosso coração egoísta em um coração fraterno e amigo de fazer o bem.

E é assim que o sétimo dia se transforma em um novo primeiro dia, pois Deus inicia uma Nova Criação a partir da primeira criação.

Por ser a Cabeça da Nova Criação, Jesus ressuscitado é o primeiro homem a entrar no repouso do sétimo dia.

Mas como a Humanidade forma um todo orgânico com Cristo, a plenitude de Cristo é também a nossa plenitude.

Na verdade, como diz São Paulo, nós somos um corpo do qual Cristo é a Cabeça (1 Cor 12, 27).

No momento em que a Cabeça entra na Plenitude da Vida Eterna a Humanidade, como corpo de Cristo, entra também com ele.

Glória a Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

ESPÍRITO SANTO E NASCIMENTO ESPIRITUAL-I

I-ESPÍRITO SANTO E UNIÃO COM CRISTO

Quando o Novo Testamento afirma que o Espírito Santo é um dom de Cristo ressuscitado quer dizer que Jesus, ao ressuscitar, nos deu a possibilidade de interagirmos com o Espírito Santo de maneira intrínseca.

Até acontecer o mistério da Encarnação, o Espírito Santo actuava no coração dos homens à maneira de um pedagogo que interpela, ilumina e revela o plano de Deus.

Com o mistério da Encarnação, o Espírito Santo passou a interagir com as pessoas humanas como uma seiva que vem da cepa da videira para vivificar e tornar fecundos os seus ramos (Jo 15, 4-5).

O Espírito Santo é realmente o Sangue da Nova Aliança, o princípio vivificador da realidade humano-divina de Cristo.

No mistério da encarnação o Espírito Santo é realmente o princípio relacional divino que anima de modo intrínseco a interacção directa entre o Homem Jesus e o Verbo de Deus.

No momento da sua ressurreição, a carne e o sangue de Cristo são-nos comunicados como princípio comunicador de vida a actuar em nós.

O evangelho de São João diz que a carne e o sangue de Cristo ressuscitado é o Espírito Santo (Jo 6, 62-63).

Fala-se de carne e sangue do Senhor ressuscitado para afirmar a sua condição de homem que faz um todo orgânico com a Humanidade.

O termo carne, na Bíblia, significa a interioridade do ser humano enquanto realidade organicamente unida e interactiva com toda a Humanidade.

Falar do homem carne, significa afirmar que a pessoa humana é um ser que se realiza em relações e está organicamente interligado com a Humanidade inteira.

O Espírito Santo é o sangue de Cristo a alimentar esta união da Humanidade com Cristo, fazendo como que um corpo (1 Cor 12, 13; cf. 1 Cor 10, 17; 12, 27).

São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5).
O Espírito Santo, por ser o Espírito de Cristo Ressuscitado é, no nosso interior, a garantia da nossa vitória sobre a morte.

O dom do Espírito Santo que nos vem de Cristo ressuscitado significa que através de Jesus glorificado, podemos interagir de modo intrínseco com o Espírito Santo.

Isto é possível graças ao facto de o Senhor ressuscitado viver nas coordenadas da Comunhão Universal, fazendo da Humanidade e da Divindade uma união orgânica.

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Calmeiro Matias

ESPÍRITO SANTO E NASCIMENTO ESPIRITUAL-II

II-DEUS COMO INTERIORIDADE MÁXIMA

Em relação aos seres humanos, o Espírito Santo está sempre por dentro. Isto quer dizer que a interioridade espiritual das pessoas humanas e Deus se tocam, embora sem se confundirem nem se confundirem.

Santo Agostinho dizia que Deus é mais interior a nós que nós mesmos. Por outras palavras, Deus vem à nossa interioridade a partir de dentro, pois entra em comunhão connosco no mais íntimo do nosso coração.

Podemos dizer que no ponto onde termina a nossa interioridade espiritual limitada, começa a interioridade espiritual ilimitada de Deus.

Isto quer dizer que não existe distância entre a nossa interioridade espiritual e a interioridade espiritual divina.

O nosso coração é, realmente, o ponto de encontro da pessoa humana com as pessoas divinas.
A possibilidade de acontecer esta união intrínseca é Jesus ressuscitado.

Por ser homem connosco, forma um todo orgânico com a Humanidade. Como faz um todo orgânico com o Filho Eterno de Deus mediante o Espírito Santo, dá-nos a possibilidade de interagirmos de modo intrínseco com o Espírito Santo.

É isto que devemos entender quando afirmamos que o Espírito Santo é o grande dom de Cristo ressuscitado.

O Espírito Santo ama com um jeito maternal. Ele é a ternura maternal de Deus que nos conduz ao Pai, o qual nos acolhe como filhos e ao Filho que nos acolhe como irmãos.

É este o dinamismo da salvação a acontecer no mais íntimo do nosso coração. A salvação consiste, pois, em sermos assumidos e incorporados na Família divina pelo Espírito Santo. Eis o que diz São Paulo:

“Os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos de Deus. Na verdade, vós não recebestes um espírito de escravos para andardes com medo. Pelo contrário, recebestes um Espírito de adopção.
É por este Espírito que nós clamamos Abba, ó Pai! É este Espírito que dá testemunho no mais íntimo do nosso íntimo de que realmente somos filhos de Deus.
Ora, se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” (Rm 8, 14-17).

Apesar de estar tão próximo, o Espírito Santo nunca nos invade. Com efeito, o amor propõe-se mas nunca se impõe.

Com seu jeito maternal de amar e dinamizar as relações entre as pessoas, o Espírito Santo é realmente o vínculo maternal de comunhão orgânica.


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Calmeiro Matias

ESPÍRITO SANTO E NASCIMENTO ESPIRITUAL-III


III-ESPÍRITO SANTO E EMERGÊNCIA ESPIRITUAL

À medida em que interage connosco, o Espírito Santo vai facilitando a nossa emergência espiritual a que o evangelho de São João dá o nome de renascimento:

“O que nasce da carne é carne. O que nasce do Espírito é espírito. Não te adires, pois, de eu ter dito que tendes de nascer de novo” (Jo 3, 6).

A pessoa humana é um ser em construção. A sua interioridade espiritual é uma génese que acontece através das relações com a densidade do amor.

Por outras palavras, a nossa dimensão espiritual emerge no nosso interior como o pintainho dentro do ovo.

A interacção entre a nossa interioridade espiritual e o dinamismo criador do Espírito Santo é, pois, essencial para acontecer a emergência do nosso ser espiritual.

O Espírito Santo é o hálito da vida que Deus insuflou no interior do barro amassado, quando lhe deu o beijo primordial:

“Então o Senhor Deus formou o Homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida, e o Homem transformou-se num ser vivo” (Gn 2, 7).

Esta intervenção especial de Deus não aconteceu com nenhum outro animal. Com efeito, os animais não são pessoas em construção, isto é, não são seres em processo histórico de espiritualização.

Na verdade, nenhum animal está a emergir como pessoa livre, consciente, responsável e capaz de comunhão amorosa.

Deus criou-nos inacabados, a fim de nos realizarmos de modo consciente, livre e responsável.
Eis a razão pela qual cada pessoa se realiza como ser único, original, irrepetível e capaz de comunhão amorosa.

O princípio animador desta génese espiritual é o Espírito Santo. Por outro lado, a plenitude desta emergência pessoal e espiritual é a nossa incorporação na comunhão familiar das três pessoas divinas.


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Calmeiro Matias




quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O HOMEM E A TERNURA MATERNAL DE DEUS-I

I-NÓS SOMOS O BARRO AMASSADO POR DEUS

Cada vez encontro mais sabor nas seguintes palavras do Livro do Génesis: “O Senhor Deus formou o Homem do barro e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida”. (Gn 2, 7).

O barro significa para nós o mundo animal a partir do qual o Homem emergiu de modo gradual e progressivo através da evolução.

Por outras palavras, quando a bíblia diz que o Homem foi tirado do barro que Deus moldou, quer simplesmente afirmar que a História foi dando origem à Humanidade, fazendo emergir o Homem a partir da evolução animal.

A História Humana é o tempo que demora a realizar-se a criação da Humanidade.

Por outro lado, a história de uma pessoa é o tempo que demora a realização dessa pessoa.

Na verdade, a criação do Homem já está em marcha na História há milhões de anos.

No entanto, apesar de estar já está bastante avançada, a criação do Homem ainda não terminou.

É tudo isto que nós podemos deduzir, iluminados pelas ciências, da afirmação do Livro do Génesis segundo a qual o Senhor Deus formou o Homem do barro e lhe insuflou pelas narinas o sopro da vida. (Gn 2, 7).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O HOMEM E A TERNURA MATERNAL DE DEUS-II


II-O ESPÍRITO SANTO É O SOPRO DA VIDA
O sopro da vida é o Espírito Santo que, no nosso interior, nos vai moldando à imagem e semelhança de Deus.

Podemos dizer que o Espírito Santo, no interior do nosso coração, está presente e activo, a fim de colaborar connosco no aperfeiçoamento da nossa realização.

A meta deste processo criador é chegarmos a ser iguais a Cristo.

Eis a razão pela qual, diz o Livro do Génesis, Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança.

Eis as palavras que o primeiro livro da bíblia põe na boca de Deus:

“Façamos o Homem à nossa imagem e à nossa semelhança, a fim de dominar sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos e todos os répteis que rastejam pela terra.

O Senhor criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus. Ele os criou homem e mulher” (Gn 1, 26-27).

Apesar de o Homem ter evoluído a partir do mundo animal, o aparecimento do Humanidade envolve uma intervenção especial de Deus, o que faz da criação do Homem um facto totalmente novo.

É verdade que o Homem veio do mundo animal, mas já não é um simples animal.

De facto, o ser humano está talhado para fazer parte da Família Divina.

Na verdade, a Divindade é pessoas e a Humanidade também.

Foi esta a razão pela qual Deus, ao criar o Homem, agiu de modo especial.

O Espírito Santo tem a missão de ser o escultor que vai moldando o ser humano à imagem e semelhança de Deus.

Nós somos imagens de Deus porque somos seres com uma interioridade pessoal-espiritual trabalhada pelo Espírito Santo.

Os animais, pelo contrário, não são pessoas, pois não têm uma interioridade espiritual livre, consciente, responsável e capaz de comunhão.

Isto deve-se ao facto de os animais não terem uma complexidade cerebral suficiente para poder emergir, no seu interior, uma interioridade pessoal modelada pelo Espírito Santo.

A Humanidade é uma perfeita imagem de Deus, pois é uma união orgânica de pessoas.

Quando as pessoas divinas deram ao Espírito Santo a missão de moldar o Homem à imagem de Deus, também decidiram que o Filho Eterno de Deus ficava com a missão de se tornar homem, a fim de as pessoas humanas fazerem uma família com as pessoas divinas.

E foi assim que o Espírito Santo se tornou o arquitecto que da emergência pessoal humana e o Filho de Deus se tornou nosso irmão pelo acontecimento da Encarnação.

Usando a expressão bíblica podemos dizer que o Homem veio da terra como os outros seres vivos.

A marcha da evolução significa o processo do barro a amassar-se, o qual demorou milhões de anos.

Depois de o barro, isto é, o nosso ser exterior, estar amassado vem o interior.

O nosso ser interior é espiritual. Segundo o relato do Livro do Génesis, o nosso ser interior resultou de um beijo que Deus deu ao barro primordial do qual saiu o Homem.

Ao beijar o barro, o hálito (sopro) da vida de Deus passou para o interior do Homem, dando assim origem ao nosso ser espiritual.

O barro amassado significa o momento em que o Espírito Santo iniciou a sua tarefa de moldar o homem espiritual à imagem e semelhança de Deus.

Como o Homem ainda não está acabado, o Espírito Santo continua a moldar-nos por dentro.

Com o seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo vai-nos ensinando em cada dia a fazer o bem e a evitar o mal, a fim de sermos imagens perfeitas de Deus.

Isto quer dizer que quando fazemos o bem estamos a responder ao chamamento do Espírito Santo na nossa consciência e, deste modo, se vai configurando em nós a imagem de Deus.

Na verdade, esta maneira de Deus nas fazer emergir como pessoas à imagem das pessoas divinas, não acontece com nenhum outro animal!

Graças ao hálito da vida divina, nós vamo-nos tornando barro com coração, isto é, pessoas com capacidade de eleger os outros como alvo de amor e comunhão.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias