terça-feira, 14 de abril de 2009

A SALVAÇÃO COMO OPTIMIZAÇÃO DA PESSOA-IV

IV-A VIDA ETERNA COMO RELAÇÕES DE AMOR

A vida eterna, por ser comunitária, assenta na qualidade das relações entre as pessoas humanas e divinas.

O evangelho de São João diz que a vida eterna consiste em conhecer Deus:

“Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem tu enviaste” (Jo 17, 3).

Conhecer, na bíblia, significa interagir de modo amoroso e fecundo. Eis as palavras de Jesus:

“Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11, 27).

O princípio animador desta interacção amorosa é o Espírito Santo. No coração do mistério trinitário está o conhecimento do Pai pelo Filho e deste pelo Pai.

É neste conhecimento mútuo que o Pai se constitui na sua paternidade, gerando o Filho através de um movimento de doação incondicional.

É ainda neste conhecimento mútuo que o Filho assume uma atitude amorosa de tipo filial, aceitando ser pelo Pai que se lhe entrega de modo incondicional.

O conhecimento do Pai e do Filho é animado pela pessoa do Espírito Santo. Conhecer Deus é, como vimos, interagir de modo amoroso e fecundo com o Pai e o Filho pela acção reveladora do Espírito Santo no nosso coração:

“Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse:

“Bendigo-te ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelastes aos pequeninos.

Sim, Pai, porque foi esta a tua vontade e o teu agrado” (Lc 10, 21). O conhecimento de Deus não é uma questão teórica, mas uma experiência relacional amorosa:

“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus. Todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus.

O que não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus á amor” (1 Jo 4, 7-8).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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