IV-A VIDA ETERNA COMO RELAÇÕES DE AMOR
A vida eterna, por ser comunitária, assenta na qualidade das relações entre as pessoas humanas e divinas.
O evangelho de São João diz que a vida eterna consiste em conhecer Deus:
“Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem tu enviaste” (Jo 17, 3).
Conhecer, na bíblia, significa interagir de modo amoroso e fecundo. Eis as palavras de Jesus:
“Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11, 27).
O princípio animador desta interacção amorosa é o Espírito Santo. No coração do mistério trinitário está o conhecimento do Pai pelo Filho e deste pelo Pai.
É neste conhecimento mútuo que o Pai se constitui na sua paternidade, gerando o Filho através de um movimento de doação incondicional.
É ainda neste conhecimento mútuo que o Filho assume uma atitude amorosa de tipo filial, aceitando ser pelo Pai que se lhe entrega de modo incondicional.
O conhecimento do Pai e do Filho é animado pela pessoa do Espírito Santo. Conhecer Deus é, como vimos, interagir de modo amoroso e fecundo com o Pai e o Filho pela acção reveladora do Espírito Santo no nosso coração:
“Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse:
“Bendigo-te ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelastes aos pequeninos.
Sim, Pai, porque foi esta a tua vontade e o teu agrado” (Lc 10, 21). O conhecimento de Deus não é uma questão teórica, mas uma experiência relacional amorosa:
“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus. Todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus.
O que não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus á amor” (1 Jo 4, 7-8).
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