É verdade que os seres humanos, por terem uma interioridade espiritual já são imortais. Mas a ressurreição não se reduz à simples imortalidade.
A ressurreição implica ser vivificado pelo Espírito Santo, a seiva que vem da cepa da videira para os ramos, a fim de os vivificar e tornar fecundos, como disse Jesus (Jo 15, 4-5).
Além da ressurreição de Cristo o evangelho é também a Boa Notícia da nossa ressurreição com ele.
Ressuscitar com Cristo implica a nossa assunção e incorporação na Comunhão da santíssima Trindade.
Podemos dizer que a nossa vida tem sentido na medida em que vivemos para amar e vamos morrendo por amor, isto é, à medida que nos vamos gastando pelas causas do amor.
Podemos dizer que o amor é uma dinâmica de bem-querer que vale tanto para viver como para morrer.
Ao dar-nos o mandamento do amor, Jesus estava a indicar-nos o caminho que nos conduz à plenitude da Vida.
A plenitude da Vida consiste em ser assumido no regaço da Santíssima Trindade. Como Árvore da Vida, Jesus dá-nos o fruto da Vida Eterna.
No momento da sua morte e ressurreição, abriu-nos as portas do Paraíso. É isto mesmo que Jesus diz ao Bom Ladrão no momento da sua morte e ressurreição:
“Em verdade te digo:”hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43). Jesus é o Novo Adão que abre as portas que tinham sido fechadas a Adão (Gn 3, 23-24).
A ressurreição de Cristo é a garantia de que a meta para a qual estamos a caminhar não é o vazio da morte, mas sim a Vida Eterna.
Não basta a pessoa ser imortal para atingir a plenitude da vida. Na verdade, se houver pessoas em estado de inferno, estas são imortais, mas não possuem a Vida Eterna.
São Paulo diz que por Adão veio a morte e por Cristo, o Novo Adão, veio a Vida Eterna (Rm 5, 18).
É verdade que só ressuscita o que em nós é imortal. Mas a simples imortalidade, só por si, não chega para participarmos na plenitude da vida eterna com Cristo ressuscitador.
Calmeiro Matias
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