A vida eterna é uma realidade que se vive em união orgânica. Isto que dizer que não é algo que alguém possa possuir de modo isolado.
Emerge no coração da pessoa à medida que esta se vai humanizando. Por outras palavras, Deus assume e diviniza a pessoa humana na medida em que esta se humaniza.
Humanizar-se é emergir como interioridade espiritual capaz de interacção amorosa. O evangelho de João diz que a Encarnação é o princípio da vida eterna:
“Mas as que o receberam, aos que crêem nele, o Verbo deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram dos laços do sangue. Também não nasceram de um impulso da carne nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, essa glória que ele possui como Filho unigénito do Pai, cheio de Graça e Verdade” (Jo 1, 12-14).
Isto significa que a vida eterna é algo que já está em marcha na vida presente. Viver a vida eterna, diz a Primeira Carta de São João, é viver o amor aos irmãos, o único caminho que conduz à comunhão com Deus:
“Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte.
Todo o que tem ódio ao seu irmão é um homicida e vós bem sabeis que nenhum homicida tem dentro de si a vida eterna” (1 Jo 3, 14-15).
Depois acrescenta que a vida eterna é realmente um dom que Deus nos concede e não algo que nós possamos ter isoladamente.
A Primeira Carta de São João diz que Deus nos concede ávida eterna através de Cristo: “ É este o nosso testemunho: Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está no seu Filho.
Quem tem o Filho tem a vida, quem não tem o filho não tem a vida” (1 Jo 5, 11-12).
Calmeiro Matias
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