Apenas a pessoa humana se apercebe de que a vida e a História são realidades cheias de sentido.
Na verdade, o animal gosta de brincar, mas não é capaz de celebrar nem precisa de sentidos para viver.
Pelo facto de estar em realização, a pessoa precisa de sentidos para viver e projectar a sua realização.
Quando lhe faltam sentidos para viver a pessoa entra em crise e é muito provável que possa pensar até no suicídio.
Pelo facto de estar em realização histórica, a pessoa tem a capacidade de associar o passado com o presente e este com sonhos e projectos de futuro.
De faço, somos pessoas a caminho de uma meta que se vai vislumbrando de modo progressivo sempre que novos limiares se vão transpondo.
Por não ser uma pessoa em construção, o animal não tem esta consciência existencial. Eis a razão pela qual não se sente interpelado a realizar-se segundo uma escala de valores que dê sentidos à vida.
Sempre que damos um salto de qualidade na marcha da nossa humanização, tornamo-nos imagem de Deus.
Na verdade a lei da humanização é: “Emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a comunhão universal”.
Graças ao mistério da Encarnação do Filho de Deus a comunhão universal tornou-se uma união orgânica humano-divina cujo coração é a comunhão da Santíssima Trindade.
Isto quer dizer que a pessoa humana é um ser aberto à transcendência. Eis a razão pela qual apenas os seres humanos têm a dimensão religiosa.
Calmeiro Matias
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