No momento da sua morte e ressurreição, Jesus revelou-se como o Novo Adão que veio abrir de novo as portas do Paraíso.
Foi nesse momento que o fruto da Árvore da Vida, isto é, o Espírito Santo, ficou ao nosso alcance.
Foi isto que Jesus disse ao Bom Ladrão no momento de morrer e ressuscitar sobre a cruz: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).
O próprio Jesus disse que, ao ressuscitar, ele será a Árvore da Vida que nos dá o fruto da Vida Eterna.
“No último dia, o mais solene da festa, Jesus, de pé, bradou: “Se alguém tem sede, venha a mim e quem crê em mim que sacie a sua sede!
Como diz a Escritura, hão-de brotar rios de Água Viva do seu coração. Jesus disse isto referindo-se ao Espírito Santo que iam receber os que acreditassem nele.
Com efeito, o Espírito ainda não tinha vindo, pois Cristo ainda não tinha sido glorificado” (Jo 7, 37-39).
São Paulo diz que o Espírito Santo nos incorpora na Família de Deus onde somos inseridos como Filhos em relação a Deus Pai e como irmãos em relação a Deus Filho.
É por este Espírito Santo, acrescenta São Paulo, que nós clamamos “Abba”, ó Pai (Rm 8, 14-16; Ga 4,4-7).
Isto significa que a nossa identidade espiritual não é anulada, mas optimizada na Comunhão da Família de Deus.
À luz da ressurreição, a morte natural é o parto final, isto é, a derradeira possibilidade de nascermos para a Vida Eterna.
Nesta perspectiva, o amor surge como a única razão válida para construir a vida. Com efeito, o amor vale tanto para viver como para morrer.
Uma pessoa que morreu para salvar outra não se suicidou. Pelo contrário, atingiu a plenitude do amor, como diz Jesus.
Estamos a tocar o mistério da reciprocidade amorosa que consiste nisto:
É dando-se que a pessoa se possui, pois é dando que se recebe.
Calmeiro Matias
Sem comentários:
Enviar um comentário