Deus é um mistério de relações familiares e o Homem é a sua imagem. A primeira pessoa da Santíssima Trindade é Pai, não por ter procriado, mas porque inicia uma relação paternal com a pessoa do Filho de Deus.
Do mesmo modo, a segunda pessoa é Filho, não por ter sido dado à luz, mas porque acolhe em relações o amor de Deus Pai e estabelece uma relação filial.
Isto quer dizer que é nas relações que a pessoa se possui e encontra a sua plena identidade. É na interacção relacional que a pessoa descobre a sua realidade de ser único, original, irrepetível e capaz de comunhão amorosa.
Através das relações de amor a pessoa saboreia a existência de uma unidade orgânica e dinâmica que é a Humanidade.
Na verdade, a Humanidade é a base da pessoa e da sua plenitude. Cada pessoa é uma concretização da única Humanidade que existe, pois a Humanidade não cai das nuvens nem existe em abstracto.
A única Humanidade que existe emerge no concreto de cada pessoa de modo único, original, irrepetível e capaz de reciprocidade amorosa.
Devido a esta capacidade de amar e comungar, a pessoa, na medida em que emerge, converge para a comunhão Universal.
Eis o fundamento do mistério da pessoa que apenas se pode encontrar e possuir plenamente em relações de comunhão com os outros.
Calmeiro Matias
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