sábado, 10 de janeiro de 2009

O ESPÍRITO SANTO E A ÁRVORE DA VIDA-IV

IV-O PARAÍSO COMO REALIDADE A EMERGIR

Isto quer dizer que o relato do Livro do Génesis sobre o Paraíso é o plano de Deus sonhado para a plenitude dos tempos e não uma realidade existente num princípio mítico:

“Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher (…), a fim de recebermos a adopção de filhos” (Gal 4, 4-6).

São Paulo diz que Jesus Cristo é o Novo Adão (Rm 5,17). Ele é a cabeça da Nova Humanidade reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).

Ele é, na verdade, a Árvore da Vida que nos dá o fruto da Vida Eterna: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a Vida Eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia.

Na verdade a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é uma verdadeira bebida.
Quem come a minha carne a bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.

Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também o que me come viverá por mim” (Jo 6, 54-57).

Mas São João tem o cuidado de acentuar que este mistério da comunhão orgânica com Cristo ressuscitado nada tem de antropofagia:

“E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito é que dá vida, a carne não presta para nada.

As palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62-63). A carne de Jesus ressuscitado é a sua realidade humana glorificada e formando um todo orgânico com a Humanidade inteira.

O sangue do Cristo glorioso é a seiva da Árvore da Vida Eterna, isto é, o Espírito Santo. Com Jesus ressuscitado, a Humanidade é assumida no paraíso e assumida na família de Deus.

Deste modo, o Paraíso, sonhado pelo livro do Génesis, torna-se finalmente realidade. Os que são alimentados pelo fruto da Árvore da Vida, isto é, o Espírito Santo, tomam parte na Vida Eterna, sendo organicamente incorporados na Família de Deus, como diz São Paulo (Gal 4, 4-7).

O Livro do Apocalipse diz que, no Reino de Deus, os eleitos são todos alimentados pelo do fruto da Árvore da Vida:

“Felizes os que lavam as suas vestes, para poderem entrar pelas portas da Cidade e terem acesso à Árvore da Vida” (Apc 22, 14).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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