II-A FORÇA PROFÉTICA DE JESUS
Ao longo dos seus ensinamentos, Jesus gostava de dizer que a maneira correcta de amar a Deus implica o amor aos irmãos.
Se o Homem é a única imagem que Deus criou de si, então o amor aos irmãos é a única mediação segura para chegarmos ao conhecimento de Deus, como diz a Primeira Carta de São João:
“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus.
Aquele que não ama não chega a conhecer Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4, 7-8). Jesus amou de modo pleno e perfeito.
Foi por esta razão que ele atingiu o conhecimento perfeito de Deus. A sua paixão era fazer a vontade de Deus.
Defendia corajosamente os que não eram capazes de se defender. Deixava mais felizes as pessoas que tinham a sorte de se encontrar com ele.
Partilhava com os outros os seus bens e amava a todos, mas de modo especial os mais pobres.
Como estava cheio da força do Espírito Santo, nunca se deixou vencer pela cobardia.
Foi com este poder que ele inaugurou a Nova Humanidade reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).
Por estar habitado pela plenitude do Espírito Santo concedeu aos homens a possibilidade de se tornarem membros da Família de Deus (Jo 1, 12-14).
Foi assim que inaugurou a dinâmica da renovação humana, oferecendo às pessoas o dom do Espírito Santo, a fim de sermos introduzidos na comunhão familiar de Deus.
Como se deu totalmente, tinha consciência de que a sua vida não era apenas sua. Na verdade, Deus confiou-lhe uma missão em favor de toda a Humanidade.
Era generoso e puro de coração. Por outras palavras, o seu coração não rugoso nem gostava de nadar em águas turvas.
Foi consagrado pelo Espírito Santo para realizar a sua missão messiânica com sucesso pleno.
Amou sem fingimento, e por isso levou o amor à sua profundidade máxima, ao ponto de dar a vida por aqueles a quem amava: a Humanidade inteira.
Como se deu inteiramente, agora a sua vida é já de todos nós! Tornou-se a cepa da videira cujos ramos são todos homens (Jo 15, 1-8).
A seiva que vem da cepa e dá vida aos ramos é o Espírito Santo. Os que o mataram destruíram a sua morada entre os homens, pensando que, deste modo, acabavam com a dinâmica histórica da humanização.
Mas Deus restaurou a sua vida, fazendo dele o alicerce de uma Nova Humanidade. Partilhou tudo: Os bens, a vida e a Palavra de Deus.
Levou o amor à sua densidade máxima que é dar a vida por aqueles a que se amam. Eis a razão pela qual, ao longo dos séculos, não desapareceram as vozes que o aclamam com um coração cheio de gratidão.
A fidelidade incondicional de Jesus ultrapassou as nossas infidelidades. Jesus Cristo, diz São Paulo, foi o medianeiro através do qual Deus reconciliou o Homem com Deus, não levando mais em conta os nossos pecados (2 Cor 5, 17-19).
Actuava com a plena convicção de estar a fazer a vontade de Deus (Lc 4, 18-21). A carta aos Hebreus insiste em que ele é o medianeiro da Nova e eterna Aliança.
É o sumo-sacerdote que está permanentemente em funções junto de Deus (Heb 9, 15; 12, 24).
A primeira carta a Timóteo diz que existe um só medianeiro entre Deus e o Homem, Jesus
Cristo, homem (1 Tim 2, 5).
Se não fosse homem connosco não podíamos ser assumidos organicamente na comunhão familiar de Deus.
Ele é, diz a Carta aos Hebreus, o Pontífice da Nova e Eterna Aliança (Heb 5, 5-10; 7, 21).
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário