Por vezes temos medo de entrar plenamente nesta dinâmica da comunhão orgânica. No fundo temos medo de nos perder, pois pensamos que, deixando-nos integrar na comunhão, perdemos a nossa liberdade, a nossa originalidade e a nossa unicidade pessoal.
Mas não é assim, pois só nos encontramos plenamente como pessoas livres, conscientes, responsáveis na dinâmica da comunhão orgânica universal.
O nosso egoísmo e o medo de nos anularmos levam-nos muitas vezes a fechar-nos na nossa pequenez de seres isolados.
Mas é precisamente o isolamento que nos impede de nos possuirmos e encontrarmos na nossa riqueza mais profunda.
De facto, a pessoa só é verdadeiramente grande quando assumida no mistério da comunhão.
É este o jeito de Deus ser e também a nossa vocação a realizarmo-nos como imagem e semelhança de Deus.
A comunhão nunca anula a pessoa. Pelo contrário, optimiza tudo aquilo que ela é e faz emergir todas as possibilidades de realização que possam existir no seu ser.
A realidade de uma pessoa atinge a sua plenitude ao realizar aquilo para que ela é. O ser humano acontece como emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a comunhão.
Calmeiro Matias
Sem comentários:
Enviar um comentário