Deus não esteve à espera que o Homem fosse bom para o amar. Pelo contrário, ama-nos de modo incondicional e concede-nos o dom do Espírito Santo, a fim de nos configurar com o Filho de Deus, diz São Paulo:
“Porque àqueles que Deus conheceu por antecipação também os predestinou para serem uma imagem idêntica à do seu Filho, de tal modo que ele é o primogénito de muitos irmãos” (Rm 8, 29).
Graças a esta interacção que nos une com o Espírito Santo, nós somos introduzidos no próprio diálogo da Santíssima Trindade em forma de oração:
“Deste modo, o Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, pois não sabemos pedir e dialogar de modo adequado.
Mas o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inefáveis. E o Pai que examina os corações conhece as intenções do Espírito Santo, pois é de acordo com o sentir de Deus que o Espírito Santo intercede por nós” (Rm 8, 26-27).
É difícil explicar de modo mais bonito o papel activo do Espírito Santo nesta união orgânica e dinâmica que une o Homem com Deus.
Podemos dizer que o Espírito Santo é o coração da convergência familiar da Santíssima Trindade e o impulso gerador de fraternidade entre as pessoas humanas.
É por ele que entramos no diálogo da Santíssima Trindade, como filhos em relação a Deus Pai e como irmãos em relação a Deus Filho.
Eis a razão pela qual quando oramos no Espírito Santo estamos a dialogar com Deus em termos de comunicação familiar.
Na verdade, a nossa comunicação com Deus só é adequada quando acontece no Espírito Santo.
É no Espírito Santo que Deus Pai comunica connosco e nos revela o seu jeito de ser Pai:
Pai justo e amoroso.
Pai misericordioso e paciente.
Pai amável e solícito.
Pai acolhedor e sempre disposto a perdoar.
Pai fiel que ama a Verdade e a Justiça.
Pai responsável, protector, atento e amigo.
O Espírito Santo é a ternura maternal de Deus.
Com seu jeito maternal de amar, ele é em nós uma presença compreensiva,
Pronta a servir; dedicada, generosa e gratuita.
Está sempre atento e disposto a aperfeiçoar os elos de comunhão com Deus Pai. Faz-nos exultar como filhos agradecidos, como aconteceu com Jesus.
Eis o que diz o evangelho de São Lucas: “Nesse mesmo instante, Jesus exultou de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse:
“Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos simples e pequeninos. Sim, Pai, porque foi este o teu agrado” (Lc 10, 21).
Calmeiro Matias
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