III-JESUS E O PERDÃO DO PECADO
João Baptista foi uma mediação do Espírito Santo para Jesus compreender que tinha chegado o tempo de iniciar a sua missão.
No entanto, a teologia de João sobre a missão do Messias situava-se na linha dos apocalipses trágicos dos profetas.
O Messias vem executar o dia da ira anunciado pelos profetas, isto é, destruir os pecadores, a fim de purificar a terra do pecado.
Quanto mais Jesus ouvia a pregação de João, mais se sentia distante dele, pois não se sentia chamado a destruir os pecadores, mas sim a libertá-los das amarras do pecado.
Depois de algumas dúvidas e hesitações, Jesus descobriu através do profeta Isaías o modo de realizar a sua missão (cf. Is 61, 1-3).
Logo que fez esta descoberta, diz o evangelho de São Lucas, Jesus foi à sinagoga da sua terra, a fim de anunciar o seu plano de acção (Lc 4, 18-21)
A princípio, Jesus limitava-se a interpelar as pessoas no sentido de se converterem, pois o Reino de Deus estava a chegar:
“Depois de João ter sido preso, Jesus foi para a Galileia e proclamava o Evangelho de Deus, dizendo:
“Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1, 14-15).
Jesus imaginava a sua missão como a grande tarefa de construir a Família de Deus pela acção do Espírito Santo (cf. Mc 3, 31-35).
Os discípulos, pelo contrário, pensavam que Jesus era o enviado de Deus para construir o reino terreno anunciado a David (2 Sam 7, 14-16).
Como Jesus morreu sem subir ao trono, os discípulos sentiram-se profundamente desorientados.
Após as aparições do Senhor ressuscitado, os discípulos compreenderam finalmente que Jesus era o Messias, mas para realizar os planos de Deus, não os planos do povo judeu.
Calmeiro Matias
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