O plano criador e salvador de Deus, portanto, faz parte do próprio diálogo amoroso da Santíssima Trindade.
O Espírito Santo é também o vínculo que une e alimenta a comunhão orgânica no mistério da Encarnação.
A partir da ressurreição de Cristo, nós ficamos a ser dinamizados de modo intrínseco pelo Espírito Santo.
Graças a esta interacção nova, a Vida Divina passou a circular nos nossos corações. Como Jesus disse à Samaritana, o Espírito Santo é a Água Viva que faz jorrar em nós rios de Vida Eterna.
Deste modo o Espírito Santo é o sangue da Nova e Eterna Aliança, isto é, o portador da Vida de Deus para o Homem Novo reconciliado com Deus em Cristo (2 Cor 5, 17-19).
É como a seiva da laranjeira robusta na qual foi enxertado o ramo frágil e doente d e um limoeiro.
Graças à seiva que circula da laranjeira para o limoeiro, este volta a ficar robusto e a dar limões de excelente qualidade.
Graças ao mistério da Encarnação, o divino enxertou-se em Jesus, o qual se tornou a laranjeira robusta da qual vem a seiva para todos nós, ramos frágeis do limoeiro.
Deste modo, os frutos de vida que vamos produzindo, são resultado da seiva divina a circular nas “veias” interiores do nosso ser espiritual.
Eis as palavras de Jesus: “Permanecei em mim, que eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 4-5).
Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo conduz-nos a Deus Pai que nos acolhe como filhos.
Do mesmo modo ele alimenta a união orgânica que nos liga a Jesus Cristo, o único caminho para chegarmos ao Pai:
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6).
No evangelho de São Lucas Jesus explica esta mesma verdade de maneira muito bonita quando diz:
“Tudo me foi entregue por meu Pai e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho achar por bem revelar-lho” (Lc 10, 22).
Graças ao facto de fazermos um todo orgânico com Cristo fomos incorporados na comunhão familiar de Deus.
E graças à interacção intrínseca que existe entre nós e o Espírito Santo, nós formamos uma união orgânica com Deus.
Pela Encarnação, diz o evangelho de São João, Foi-nos dado o poder de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1, 12-14).
Pela ressurreição de Jesus, acrescenta São João, nós fazemos uma união orgânica com Deus, formando a Família Divina (Jo 17, 21-23).
O Espírito Santo é, realmente, o amor de Deus derramado nos nossos corações, como diz São Paulo (Rm 5, 5).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
Calmeiro Matias
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